Hoje eu vou contar pra vocês como eu era um amor e sempre fui muito mal interpretada por tudo e todos, nessa época da vida Januário sempre muito carente e eu mais reservada nos entendamos meio mal, tudo oque eu considerava normal era um problemão pra ela, tudo oque eu julgava indiferente e irrelevante pra ela era um grande ato de grosseria e desdém, tudo oque eu dizia virava uma grande tempestade, oque eu não compreendia nem por um instante já que essa era eu, e não me importava muito com oque achavam quanto a isso.
O portão da minha casa sempre foi um ótimo ponto de encontro para as tardes de verão, primavera e de vez enquando até às de inverno, e de vez em outra eu recebia mensagens como "ei, posso ir aí?" Ou "estou subindo" e um "ok" sempre foi uma resposta mais do que suficiente pra mim já que um ok significa "tudo bem, pode vir e será bem recebida" concordam?( Espero que sim) mas as vezes essas mensagens vinham com "não vou mais" e eu compreensiva compreendendo que pessoas tem afazeres e prioridades entendia que provavelmente teve um grande motivo pra não estar comigo, respondia com um "sem problema" e era ai que morava o tal "desinteresse" que ela achava que era. Essa intensidade que nela habita sempre foi um enigma enorme pra mim, me fazia pensar em oque ela queria de mim? Sempre presei muito pelo espaço pessoal oque ela visivelmente nunca ligou muito.
E eu com um jeito mais "frio" e muito diferente do jeito dela tive que me adaptar a todo aquele furacão de sentimentos e emoções que junto a ela se instalou por aqui.
-N
