As copas das árvores mal permitiam que a luz do luar adentrasse a floresta, os gritos dos corvos era demasiado intenso e uma camada espessa de névoa espalhava-se pela terra, envolvendo troncos, esfriando o ambiente, escondendo corpos. Nada, absolutamente nada era nítido e, talvez, era isso o que mais deixava seu coração aflito. A incerteza constante era o motivo de seus batimentos cardíacos acelerados.
A possibilidade de já ter, ou de até mesmo estar pisando em restos mortais havia atravessado sua cabeça inúmeras vezes, por mais que sua trajetória apenas tivesse começado. Suas suspeitas podem ter sido confirmadas no momento em que ouviu o som de algo partindo-se. Pensou então, que devia ser o osso de um dos cadáveres, o qual teria quebrado no instante em que a menina depositou seu peso sobre algum de seus membros. Deixou que um grunhido escapasse.
Como se tal acontecimento não tivesse sido suficientemente aterrorizante, a garota repara que as aves de penas pretas tinham parado de gralhar e que agora encontravam-se nos galhos, observando-a, estudando-a, degustando de sua carne pura através de seus olhares famintos. Por que iriam querer justamente ela se ali jaziam tantos corpos?
Seguindo um de seus instintos mais primitivos, a menina corre desesperada, apenas para encontrar seu destino final, o abismo.
Inspirando o máximo de ar possível para seus pulmões, Mary acorda de madrugada completamente desnorteada, questionando se agora estava realmente deitada em sua cama, no quarto que dividia com o irmão, ou se estaria em mais um de seus sonhos.
Ao ouvir o ronco de Aslan, a menina deixa todo o ar que estava comprimindo sair, aliviada por constatar que essa era a realidade e não um cenário assombroso criado por sua consciência, por mais que seu gêmeo pudesse ser assustador de vez em quando.
Deslizou as pernas para fora da cama e pôs os pés no chão, estalando seus dedos, pescoço e costas para aliviar um pouco da tensão que ainda sentia, ficando de pé logo em seguida.
Ela sabia que não conseguiria voltar a dormir, não enquanto permanecesse com medo de sua mente fértil.
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A Filha Das Sombras - Guerra Sangrenta [HIATUS]
Fantasy"Na guerra não existe o meio termo, ou você escolhe um lado, ou tem a morte como destino." Mayar (Mary) bem sabia disso e, por tanto, como a boa filha que era, estava ao lado de quem quer que seus pais apoiassem, mesmo que isso pudesse ir contr...