twenty two. consequences

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18 de dezembro, 2019.

Era quase três da manhã quando recebi alta. O doutor me explicou os perigos dos ataques de pânico e como isso poderia gerar uma ansiedade, como eu poderia me afundar mais e mais. Ele me passou alguns remédios para tomar por enquanto, só para crises. Nenhum para tratamento.

Depois de contar tudo para o Jonah e a Bruna, eles me abraçaram com força. Ouvi Jonah contar mais sobre a Abby, como ela sabia exatamente como jogar e manipular as pessoas. Ouvi-o tentar me relaxar, dizer que algo estava errado em toda a história, ouvi-o falar sobre Daniel e Bruna acompanha-lo, explicando o tanto que conhecíamos ele e como ele nunca faria isso comigo, o que me deu forças para pensar.

Eu não podia agir de forma precipitada. Eu nunca ajo assim.

Então me pus a pensar pelas imensas horas que passei naquele quarto branco. Odeio hospitais.

Eu havia visto a mensagem, eu havia visto o nome do contato, porém Abby é uma das piores pessoas que eu já "conheci". Pensei em todo tipo de solução: talvez ela tivesse armado aquela mensagem, talvez Daniel nem esteja realmente falando com ela, talvez tudo seja uma mentira. Eu conhecia o Daniel, ou uma parte dele e essa parte era impossível de fazer qualquer coisa para me machucar ou machucar qualquer outra pessoa. É o mesmo garoto que chorou quando assistimos Anne With An E diversas vezes, é o mesmo garoto que não deixou o Zach passar pelo caminho das formigas para não matar elas, e é o mesmo garoto que me protege com uma força inacreditável.

E é por isso que decidi que assim que chegarmos no Resort, iria conversar com ele.

Porém, primeiro eu tinha que passar pela enorme barreira de pessoas amontoadas em frente ao Resort. E com isso eu quero dizer: os meninos e as meninas sentados na entrada com balões de árvores e estrelas do mar e uma placa "Bem Vinda À Albuquerque".

Dei risada ao ver a cena e abri meus braços recebendo um Jack todo preocupado.

ㅡ Você nós preocupou, não faz isso nunca mais, ok? ㅡ ele disse, beijando minha testa.

Logo depois, todos estavam envolvidos num abraço gigante.

ㅡ Você assustou a gente! ㅡ Corbyn disse deitando a cabeça no meu ombro enquanto puxava a Bruna para perto.

ㅡ Ai, Corbyn! ㅡ ela gritou com o susto. ㅡ Garoto, você quer um tapa?

ㅡ Desculpa. ㅡ ele fez biquinho. ㅡ É que eu senti muita a saudades de vocês duas. Vocês são muito importantes. ㅡ ele voltou a me abraçar forte e eu dei risada.

ㅡ AND I CAN BE NEEDY. ㅡ Anne cantou e logo os meninos estavam fazendo um coro da música da Ariana Grande. Dei risadas e abracei cada um deles.

O único que não estava ali era o Daniel.

ㅡ Vocês são ótimos, porém está tarde...

ㅡ Sim! ㅡ meu pai continuou. ㅡ Hora de criança ir dormir.

ㅡ Af, tio! ㅡ Zach disse.

ㅡ Não resmunga que você é o mais criança daqui.

ㅡ O pai da Ramona me odeia.

Meu pai abraçou ele e baguncou os cabelos do Zach. Dei risada e beijei a testa do mesmo.

O caminho até os quartos foi engraçado. Os meninos estavam dançando uma dança que virou meme e fazendo uma competição de quem fazia a dança mais rápido. Meu pai, eles tem energia de sobra.

ㅡ Querida...ㅡ ouvi meu pai sussurrar e o olhei sorrindo de lado. ㅡ Não sei o que aconteceu entre você e o Daniel, mas o fato dele não estar aqui e nem ter ido ao hospital explica muito. Se você quiser ir deitar lá no meu quarto, eu chamo a Bruna e podemos assistir filmes de ficção até você dormir.

𝘀𝘂𝗻 • 𝗱𝗮𝗻𝗶𝗲𝗹 𝘀𝗲𝗮𝘃𝗲𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora