Hybrids [BTS]

🐾15🐾

"Seul, 28 of December, 16:27"

A moradia de Tae e Helena estava muito calma de momento, mais do que o costume. Yoongi fora com Jungkook e Jimin comprar algumas roupas e Helena ficava ocupada em manter o seu irmão dentro do quarto, pois, aparentemente, ele continuava sentindo o cheiro de algum alfa pela casa, e nesta fase complicada, isso não ajudava. Por isso, sobravam apenas Rebeca e Felix, que estavam entretidos assistindo desenho na sala.

-Já passou algum tempo desde que comemos. Tens fome, pequeno? -Perguntou Rebeca para o híbrido que se encontrava sentado do seu lado, com a cabeça apoiada no corpo da mais velha.

-Não. Estou bem, obrigada. -Respondeu o mesmo, sem tirar os olhos do televisor.

-Felix...Posso te perguntar algo meio pessoal?

-Claro, noona.

-Bem... -Rebeca se ajeitou no sofá, de forma a ficar virada para o híbrido. -Como foi que acabaste sozinho na rua?

-É...Eu não me lembro muito bem...Desde que me lembro que moro na rua, porém, eu tinha o meu irmão antes. -Felix deu um suspiro e prosseguiu. -A gente morava na Austrália, mas como tinha uns senhores maus nos seguindo, a gente fugiu escondidos num barco até aqui. A gente morava na rua, mas estávamos bem, pois até conseguimos encontrar umas pessoas que nos iam ajudando com isso. Porém, um dia, os senhores maus voltaram a nos encontrar, então ficaram nos seguindo e tal, mas o meu hyung quis me proteger, então mandou eu fugir e não voltar para trás, e foi o que eu fiz depois de ele insistir muito. Desde aí que estou sozinho.

Rebeca olhou para o pequeno híbrido com a pena visível no seu rosto, e o abraçou com força.

-Agora não estás mais sozinho. E...Como se chamava o teu hyung?

-Christopher.

-Então, eu irei te ajudar a encontrar o Christopher, sim? E tenho a certeza que a Helena, o Yoongi, o Jungkook, o Jimin e o Taehyung vão ajudar também.

Felix sorriu abertamente retribuiu a força do abraço da mais velha. Por um lado, estava feliz por ter ajuda por encontrar o seu irmão, por outro, estava triste por saber que estava ajudando alguém a fazer mal àquelas pessoas que o acolheram e trataram com todo o amor e carinho desde que chegara.

-Obrigada noona. -Murmurou Felix.

"Seul, 28 of December, 16:35"

Enquanto os dois conversavam, através da escuta, a mulher do chicote escutava tudo, guardando cada detalhe daquela conversa na sua cabeça. Sabia bem que, depois daquilo, o híbrido estaria mais propenso a desistir de ajudar, e ela precisava dele ali. Tinha que agir antes que fosse tarde e perdesse de vez as suas hipóteses. Olhou para os dois seguranças que se encontravam na porta e sorriu para eles.

-Vou precisar que me façam um favor. Receio que este idiota nos vire as costas com facilidade, visto que está sendo bem tratado, bem demais até. Preciso que procurem por um híbrido, muito provavelmente criança também, australiano, chamado Christopher. E peço que o façam rapidamente. -Explicou, e os dois seguranças assentiram, mas permaneceram no mesmo lugar. Então ela agarrou no chicote, que se encontrava preso na sua cintura, e bateu com ele no chão.-Eu disse rapidamente!

Os dois entenderam e saíram correndo, deixando a mulher ali. Voltou a amarrar o chicote na sua cintura, e saiu da sala, indo até aos jardins da sua imensa casa.

O jardim era todo decorado com roseiras e salgueiros, para além da grande fonte situada no meio, com uma estátua de um cavalo, por onde saía a água. A mulher tinha orgulho daquele lugar. Era imponente e transmitia uma sensação de poder, duas coisas que ela amava. Imponência e poder.

Enquanto caminhava, decidiu parar perto de uma das roseiras e ficou olhando para as rosas, procurando aquela que parecia mais pequena e mais fraca. Depois que a achou, segurou na mesma com leveza e ficou olhando para ela, como se estivesse encarando uma pessoa.

-Pobre Yongbuk...Um passado tão triste...Ter que fugir do seu país, viver na rua e ainda perder o seu irmão...E honestamente, não vejo um futuro muito brilhante, tambem. Ou então... -Começou fazendo força, ignorando as feridas que os espinhos estavam fazendo na sua mão, até conseguir arracar a rosa. -...Esse futuro nem será muito longo.

Jogou a rosa no chão e a pisou. "Os mais fracos sempre são elimindados primeiro, Yongbuk." pensou, antes de lançar um último olhar à rosa, e voltar para dentro de casa.