Memórias de um psicopata (Parte III)

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Eu gosto de escrever, contar da minha vida. Isso me lidera e acalma os meus demônios. Deixam a minha mente em paz para que eu possa descansar. Porém, quando eu escrevo, eu me torno verdadeiramente quem eu sou, e não aquele monstro.

Hoje, por exemplo, não irei falar do passado de minha vida nem mesmo dos meus conflitos internos, mas sim da minha vida, vista pelos meus olhos e não pelos olhos quem me vê. Sei não que não sou uma pessoa interessante, mas os meus conflitos a atraem por algum motivo. Sei que sou tedioso, mas a extraordinariedade do meu passado te faz não parar de seguir as minhas palavras. Seria, realmente eu, o psicopata aqui?

Os verdadeiros duendes mentais são os humanos que se dizem normais, que deixam seus semelhantes sofrerem ao seu lado e, mesmo podendo fazer algo, não o fazem. Homens que se dizem normais mas abraçam e amam uns e odeiam outros. Afinal, não somos semelhantes? Não somos todos iguais? Não é isso que vocês pregam e defendem com unhas e dentes? Essa sociedade é habitada por imbecis hipócritas que não merecem o topo da cadeia alimentar. Dizem que sou um psicopata, mas os que me puseram nessa cela de manicômio que são os verdadeiros assassinos e loucos, pregando a vida enquanto se matam com cigarros e químicos.

Enquanto eu era livre, eu vivia em paz, apesar de todo ódio que eu sentia (e ainda sinto) dessas bostas. Sentado em minha varanda um dia, por exemplo, vi um senhor com seu filho, cujo não tinha muita idade. Ele parecia ser bondoso, mas o vi renegar um pobre cão sujo na rua à frente. A criança olhava com dó, querendo ajudamos, mas o homem o repreendeu. Me levantei e fui atras dele. Busquei uma explicação por ter feito isso.

Aquele homem fugia de mim. Pior do que fazer errado, viver errado, ele se negava a tentar corrigir-se apesar de tudo. Havia lagrimas nos olhos daquele anjo que o acompanhava. As crianças são puras. Pena que os homens às educam de forma a se tornarem demônios sociais. Aquela criança queria ser salva.

Aquele homem, depois que eu o alcancei, busquei explicações e tentei educá-lo, mas ele se negava ate de se mover. Ele, por algum motivo, não queria se levantar. Decidi ir embora e deixá-lo com seu filho e voltei para casa.

Chegando lá, me acusaram de muitas coisas. Claro, são homens, e não aceitam serem corrigidos. Nao me lembro de mais nada depois disso. Voltei à minha consciência sentado numa cadeira incômoda, com engravatados decidindo o meu destino. Bem, nem preciso dizer que vim para cá, mesmo a sociedade querendo a minha cabeça, a minha morte eu estou aqui, vivo mas preso por motivos além de minha compreensão. Taxado de louco, numa prisão especial.

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⏰ Última atualização: Oct 06, 2014 ⏰

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