capítulo dois: existência.

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[capítulo não corrigido.]

Logo de cara, o rapaz ficou intrigado. A sala que tão assustadora e barulhenta era, ficou em paz quando Huang Renjun entrou. Tudo era silêncio, com exceção do coração do mais novo. O corpo pequeno, o olhar desafiador, os fios caramelo chamaram sua atenção e agora ele estava em um estado desconhecido por si. Queria naquele momento Astro ao seu lado para escuta-lo descrever o sentimento intrigante. O descreveria como um susto, o ar escapuliu de seus pulmões, a expressão intrigada grudou em sua face. Foi acordado do transe, ou feitiço, com uma leve cutucada em sua costela vinda de Haechan.

— Garoto novo, qual seu nome? — Renjun perguntou, pouco interessado pois sabia que seria apenas um punk qualquer.

— Na Jaemin, mas para ti sou futuro namorado. — Não sabia de onde havia vindo tamanha coragem, sorriu envergonhado após reparar no que havia dito. Renjun ficou surpreso e logo voltou a sua expressão séria que sempre carrega, tentando disfarçar o rubor em suas bochechas.

— Bom, Na Jaemin, te vejo na detenção depois da aula na sala 06. — Sorriu maldoso, os alunos que antes calados até aquele momento gritaram e jogaram bolinhas no de cabelos cor de rosa.

— Se fodeu, cara. — Haechan sussurrou, com uma expressão de pena.

A aula passou rápido após o ocorrido, o garoto resolveu ficar calado pois reparou que dentro do corpo tão pequeno de Huang, havia muito mal humor. Passou o recesso dentro da sala, pensando em tudo que havia acontecido.

Saiu da aula, ia finalmente para casa, confuso e perdido pois não entendia muito bem o que tinha sido passado, havia muitas dúvidas dentro de sua cabecinha sobre matérias como filosofia e sociologia, interesse que some quando se trata de matemática, física. Na porta, estava o garoto de cabelos laranja que havia visto antes junto de um outro com fios verdes, seria cabelo colorido lei naquele lugar? Jaemin não sabia, mas se fosse, seria uma lei que ele iria gostar. Imagine só a reação das crianças ao ver pessoas de cabelo cor de algodão doce por todo lugar! Era uma visão legal de imaginar.

— Jaemin-hyung, vem lanchar com a gente. Esse é o Chenle, acho que todos nós podemos ser bons amigos. Estamos indo numa lanchonete lá fora, agora que a aula acabou. — Jisung disse, sorridente e empolgado, mas Jaemin nem teve chance de responder pois sentiu braços fortes ao redor de seus ombros e ao olhar deu de cara com um garoto de cabelos negros, de seu tamanho, mas ele parecia assustador.

— Me perdoe, rapazinhos, mas vou roubar o novo amiguinho de vocês por hoje. Prometo devolver amanhã, não se preocupem. — Disse, Na viu medo passar pelos olhos dos outros e logo pensou que estava encrencado, se perguntou se realmente era possível passar mais de um dia sem entrar em problemas. Sem dizer nada, os mais novos se afastaram e Jaemin logo se afastou do outro garoto o olhando confuso. — Não fica com medo não, eu fui com sua cara. Me disseram que foi expulso por bater em outra pessoa, certo? E foi corajoso o que fez lá dentro, flertar com Huang Renjun não é para qualquer um. Bom, só vim avisar que se precisar de ajuda em algo, pode me chamar e se mexerem com você diz que é amigo de Lee Jeno.

— Eu sou seu amigo? — perguntou, obviamente confuso com a aproximação repentina.

— Claro. — Se afastou logo em seguida, não dando espaço para mais perguntas.

Agora sozinho, perdido e confuso, o garoto apenas deu de ombros e começou a caminhar em direção a sala 06, onde tinha que curtir a doce detenção. Após alguns minutos descendo e subindo escadas, procurando sozinho onde ficava o lugar acabou achando, por sorte. Abriu a porta e viu o pequeno garoto sentado, usando o celular, caminhou até a cadeira bem em frente a mesa dele o assustando.

— Finalmente, né?

— Eu não sabia onde ficava a sala, desculpa. — Sorriu após pedir desculpas e então encarou o garoto em sua frente.

— Me da seu celular.

— Celular? Não tenho um.

— Não tem? Simplesmente quer que eu acredite nisso? — Renjun estava começando a se irritar com a personalidade peculiar do outro.

— Não, olha minha bolsa se quiser. Nunca tive um. — Entregou a mochila, levantou e esvaziou os bolsos. Se divertiu com a expressão chocada de Huang.

— Certo, certo. Se sente e fique em silêncio. — Fazê-lo ficar em silêncio era sim a pior punição que você poderia dar a Na Jaemin. Em poucos minutos o garoto já sentia que ia explodir e logo abriu a boca.

— Por que devemos estudar a existência? — Sussurrou com medo da reação do outro, mas logo continuou. — Digo, a nossa existência já está comprovada e pouco importa como chegamos aqui, devíamos estudar nosso comportamento em especial porque assim vamos conseguir prever onde vamos chegar. Eu sei que existo, sei que você existe e creio que não é alucinação, porque para alucinar eu teria que estar vivo e se estou vivo logo existo. É confuso, certamente, e deprimente. Quanto mais estudo sobre nós, me entristeço. Seria o conhecimento uma punição?

— Calma, garoto. Você pensa demais. — Interrompeu, pois sabia que naquele ritmo o outro não iria parar. — Estudamos a existência porque é a primeira garantia e coisa que temos ao nascer, é como estudar a morte. Também estudamos como nos comportamos, o que fizemos e se faremos novamente. Eu não creio que o conhecimento seja uma punição, pois ele liberta.

— Eu acho que o amor liberta, conhecimento assusta. O mundo se enche de conhecimento todos os dias e continua se destruindo, se enchermos ele de amor talvez teremos alguma chance de mudar.

— De que mundo vens, Na Jaemin?

— Não sei, há algum outro mundo para se pertencer além desse?

— Creio que não.

— Então, eu pertenço ao meu mundo.

— Acho que temos mundos totalmente diferentes. — sussurrou e então o sinal tocou. Jaemin se levantou e saiu, dando um tchauzinho antes de passar pela porta. Já Renjun permaneceu sentado, pensando sobre o amor e o que isso poderia ser, pois nunca o sentiu.

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