Horizonte Prometido

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"...Eu também pinto um cenário perfeito e
Como acontece depois de um sonho, eu esqueço
Eu olho para as estrelas e
Eu olho no espelho
Você acredita em mim e acredito em você ainda mais
Você sabe que às vezes vai ficar difícil, certo?
Proteja sua família e sempre tenha fé
É mais fácil falar do que fazer
Então, com a prática, na próxima página..."

To Myself – DPR Live

Depois de cruzar a porta e passar pelo garoto com aparência de coelho, as pernas de Alex simplesmente fraquejaram e ela se viu incapaz de caminhar normalmente até o elevador. Ela ainda estava assimilando tudo quando chegou ao elevador e literalmente foi ao chão.

Sua mente estava totalmente letárgica, enquanto ela estava imersa nos acontecimentos. Afinal, ela estava a um passo de beijar aquele cara lindo, perto o bastante para seu corpo estar transbordando em locais especificos. Faltava tão pouco, tão perto... se não fosse...

Se não fosse por aquele garoto que chegou no momento crucial. Ela não sabia se estava puta porque aquele garoto apareceu justo aquela hora, ou se ficava irritada por ela mesma ter ficado tão extasiada que foi incapaz de ligar o foda-se e o beijar, simplesmente levantando e zarpando do cômodo.

— Ai como eu sou tapada, meu deus. — Lamentou fechando o punho em ira. — Ai aquele garoto catarrento também, porque tinha que chamar ele?! Inferno! — Praguejou se esperneando no elevador.

Após a pequena crise existencial, a garota suspirou pesado lastimando por algo que nem chegou a experimentar e deduziu que ficaria apenas na vontade. Mas reviveria aquela memoria inúmeras vezes.

— Poxa, saudade do que a gente não viveu. — Murmurou para si mesma e encarou seu reflexo no espelho do elevador, notando o quão bagunçada estava e mesmo assim aquele cara ia beija-la.

Alex arrumou rapidamente os cachos, que estavam um tanto amassados e limpou o suor de seu rosto, não deixando de conferir sua vestimenta.

— Meu deus, eu tava a cara da derrota mas gostosa o bastante pra aquele homão me beijar, por favor Deus se for um sonho não me acorda. — Ela balbuciou fechando os olhos e quando foi beliscar o próprio braço, se sobressaltou com o barulho da porta do elevador abrindo.

Nada mais nada menos que sua própria mãe estava ali, encarando-a com desdém.

— O que é que você tá fazendo ai jogada minha filha? E que porcaria é essa que fez com o uniforme? Tá parecendo uma pornô. — Franziu o cenho e a garota revirou os olhos em resposta. — Arruma isso logo, você acha que isso aqui é o que? Eu já ia te buscar, porque estava demorando muito e eles voltaram. — Mencionou com descaso e Alex se levantou, limpando o uniforme e desfazendo sua 'customização'.

— É eu vi. — Disse aborrecida, terminando de fechar os botões. — A senhora disse que todos tinham saído, mas nem todos estavam fora. — Comentou começando a guiar o carrinho de limpeza e sua mãe deu espaço.

— E eu sei lá, vi um grupo de asiático saindo tudo junto... — Deu de ombros e a filha encarou incrédula. — O que? Eu cheia de coisas pra fazer e você acha que eu ia ficar contando quantos tinham ali?— Perguntou retoricamente e saiu na frente, indo para a cozinha.

Alexandra suspirou pesadamente e maneou a cabeça em negação. Imaginou que se fosse para contar dinheiro, sua mãe o faria inúmeras vezes e até mesmo de trás pra frente. Depois de descartar o lixo e guardar o carrinho, ela foi para o banheiro e finalmente pode trocar de roupa. Assim voltou a usar o cropped preto, com a calça moletom que trajava antes.

Ela voltou para a cozinha, analisando o que sua mãe fazia. Ela parecia estar preparando um bom banquete e Alex rapidamente deduziu que seria para os garotos, bolando uma ideia para se reaproximar do asiático gato do oitavo andar e se aproximou sorrateiramente de sua mãe.

Room Service ( TWOSHOT - KTH)Onde histórias criam vida. Descubra agora