Me chamo Violet Snyder e hoje é meu último dia no centro psiquiátrico, talvez muitos tentem entender o que eu fiz para estar aqui, mas deveriam tentar entender a si mesmos. Todos os seres humanos possuem algum problema psicológico, podendo não ser percebido ou até mesmo um problema grave que será notado por todos à sua volta. Portanto, a questão não é entender o meu ato, e sim entender o motivo dele, e é por isso que estou presa neste lugar.
Sempre fui conhecida por ser uma garota ativa e otimista. Na escola eu era uma líder de torcida popular, muitas vezes considerada chata e arrogante pela maioria dos alunos, mas sempre fui uma boa pessoa. Meus professores me descreviam como uma líder nata, que não tinha medos de assumir riscos e enfrentar desafios. O meu único problema era ser taxada por comportamentos negativos, como minha arrogância, meu egoísmo e certa insensibilidade, que por final mancharam minha imagem.
Após o término do Ensino Médio como uma aluna prodígio que apresentava um histórico escolar impecável, ingressei na Faculdade de Medicina da Virginia, que ficava a uma hora de distância de minha casa, mas dei preferência em morar em um dormitório da universidade e lá eu teria toda a liberdade que sempre quis, e foi lá onde se iniciou a minha pobre decadência.
Durante os dois anos que passei na Universidade, pude notar a minha mudança comportamental, antes o que era apenas comportamentos de uma mera adolescente em busca de atenção havia se tornado algo extremo, como a luta incansável para ser o centro das atenções, a busca permanente por elogios, situações em que eu agia de forma teatral, além de muitos parceiros afetivos.
Mesmo com esses comportamentos, eu ainda era capaz de manter minha imagem impecável, e, durante uma de minhas aventuras pelas festas conheci um rapaz chamado Daniel Cole, ele era o típico jovem-adulto em busca de uma garota para satisfazer seus desejos sexuais, porém era muito tímido para admitir. Após muitas bebidas, danças e drogas, me aproximei e iniciei uma conversa sugestiva com Daniel, instantaneamente nos demos muito bem. Ao longo dos meses fomos nos tornando cada vez mais próximos, mas eu não estava apaixonada por Daniel e talvez ele tenha percebido isso, então, começou a sair com outra garota.
Devido aos meus comportamentos extremos como citei anteriormente, não pude aceitar o fato de ser deixada como uma segunda opção, imediatamente liguei para Daniel e o chamei para meu quarto, a desculpa era de que eu estava passando mal. Poderia parecer uma atitude desesperada, porém eu havia passado semanas planejando tal ato.
Daniel entrou desesperadamente pelo quarto e me encontrou deitada em minha cama enquanto vestia um baby-doll branco, no criado mudo que ficava ao lado da cama havia uma garrafa de vinho e duas taças próximas a ela.
"Surpresa, meu doce Daniel..." – lembro que havia sido as minhas primeiras palavras após o espanto do jovem.
Lembro-me que enquanto Daniel estava imóvel ao lado da porta do quarto, eu me levantei e me dirigi até ele e enquanto depositava leves beijos pelo pescoço do rapaz aproveitei para trancar a porta, assim Daniel teria que ser muito inteligente para sair do quarto.
Meu plano estava indo bem, os beijos pareciam estar agradando Daniel. Eu podia ver o rapaz mordendo seus lábios a cada toque e beijo, além de notar sua pele ficando arrepiada. Porém, devido a um motivo inexplicável, o rapaz me empurrou violentamente enquanto fazia sinal de negação com a cabeça.
"Não podemos fazer isso. Isso não está certo. "
Lembro de ouvir essas palavras saindo da boca Daniel, ele claramente estava apaixonado por outra garota e eu não pude aceitar isso. Imediatamente me aproximei de minha cama e peguei a garrafa de vinho que permanecia intacta em cima do criado mudo, e com uma força e velocidade inexplicável atingi a cabeça do garoto, e como consequência surgiu um leve corte em sua cabeça. Em meio a todo aquele liquido delicioso e vermelho como sangue que estava espalhado pelo chão, o meu desejo sanguinário se tornava cada vez mais evidente, e assim, usei o que restava de uma pobre garrafa de vinho desperdiçada para fazer um enorme corte no abdômen do rapaz. Enquanto eu fazia movimentos com o vidro dentro da pele do rapaz, o mesmo soltava gritos estrondosos que de alguma forma me deixava excitada.
Em meio a uma situação sanguinária, pude retomar minha consciência e Daniel que antes era um lindo jovem, já estava pálido e suas bocas apresentavam um tom arroxeado, e, pude perceber que havia uma grande movimentação na porta de meu quarto, então tomei a decisão de me sentar em minha cama e aguardar calmamente até que resolvessem tomar alguma atitude. Em meio a toda a movimentação, comecei a ouvir barulhos estrondosos vindos da porta e então percebi que logo tomariam conhecimento de todo o ocorrido no quarto.
Após descobrirem meu terrível ato o primeiro passo foi ajudar Daniel, o mesmo foi encaminhado até o hospital mais próximo e sobreviveu. Enquanto eu fui encaminhada para a delegacia onde prestei vários depoimentos, e, após conseguir mentir mostrando que eu estava em um momento de surto quando ataquei Daniel, fui sentenciada a passar 2 anos em um hospital psiquiátrico. Hoje com 21 anos de idade, estou completamente ansiosa para sair desse lugar.
- Senhorita Violet Snyder, me acompanhe por favor – Disse um funcionário do hospital.
O homem me levou em direção à um vestuário, onde haviam roupas que meus pais deixaram no local para que eu pudesse me vestir quando o grande dia chegasse. Após eu me vestir, acompanhei o homem em direção à uma sala onde estava meu médico e meus pais conversando sobre algo com certa seriedade.
- Violet, você chegou na hora certa! – Disse o médico com certa empolgação.
- Estou muito feliz com seu desempenho, você se tornou outra pessoa e tenho certeza que terá um futuro brilhante pela frente. Porém, você deve estar ciente que necessita de acompanhamento psiquiátrico pelo resto de sua vida – O médico disse com seriedade e durante suas doces palavras pude notar a felicidade estampada nos rostos de meus pais.
- Não se preocupe doutor! Cuidamos de tudo enquanto Violet estava aqui! Fomos até um psiquiatra renomado e ele aceitou tratar de Violet – Minha mãe dizia com empolgação.
- E quem é esse tal psiquiatra renomado? – Falei com certa ironia.
- Não seja assim, Violet! Ele se chama Hannibal Lecter e tenho certeza que ele fará um ótimo trabalho! – Minha mãe dizia de forma confiante.
- Eu nunca ouvi falar sobre Hannibal Lecter, com certeza será mais um velho louco querendo tratar doenças que eu não tenho.
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Blood Hungry
Horror"As emoções humanas são um presente de nossos ancestrais animais, mas a crueldade é um presente que a humanidade deu a si mesma".