ela era minha âncora, sabe?
aquela com quem a gente conta sempre
ela afundava apenas pra eu ficar no lugar
ela se importava comigolembro de colocar meus pés nos dela
era especial
dançavamos aquela valsa esquisita
que só a gente entendiaviviamos juntas,
então saudade nao era problema.
mas aí,
toda história tem seu "mas"
e o meu se chamava tempo.ele corria,
como se estivesse atrasado,
como se quisesse acompanhar algo
ou compensar.mas era egoísta.
tão egoísta que acabou com a gente,
e de todas as manhãs com café fraco
passamos a uma tarde no sábado,
depois ligações de pouca duração no domingo.não era proposital,
nunca foi.
minhas prioridades eram outras
e é tudo culpa do tempo.ou não.
não sei dizer,
apenas preciso de alguém
só para culpar.
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não era sobre você.
PoesíaPropriedade de Tara Dwyer. Poeta para quem interpreta. Assassina para quem toca. Tristeza para quem não sente.