PRÓLOGO

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       A TURBULÊNCIA do navio fazia com que os tripulantes não conseguissem se manter em um perfeito equilíbrio, de forma que eles estavam constantemente batendo um no outro e, caindo diante a força que as águas usavam para balançar a embarcação

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       A TURBULÊNCIA do navio fazia com que os tripulantes não conseguissem se manter em um perfeito equilíbrio, de forma que eles estavam constantemente batendo um no outro e, caindo diante a força que as águas usavam para balançar a embarcação. Haviam previsto que o mar não estaria nas condições recomendáveis a uma expedição, porém, há um tempo que eles adiavam e o chefe deixou claro que isso não poderia acontecer mais. Agora, teriam que enfrentar a fúria de um gigante disposto a derrubar o barco.

     Mas entre marinheiros e militares concentrados em seu trabalho, um garoto chamava a atenção e, enquanto caminhava, os outros resmungavam perante sua presença.

— Se for para atrapalhar, seria melhor que nem saísse da cabine, moleque! — um homem berra, no momento em que o jovem esbarra nele.

— Tudo bem, Hugo! Eu também gosto bastante de você. — ele vira as costas, o mais rápido possível, com medo de que Hugo queira presentea-lo com um olho roxo.

    Em todas as viagens da tripulação, quando ele possuía a oportunidade, mesmo que intencionalmente, conseguia frustrar todos com conversas estranhas e com a sua curiosidade constante. Apesar disso, alguns evitavam se irritar, pois sabiam que isso só era a maneira do garoto atrair um pouco de atenção para si.

— O que você está fazendo aqui, Steve? — o garoto dá um sobressalto ao ouvir a voz furiosa do pai.

— Estava ficando entediado na cabine. E também, pensei em ajudar aqui. — Steve confessa, colocando as mãos nos bolsos de sua jaqueta.

— A tempestade está muito forte, e não há nada para você fazer aqui. — o mais velho se agacha e explica calmamente ao filho. — Agora, alguém leva esse menino daqui?

     O homem grita para ninguém em específico, e espera que uma pessoa atenda seu pedido, considerando que o mesmo era o chefe. No entanto, como todos estavam concentrados totalmente em não permitir que o barco virasse, Steve continua parado no meio do convés. O mais velho suspira, bate a mão no rosto e apenas pede que o garoto o obedeça. Ao contrário do que o homem imaginava que Steve faria, agindo como uma pessoa responsável, ele começa a procurar alguém que necessitaria de sua ajuda. Só que todos já tinham um auxílio extra, e durante uns instantes, Steve considerou a ideia de voltar a cabine. Mas um detalhe é captado por seu olhar.

    Ao longe, uma corda que até poucos minutos, estava amarrada a um gancho, se balançava livre de um lado para o outro, preocupando Steve. Do seu pouco entendimento sobre barcos, aquilo poderia significar problemas sérios. Então, parando a frente da corda, Steve tenta relembrar o nó perfeito que seu pai o ensinara, quando era pequeno. A única época em que o mais velho teve olhos para outra coisa além de seu trabalho.

     Depois de uma certa luta com a corda, já que suas mãos se encontravam bastante escorregadias, Steve sorri ao ver o trabalho que havia feito. Mas de repente, assim que o garoto sente seu corpo sendo empurrado por uma força causada pela perda do controle do barco, seu sorriso se desfaz. Se não fosse pela sua reação imediata de agarrar o mastro, teria chegado a borda. Rapidamente, o homem encarregado de cuidar da roda do leme, recupera um pouco da estabilidade. 

    O mar e o céu estavam enfurecidos, e nada poderia acalma-los naquele momento.

— Tomem cuidado, homens. — um tripulante grita, quase sendo derrubado como acontecera a Steve.

     O jovem Trevor começa a ponderar que deveria seguir as ordens de seu pai, e então caminha na direção da porta que o levaria aos quartos. Porém, novamente o navio balança, agora com uma enorme violência, estragando os planos de Steve. A força dos mares é maior que a das suas pernas, de modo que elas tremem diversas vezes enquanto o garoto tentava não cair. Ele volta a segurar o mastro, totalmente inseguro de continuar seu caminho. Só que logo, Steve é obrigado a desistir, pois a ventania parte o mastro no meio e quase o acerta. Ele rapidamente deita no chão, mas quando o navio perde a direção, o Trevor é arrastado até a borda. A diferença é que antes, existia uma barreira que pudesse impedi-lo de mergulhar na água; agora, o mastro a destruira.

— Pai! — a voz de Steve saí esganiçada. Apesar da força do grito, seu pai estava preocupado com a situação de seu navio, não escutando o chamado desesperado.

As mãos do garoto procuram algo para se segurar, e conseguem achar somente no momento em que a distância de Steve e o mar diminuía perigosamente. Uma parte da borda que não fora destruída serve de impecilho, mas ainda assim, a tempestade cria novas turbulências no navio e as mãos machucadas de Steve falham na tarefa de segurarem firme. 

    O garoto sente o frio das águas atingirem seu corpo, e ele estremece.  Várias vezes, Steve persiste na chance de que seu pai escute seus gritos, e isso apenas facilita a entrada da água em seus pulmões. Quando o seu corpo não suporta mais seus esforços, ele interpreta isso como um sinal de que não seria salvo. O pai estava muito atento no seu objetivo de recuperar o controle total da roda. 

      A visão de Steve Trevor fica embaçada. O navio ainda enfrentava a fúria do mar e do céu, a batalha estava sendo perdida para as forças da natureza. A cena dele pendendo para um lado, deixa Steve desesperado e o mesmo tenta permanecer acordado — uma tentativa falha. Seus olhos começam a fechar lentamente, até se apagarem por completo. Mas antes, ele escuta a voz estridente e cheia de angústia do pai.

— Steve, onde você está?

La Vie En Rose [MULHER-MARAVILHA]Onde histórias criam vida. Descubra agora