Capítulo 05

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   Lara

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Lara

Dormir foi algo impossível naquela noite, não consegui parar de pensar em minha mãe e em como ela sofreu. Tudo seria diferente se Félix não tivesse cruzado seu caminho, mas como Diana dissera, Lorena não existiria e foi por causa dela que me tornei essa mulher forte e determinada. Não foi fácil para mim com quinze anos perder minha mãe e criar um bebê com deficiências físicas. Só não fomos para o orfanato por que minha tia Ana, irmã mais nova do meu pai também já falecido, e minha prima Diana se responsabilizaram por nós. No início fomos morar com elas em outro estado, um lugar totalmente diferente de onde cresci, afinal, morar na cidade onde vi minha mãe tirar sua vida não era uma opção válida para mim. Comecei a trabalhar cedo para ajudar nas despesas da casa e gastos infinitos com minha irmã, então de manhã eu estudava enquanto Lorena ficava numa creche, à tarde eu cuidava dela e à noite trabalhava como garçonete em um bar, e nessa hora, Diana ficava com a minha irmã. Quando completei dezoito anos, vendi a casa da minha mãe e comprei uma perto da casa de tia Ana e fui morar com Lorena lá. Estudei muito e consegui entrar na faculdade com uma bolsa de cem por cento no curso de comércio exterior. Consegui um emprego melhor, era secretária de um advogado e com o salário maior abri uma conta bancária, onde todos os meses eu depositava uma quantia como uma garantia para o futuro.

Concluí meu curso com êxito e fui indicada por um dos professores para trabalhar em uma multinacional. Pedi as contas como secretária e fui trabalhar na área no qual me especializei, foi onde minha vida começou a mudar, o salário era maravilhoso e finalmente pude começar a dar uma vida melhor para minha irmã, a matriculei em uma escola particular especializada em crianças com deficiências e também comecei a pagar um bom fonoaudiólogo. Hoje, depois de cinco anos tenho uma quantia razoável em minha conta, minha irmã tem uma saúde de ferro e sua deficiência não afeta seu emocional, ela não sabe nada sobre o acontecido entre Félix e nossa mãe e se depender de mim, nunca saberá. Ela tem a mim e não precisa de mais ninguém.

O dia amanheceu e eu havia dormido apenas alguns minutos, me levantei a muito custo e a primeira reação foi ligar para Diana para ter notícias de Lorena, ela ainda estava dormindo. Diana dissera que foi difícil para ela ficar longe de mim, meu coração ficou apertado e tive uma imensa vontade de voltar, entretanto não podia, precisava cumprir minha promessa e só assim poderia voltar para minha pequena.

Abri minha mala e tirei de lá roupa que usaria naquele dia, um vestido florido que ia até os joelhos, coloquei uma sapatilha preta, olhei o relógio e vi que já estava na hora, peguei minha bolsa e saí rumo ao meu primeiro contato com Félix Cavalcanti.

Pela pesquisa que Túlio fez, naquela hora, Félix estaria tomando café da manhã na cafeteria ao lado de sua empresa e seria para lá que eu iria. Minha noite mal dormida contribuiu para me deixar com o rosto abatido, cheio de olheiras e com cara de quem chorou, era assim que ele me veria, uma menina frágil e inocente.

Cheguei na cafetaria às oito e quinze da manhã, minha mão tremia, olhei dentro da loja e o vi, ele estava com uma xícara na mão, não havia mudado nada nesses trezes anos, era o mesmo homem que destruiu minha mãe, meu sangue ferveu, nunca senti tanto ódio por alguém como sentia por ele, no entanto, teria que mascarar esse sentimento, ser fria, pois teria que me relacionar com ele se quisesse perfeição no meu plano. Fiquei na porta da cafetaria só esperando o momento certo para começar a agir. Vi ele deixar uma nota de cinquenta reais no balcão e se levantar, era agora, minha hora havia chegado e no mesmo momento em que ele saiu do estabelecimento, eu entrei, causando uma colisão entre nós.

Entre Amor E Vingança (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora