chapter 2

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P.O.V Vitória Collins

Eu estava voltando do ensaio acompanhada de Artur. Ele me deixa em frente a minha casa, e vira de frente pra mim para me abraçar. Ele envolve minha cintura com seus braços longos e magros, apertando meu corpo contra o seu, admito que isso fez com que eu precisasse ficar na ponta dos pés, por conta da diferença de altura. Não que eu esteja reclamando, nunca, eu até gosto disso. Ele afrouxa o aperto do abraço e se afasta lentamente.

- An, tchau então, até logo... - Se despede ele e me entrega meu violão que o mesmo fez questão de trazer para mim.

- Até.

Entro em casa e vou direto ao meu quarto largando meu violão no suporte e entro no meu banheiro indo para a ducha. Estava tão cansada que quando eram dez horas da noite já estava dormindo.

...

Acordo um pouco mais disposta que no dia anterior. Era o dia do Coachella! Era impossível não estar, e além da empolgação existia também o nervosismo, a ansiedade e também o medo. Pela apresentação e pela aposta que havia feito com Mirela. Dizem que no coachella "tudo acontece", e a partir dai apostamos que ela iria colocar a mão no membro de Leandro, ou seja, mãos bobas. E eu beijaria o Artur. Esse era o ponto no qual queria chegar, eu estava ansiosa para lhe beijar, mas com medo, não de beijá-lo, mas sim dele não corresponder.

Me dirijo a casa de Mirela que era a duas casas da minha, um tanto quanto mais cedo. O medo e a ansiedade faziam isso comigo, se ficasse mais um minuto naquela casa onde fico praticamente sempre sozinha, já que meus pais sempre estão em viagens de negócios, ou quando estão ficam trancados no escritório trabalhando, mas como sempre eles acham que a porra de uma mesada cobre a ausência deles.

Chego na casa de Mirela e sou recebida por tia May, ou Maiara se preferir, ela como sempre estava com um sorriso lindo no rosto. Tia May sempre foi uma mulher muito bela, Mirela puxou seu narizinho, pequeno e meio arrebitado, a sombrancelha sempre bem feita e fina, o rosto meio arredondado de forma fofa, os cabelos eram castanhos diferentes dos de Mirela que eram loiros acobreados.

Tia May sempre foi como uma mãe para mim, sempre estava lá quando eu precisava, até mesmo quando eu eu e Mirela brigávamos. Ela e Mirela sempre estiveram presente nos meus momentos importantes, por exemplo, quando e chorei horrores quando levei meu primeiro fora, ou quando minha avó faleceu, também foram elas que estiveram ali quando tive o diagnóstico de depressão e ansiedade, quando fiquei desamparada por meus pais não terem vindo na minha formatura, que era algo extremamente importante para mim.

- Olá querida, como vai?- Pergunta ti May.

- Vou bem tia. E a senhora?- Falamos rapidinho e subi para o quarto de minha melhor amiga.

Abro a porta e a vejo penteando seu cabelo.

- Bom dia, princesa!- Ela vira para mim com cara de tédio.

- Que horas são pra você estar aqui tão cedo?

- Quem se importa com o horário?- Debochei, mais de mim mesma pois na maioria das vezes sou pontual e me importo muito com isso, para me atrasar só por um grande motivo.

- Tá preparada pra perder uma aposta hoje?- Na verdade, não vou perder.

- Engraçadinha.-Estava claro que iria perder na da mão boba, mas não na do beijo.- Vamos logo, a gente vai se atrasar!

- Me espera - Grita enquanto eu rindo, desso as escadas correndo.

Chegamos Indio High School, nossa querida escola. SÓ QUE NÃO.

Sério, eu odeio aquela escola. Você já assistiu 13 reasons why? Nossa escola era tipo isso. Se você ainda não viu, eu lhe explico. Todos são babacas, que só pensam em si próprio e como fala Clay Jensen: Todos são tão legais até te levarem a cometer suicídio. Os funcionários, como os professores, diretora, coordenadores, enfim, são do tipo que só percebe que algum aluno tem depressão quando ele tenta ou comete suicídio, mas então se isso acontece eles colam cartazes de "Não se mate, sua vida é importante para nós '', mas todos sabemos que são apenas palavras. As pessoas daqui são extremamente preconceituosas, homofóbicas, racistas, etc. E também temos o 4 ano do ensino médio.

Stealth LoverOnde histórias criam vida. Descubra agora