Chegamos. - a voz rouca do taxista desperta Jimin de seu transe.
Jimin estava indo para sua primeira consulta ao pscicólogo, se sentia amedrontado e nervoso. Coçava levemente suas cicatrizes que já adquiriam um tom avermelhado.
Seus olhinhos castanhos se movimentavam de um lado a outro procurando por algo que pudesse o ajudar a escapar.O local estava quase vazio, haviam apenas duas moças e um rapaz sentados sobre as cadeiras azuis que Jimin considerava traumatizantes.
Ele já havia estado em hospitais tantas vezes na vida que não conseguia nem se lembrar ao certo. Eram também tantas as razões que o faziam ir até lá: seu irmão quase morto por overdose, sua mãe com hematomas sangrentos pelo corpo e até mesmo quando o próprio Jimin havia cortado os pulsos.
Enfim, não era um local muito convidativo para o rapaz.
Sentou-se distante de todos os outros ali presentes e pôs-se a pensar sobre como não gostaria de estar naquele consultório.
Sua mãe o obrigara a frequentar o psicólogo, ela achava que poderia ajudar o filho de alguma maneira, mas mal sabia ela que Jimin já não tinha mais solução. O garoto era um caso perdido, como os seus colegas sempre diziam..." Você é um fracassado, Park Jimin! "
" Seu futuro vai ser vender drogas e depois ser morto, igual aconteceu com seu irmão. "
" Tenho nojo de estudar com um gay porco como você! "As palavras ditas por seus colegas nunca saiam de sua cabeça, as frases de ódio conviviam consigo vinte e quatro horas por dia, e elas atormentavam Jimin.
- Park Jimin! - seu nome é chamado pela secretária alta e magra atrás do balcão de recepção.
Custou-se a levantar e até pensou em correr de volta para casa, mas sabia que sua mãe o xingaria por trinta minutos seguidos.
- Está tudo certo, senhor Park. - a moça diz, devolvendo os documentos à Jimin com um sorriso no rosto - Aguarde mais um pouco, logo o doutor lhe chamará pelo nome!
Jimin estava curioso em descobrir quem seria seu doutor. Na sua mente imaginava um homem velho com muitas experiências de vida que daria conselhos manjados e inúteis.
Ele nem se importava na verdade, só teria de falar quaisquer bobagens e depois estaria liberado. Pensando bem, era melhor estar ali do que estar em casa com sua mãe o incomodando.
As vezes sua bipolaridade o assustava. Uma hora queria fugir para casa e outra queria fugir de casa. Ele sabia que era complexo de mais até para entender a si mesmo.
Sua curta vida parecia longa demais, com acontecimentos demais, com dores demais. Só de pensar em relembrar tudo o rapaz sentia um nó se formar na garganta. Queria chorar, queria se machucar.
Dezessete anos: essa era a idade dele, apenas dezessete anos. Mas não pense que Jimin era um garoto imaturo e idiota, não! Ele era um adulto, se sentia e agia como um.
A vida o fez amadurecer cedo, ele sabia cuidar de si próprio e também de sua mãe nos dias em que a mesma encontrava-se bêbada de mais.Ele era um rapaz forte por fora, mas frágil por dentro. Se sentia um inútil por não conseguir segurar as pontas e se cortar. Queria acabar com aquela vida cheia de violência e tristeza, mas não conseguiu, nem para isso ele servia!
Retirado novamente de seus pensamentos, Jimin é finalmente chamado cerca de sete minutos depois de passar pela secretária.
Seus olhos se arregalaram e seu coração disparou. Sabia que não havia como fugir, teria que entrar naquela sala e aguentar a sessão.
Se levantou demoradamente e seguiu até a sala de onde a voz masculina chamou seu nome.
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Psycology | pjm'jjk
Fanfiction"[...] Suas línguas juntaram-se e suas almas vibraram felizes por se fundirem. Ambos sentiam cordas ao seu redor, cordas que os amarravam e os puxavam mais para perto um do outro..." Uma história na qual é retratada a vida de Park Jimin - um jove...