Capítulo 1

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Elisabeth

Foi difícil convencer meus pais a me tornar sexóloga, mentira não foi difícil, digamos que eu simplesmente tinha o dom e eles simplesmente aceitaram, difícil mesmo foi descobrir assim que soube que queria me tonar uma sexóloga, que no Brasil não tinha faculdade de sexologia e que teria que cursar medicina ou psicologia e depois fazer uma pós-graduação pra isso. Foram anos estudando, o bom de ter pais com uma boa condição financeira foi que não precisei ficar me matando de estudar pra conseguir uma vaga prestando vestibulares. Já formada e com minha pós-graduação em sexologia, abri meu consultório, qual estou trabalhando há quatro anos, parece pouco tempo, mas pra mim já é uma eternidade, não de um jeito ruim, eu realmente gosto do que eu faço a maior parte do tempo. E quando me falam "você ficou esse tempo toda fazendo medicina pra ser tornar uma sexóloga", eu falo "Você devia estar mais preocupado em saber o que é clitóris, coisa que você não sabe", ou coisas do tipo.

Moro sozinha há algum tempo, nada de namorado, me arrepia só de pensar em estar com só uma pessoa, a quantidade de homens que entram e sai do meu apartamento ou melhor da minha cama é grande, vivo arrastando minha amiga Gina pelas boates e barzinhos de São Paulo em busca de nada mais, nada menos que sexo.

Gina, que na verdade chama Regina, odeia seu nome e se eu chamar ela assim a ruivinha de um metro e sessenta me estrangula, ela é minha melhor amiga e minha única amiga mulher, vamos dizer que as mulheres em geral não gostam de mim, não que eu já tenha transado com algum homem delas, posso ter a fama de puta que for, mas nunca fiquei com ninguém comprometido, não que eu saiba. Felizmente, Gina viu em mim o que nenhuma mulher mais viu quando nos conhecemos na faculdade. Não que ela fosse parecida comigo, não, nem um pouco, a criatura é totalmente o oposto, comportada e de família religiosa, o sexo só depois do casamento foi algo que eu consegui tirar dela a pouco tempo, pediatra, ama crianças como nunca vi nenhuma pessoa amar e é uma romântica incurável e sempre está comigo em todas as noites, mesmo que ela prefira ficar em casa assistindo Netflix, raramente cedo e assisto alguns daqueles filmes "florzinhas" com ela.

Pra mim o amor é a arte de se foder, mas não foder de um jeito bom, já experimentei algo perto do que eu acho do que intitulamos que é amor anos atrás e o que eu digo sobre isso : Nunca mais ! Sexo casual pra mim é a melhor coisa, não ligo de ser solteirona até morrer.

Não tenho essa coisa que a maioria das mulheres tem chamada "insegurança", sou segura de mim, da minha personalidade e do meu corpo. Sou uma morena de um metro e setenta e cinco, cabelos longos e ondulados, sou afrodescendente com uma pele linda herdada da mistura da minha mãe que é negra e do meu pai que é branco e não é nada difícil arrastar homens bonitos para minha cama, e irei estar fazendo hoje.

-Gina, minha linda, você está maravilhosa, deixa dessa sua implicação consigo mesma. - Falo revirando os olhos para criatura em frente ao espelho achando um defeito em si mesma a cada 5 segundos.

- Mas Lisa, esse vestido marcou meus pneuzinhos e meu peito nisto está totalmente exposto. - Fala ela com uma cara de choro.

-Homem algum vai estar ligando para seus pneuzinhos, com o jeito que seus peitos estão neste vestido, para de fazer feio e vamos logo.

- Você fala isso porque é tem uma auto confiança de si de outro mundo, filha de uma mãe. Vamos, até parece que não foi ontem que você arrastou um homem pra sua cama pra estar com essa pressa toda.

- Tenho que estar e você também "pra achar o seu príncipe encantado que você tanto procura"- Falo caçoando dela que realmente acredita que vai achar um homem que presta nesse mundo.

- Não fala nesse tom de deboche, você vai ver quando eu encontrar, e eu quero ver quando você se apaixonar por um desses que você leva pra cama, Lisa.

Desafio ArdenteWhere stories live. Discover now