Rodrigo Prates

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Era começo de dezembro, dia 3. Um sábado á tarde, mais um dia quente de um ano que estava acabando. Embora tenha começado igual aos outros dias, no seu decorrer e até o dia acabar, muita coisa iria acontecer. Mas, eu não sabia disso. Se eu soubesse, não teria levantado, não teria me arrumado e ido para a cidade vizinha, ou mesmo que eu fosse não teria sido na companhia dele.

Um amigo que freqüentava a mesma igreja que eu, aquela que minha mãe me obrigava á ir. Segundo ela, minha liberdade viria apenas após completar 21 anos. E eu havia completado tal idade há uma semana. Era livre então, para fazer minhas escolhas, para me envolver sexual e oficialmente com quem eu quisesse. Era livre!  Uma liberdade consentida á menina tão imatura que eu era naquela época.

Essa cena da minha vida, eu não vou contar com detalhes, eles iriam estragar a história com tantas manchas de sangue, da virgindade que ele brutalmente arrancou de mim. Foi algo estúpido, louco, bruto. Foi o começo do fim. Me senti usada, abusada e podre. Não foi um estupro, eu permiti e não pedi que parasse, embora, tenha "saído" dali. Deixei que ele fizesse o que desejasse, e voltei depois que acabou somente.

Porém, tudo na nossa vida nos trás um aprendizado. E ali, eu tive vários e falarei deles ainda, um por um. Mas, algo que aprendi e me modificou muito, foi que, mesmo em uma situação de violência, eu me senti atiçada, excitada. Não senti prazer algum no sentimento de ser abusada, mas, a dor que a relação causou, me lembrou das brincadeiras de criança. De como eu me sentia leve depois que parava de tremer ao apanhar das amigas.

Eu queria aquela sensação novamente, mas, dali em diante, eu teria o controle da situação. Ninguém mais iria usar meu corpo sem que eu comandasse esse uso.  Foi assim que eu me levantei do abismo e decidi que seria forte. Eu seria o tipo de pessoa que nem o diabo se atreveria á chegar perto.

Fui fiel a essa decisão. Durante anos eu me mantive firme e forte e durante o tempo que se passou minhas atitudes foram transformadas. Deixei de ser aquela boba garota mimada, fui á luta. Saí da casa de meus pais e fui alugar um apartamento. Lá, pude receber meus amantes, homens e mulheres. Amante é a palavra certa para definir, embora, eu só tenha me relacionado com pessoas livres. Isso de traição não rola comigo. Sem falar que quero um corpo onde possa arranhar, morder e me divertir sem medo das marcas. Assim, como eles me marcavam livre e dolorosamente. Vivi muitas fantasias.

Fantasias que muita das vezes envolvia dor, respeito, obediência e submissão. Da parte deles, é claro. Eu mandava, eles obedeciam. Me entregavam seus corpos, eu contolava suas vidas e seus prazeres. Fazia minhas obras de arte em vossos corpos, moldava os pensamentos. Como uma única vez haviam feito comigo. E isso, não se repetiria nunca.

 Na vida profissional, eu amadureci, reformei o hotel que meu avô fundou e que me deixou como herança. Foi muito difícil sobreviver á alguns daqueles dias, em especial, os que se passaram após sua morte. Entretanto eu precisava continuar sendo forte. Precisava vencer o medo e a vontade de me isolar.

O hotel era pequeno, apenas quatro andares. Três deles com quatro quartos cada. E uma suíte no último andar. Era um quarto especial, maior que os outros, com uma vista linda. Eu tinha minha própria casa, que ficava do outro lado da cidade. Então, por comodidade, eu me mudei para a suíte, 6 meses depois de assumir o hotel.

Em uma das noites em que eu treinava os novos contratados para atender ao bar, eu vi um homem desconhecido se aproximar. Ele entrou discreto, era alto e seu corpo impunha presença, mesmo, se ele não quisesse chamar atenção. Fui discreta ao olhar para ele, quando sentou – se no balcão.

Dei uma respirada quase discreta, olhei para ele e quase esqueci que estava no trabalho e ele era um cliente.

 - Boa noite. Você deseja um drink? Eu disse com a voz bamba.

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⏰ Última atualização: Aug 29, 2021 ⏰

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