thirty three. ted talk with why don't we.

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22 de fevereiro, 2019.

ㅡ Eai? Falou com eles? ㅡ Jonah perguntou enquanto trocava de roupa no camarim. O resto dos meninos estavam do outro lado dançando uma música qualquer. Não prestei atenção, estava com a cabeça cheia.

ㅡ Sim. Estão fazendo tudo com cautela, não querem divulgar nada a mídia para não correr risco de que ela saiba. ㅡ suspirei, me sentindo exausto.

ㅡE você não contou para Ronnie? ㅡ ele disse e eu sabia que havia um Q de julgamento em seu olhar.

Bom, não o "julgamento" em si, mas algo como "Daniel, você não aprendeu nada das merdas que você fez?".

O problema é que eu preciso que haja mais pistas para eu poder contar a Ramona tudo que havia acontecido naquele dia da praia. E mesmo depois de ter pedido ao Peter, um dos nossos seguranças que ficasse de olho nela lá em L.A, eu ainda não queria deixar ela preocupada, desde que a mesma odiou a ideia de ter Peter sempre por perto, principalmente na faculdade.

Mas a culpa é maior.

Se algo acontecer com ela eu nunca irei me perdoar. Nunca. Então preciso ter uma esperança, pelo o menos isso.

Eu não lembrava de muita coisa que havia acontecido naquele dia. Logo que sai da água eu senti uma tontura enorme, e então veio a notícia da Melissa e por alguns dias eu não me lembrei de nada, até um dia em que eu tive um pesadelo.

Foi bizarro.

Lembro-me de estar com a Ramona numa enorme e vazia praia. Estávamos juntos, rindo de alguma coisa e então começou a chover. Ramona correu para debaixo de um coqueiro e eu fui atrás, mas o caminho mudou, e acabei dando de cara com o píer. Não era tão longe, apenas uns 3 minutos andando. Estava observando, agora, a praia ensolarada, ainda vazia. Foi quando recebi uma ligação de um número desconhecido, atendi e ninguém disse nada por um tempo. Até Ela aparecer.

Abby veio correndo e parou ao meu lado rindo, e percebi que era uma memória antiga misturada com uma nova. Havia um dia em que fomos a praia juntos ao nossos amigos, mas nesse cenário, eles não estavam lá. Ela entrelacou nossas mãos e beijou meus dedos, queimando cada parte da minha pele. Assustei-me e tomei um passo para trás, sua voz mudou e ela começou a dizer coisas que eu não conseguia entender, e então me vi caindo na água gelada.

Acordei num pulo, com meu peito doendo e uma ânsia de vômito por conta do susto repentino. Foi quando eu peguei meu celular e cheguei as últimas ligações, vendo que eu havia recebido uma ligação naquele dia e então passei a lembrar de pouca coisa: Alguém me ligou chorando e gritando coisas aleatórias, fui em direção ao Píer e dei de cara com a Abby. Ela havia dito que faria da minha vida um inferno por que eu havia acabado com a dela, entre  outras coisas que não fazem sentido. E então esperei até voltarmos para a tour e entramos em contato com a polícia, o que acabou ajudando no caso da morte da Melissa, já que tínhamos pistas enormes (áudios  da Abby, ligações dela e a gravação da Ronnie).

O bom, é que a Abby foi burra o bastante ao usar um chip rastreavel. Tanto na ligação com a Ramona quanto na minha. Sem contar que ela deixou inúmeros rastros que já ligaram pontos a ela, como o uso do cartão de crédito mostrando compras em diversas cidades. Hoje havia ido falar com o Detetive do caso, e ele me informou que ela estava em Portland. O que me deixou bastante calmo desde que ela estava longe da Ramona.

ㅡ Vou contar assim que tivermos uma pausa nisso. ㅡ disse apontando para nós.

ㅡ Uau, obrigada pela consideração. ㅡ Jonah disse rindo e eu sorri fraco enquanto deitava minha cabeça no meu pulso.

𝘀𝘂𝗻 • 𝗱𝗮𝗻𝗶𝗲𝗹 𝘀𝗲𝗮𝘃𝗲𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora