deux

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Assim que HyunA comentou sobre seu irmão, saímos de perto da multidão e fomos atrás do mesmo.
Ela me puxava enquanto seguia a cabeça tentando avistar seu gêmeo.
-Irá ficar para o debate?
Um garoto de cabelos castanhos escuros chega para perto e pergunta à mesma.

-Não sei, iremos?
Hyuna logo o responde. Creio que o mais alto fosse seu irmão.

-Ah... oi sou Hyojong- O mesmo logo diz notando minha presença ali.

-Esse é Hui, o garoto que sempre vemos na cinemateca sozinho... ele é coreano também.

A garota me apresenta para o mesmo que logo começa uma conversa. - Sempre vemos você, está em todas as cessões do Nicholas Ray.
-Ah sim... eu gosto muito filmes dele.
Respondi rápido.
-They Llive By Night?

-Culpado!
Disse sorridente fazendo com que os dois dessem risada.

-Gostei dele!- A garota disse me analisando por um momento.

-O que está acontecendo?
O garoto pergunta confuso fazendo com que sua irmã e eu olhassemos na mesma direção que a mesmo.

Logo percebemos a fumaça e uma multidão se formando, junto com guardas.
Um dos homens se aproxima do nosso pequeno grupo nos empurrando com força.

-Venham vamos correr rápido daqui!- Hyojong segura em minha mão e na da sua irmã.

Os guardas começam a destruir todo o movimento pacífico que ali acontecia, no gramado da cinemateca.
-Fascistas!
Gritavam HyunAe Hyojong contra todos aqueles homens junto á outros jovens franceses. -Nojentos!
-Enculés!

E foi assim que conheci meus primeiros e únicos amigos, em meio à um protesto.
Podia sentir meu coração acelerado, só não sabia se era porquê estava fugindo da polícia ou

porquê já estava apaixonado pelos meus melhores amigos.

...

Saindo de toda aquela multidão começamos a andar pela cidade enquanto conversávamos. Andamos por longas ruas até que chegamos em uma pequena parte da cidade aonde tudo estava mais calmo.

-Isso realmente foi apavorante.

Falo com um sorriso de adrenalina no rosto.

-Pra você é novo não? Nós quase sempre vemos isso acontecer.

Diz o garoto.

HyunA logo retira sua bolsa vermelha dos ombros pegando um sanduíche- Trouxemos comida- Ela diz me oferecendo o lanche.

-Não obrigado, não quero tirar a comida de vocês- Hyojong "ataca" a bolsa da mesma pegando seu próprio sanduíche.

-Ah pare! Nós temos o bastante para dividir não é Hyo?

A mesma corta seu lanche ao meio me oferecendo a outra metade.

Ela faz o mesmo com o lanche do irmão, fazendo com que o mesmo exclamasse-Ei! Ele já disse que não tem fome!

-Ah pare de ser egoísta, é claro que ele quer. Só é educado demais para dizer.

Diz arrancado um riso do irmão.

A garota me dá a metade do lanche do seu gêmeo.

-Muito obrigado mesmo.

A chuva da noite nos pega desprevenidos, fazendo com que HyunA colocasse seu casaco sobre nossas cabeças para que eu não chegasse encharcado em casa.
Os convidei para entrar com a desculpa de que a chuva estava forte demais, mas apenas ficaram na entrada do pequeno prédio.
Não queria que aquele encontro acabasse tão cedo.

-Aqui não parece nada charmoso mas acredite, está melhor que lá fora.

De fato não era, minha "casa" era apenas um quarto minúsculo realmente feito para intercambistas que viam sozinhos.
-Está ótimo, mas parece aconchegante para uma pessoa só. A quanto tempo vive aqui?

Perguntou o garoto.

-Hmm acho que um ano e meio, talvez nem isso. E vocês? não são nativos não é?

-Na verdade não, cheguei a este mundo nos Campos Elíseos em 1950 na calçada. Sabe quais foram minhas primeiras palavras?

Falava Hyojong
-Quais?
Entrei em seu jogo.

-Me leve de volta ao Louvre.
Hyuna riu e não pude evitar de fazer o mesmo.

-Respondendo sua pergunta Hui sim somos nativos, não somos obviamente franceses e não moramos aqui a vida inteira. Mas nos consideramos. Vinhemos quando o pai inútil de Hyojong se separou da minha falsa mãe.

Explicou HyunA.
-Então, não são irmãos de sangue?

-Não mas somos quase siameses, HyunA é a minha outra metade.

O mais alto diz dando um selinho na mesma. -E você, tem irmãos?

-Para a infelicidade dos meus pais não. O único fruto deles.

Respondi arrancando um sorriso de ambos.
-Você é uma graça Hui.
Disse HyunA- Deveria nos encontrar mais vezes.

-Não faça isso, somos contagiosos.
Exclamou Hyojong.

-Contagiosos?
Olhei de relance para ele.

-Não vai querer nos pegar.- Sorri com a fala do garoto e a outra revirou os olhos com a acusação do irmão.

-Para de assustar todos os caras bonitos Hyo- Disse com cara feia para o irmão que não levou á sério. -Queremos te convidar para jantar em nossa casa amanhã. Aceita?

-Claro, se for tão bom quanto os seus sanduíches

-Ah, dessa vez quem irá cozinhar vai ser o Hyo. Mas se quiser, posso preparar uma sobremesa sei fazer coisas deliciosas.

Ela disse com um tom tanto... pervertido fazendo com que minhas bochechas criassem uma coloração diferente.
-Você é ridícula. -Ciúmes Hyo?

Eu apenas sorri.

-Não sei o que essa palavra significa, mas sei que está na hora de voltarmos para casa. Foi um prazer te conhecer Hui, mas agora precisamos ir.

-Tchau Hui.
Despediu -se HyunA com um abraço.

-Até.
Eu voltei para meu quarto com um sorriso no rosto.

...

Peguei meu bloco de notas e comecei a escrever para minha mãe, igual todas as semanas que estive em Paris.

Mas dessa vez foi diferente, tinha coisas mais interessantes para contar.

Coisas como: conheci meus primeiros amigos metade franceses.

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Esse capítulo deu trabalho por mais incrível que pareça pois ele foi "Muito simples"

Mas é verdade, então espero que tenham gostado :)

The DreamersOnde histórias criam vida. Descubra agora