Capítulo XIII

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-Por favor diz-me o que é que se passa, eu preciso de saber- ele implorou, e eu não tinha acerteza do que iria dizer.
Naquele momento só me apetecia desaparecer. Eu além de me sentir mal sinto vergonha, por nunca ter tido uma mãe, um pai , uma família, como o Harry. Ele de certeza que não iria entender o que seria isso.
Isto é tudo muito complicado, e não sei se estou pronta para dizer, porque se algo se espalha-se pela imprensa, seria pior, mas eu sei que ele não era capaz de fazer isso, mas alguém poderia descobrir. E eu odeio falar sobre isto, consegue-me mesmo deitar a baixo.
- É complicado...- foi a única coisa que consegui dizer de momento, e na verdade isto tudo é complicado, eu não sei.
-Diz, Bea. Porque gritavas tanto hoje?- agora quem estava a gritar era ele. Quando é que eu gritei? wow, já nem sei o que eu faço, muito normal.
- Quando?- perguntei tentando não gritar com o Harry, que era a única coisa que ele estava a fazer, e o tom dele chateado assusta-me imenso.
De noite.- ele foi muito direto quando respondeu.
Como é que eu gritei durante a noite , eu dormi tão bem, e tão aconchegadinha. A minha pergunta é: O QUE SE PASSA AQUI ?
Nada bate certo,como é que eu não sei o que faço, isto é absurdo. Mas ele está a falar do quê? De certeza que estamos a falar de coisas diferentes. Ele está a falar de eu a gritar durante a noite e eu estou a pensar naquilo da entrevista. Seriamente que é que se passa aqui?
- então Bea, não te faças de
desentendida. Eu sei o que vi e ouvi. Durante a noite tu gritavas e não te paravas de mexer, como se tivesses a ter pesadelos. Pelo o que eu percebi tu estavas a gritar o meu nome é não só também gritavas o nome de uma tal Karen, e o resto não percebi,
começaste a falar em português. DIZ A VERDADE.!- bem enquanto ele dizia isto tudo nem respirava, apenas gritava pela 3527283873 vez. Agora já percebi o que aconteceu.
Estou completamente sem palavras. Nunca tinha conhecido esta parte do Harry: rude e nervoso . Sem dúvida que neste momento só me apetecia esconder.
Deixei sair um suspiro da minha boca, um pouco alto de mais, e tentei controlar as lágrimas. Nunca pensei que o Harry podesse falar desta maneira comigo. Só passaram dias e já estamos assim.
Acabei por virar costas ao Harry e peguei na minha mala e no meu telemóvel para me ir embora. Estava mesmo a precisar de apanhar ar. Eu poderia estar a agir mal , mas precisava mesmo de estar sozinha.
Antes de abrir a porta senti o Harry a agarrar-me o braço com força e eu tirei a mão dele rapidamente
-LARGA-ME HARRY.- gritei da maneira que ele tinha falado à bocado comigo.
- desculpa, podemos conversar?- limitei-me apenas a olhar para ele, mas acabei por não lhe responder.
Um lado de mim diz que eu devo sair e ir embora e outro diz para ficar e resolver tudo. Estou com raiva dele mas eu gosto tanto dele ao mesmo tempo.
- por favor- ele voltou a implorar calmamente e acabei por atirar a minha mala para a mesa , ainda um pouco irritada.
Sentei-me no sofá e enrolei o meu corpo numa das mantanhas fofas e quentes que estava aí em cima. Estava demasiado frio, por isso ainda cheguei a fechar a janela.
- queres um chá?- perguntou o Harry.
Ele está a fazer de propósito porque sabe perfeitamente que eu detesto chá e enjoa-me.
-sabes que eu detesto chá Harold.- no meio disto tudo tentei ter um pouco sentido de humor, pois ele estava apenas a brincar. Ele pode ser mais velho mas leva tudo para a brincadeira e não tem muita maturidade.
-Chamar-me Harold é bom sinal, certo?- ele sorriu
-shiuu Harry, não não é.- e escondi a cara na almofada pois estava pronta a corar e depois ele ia rir-se.
- sendo assim queres café ,bebé?- bebé foi querido e ele está a fazer um esforço.
- Depois de ter sido tão rude, acho que não merecia.- disse tentando mostrar que estava um pouco arrependida do que fiz, pois ele também já o tinha feito.
- mereces tudo no mundo - disse o Harry pegando no meu café e caminhou até ao sofá para me entregar e eu roubei-lhe um beijo de seguida.
O Harry finalmente sentou-se no sofá e acabei por me deitar de barriga para cima no corpo dele presa pelos braços dele enquanto bebia o meu café.
- queres me contar o que aconteceu?
Está tudo bem asério eu vou estar sempre aqui - acho que vou contar. Ele tem que saber e não posso esconder isto para sempre. E talvez é bom desabafar com alguém.
- eu para ser sincera, nem sabia que gritei. Nem sou pessoa de ter pesadelos e falar durante a noite. Ahmm... Karen é o nome da minha mãe...- comeceu por dizer.
- E o que tem a minha sogra? - perguntou ele brincando. Oh espera ele ainda não deve ter percebido e está-se a rir.
- a tua sogra morreu quando eu tinha 8 anos, e o meu pai também. - fui o mais direta possível e tentei não demorar muito para não começar a chorar.
- oh desculpa ter me rido não foi intenção. Calma bebe.- ele abraçou-me com força.
- Está tudo bem Harry. Mais tarde ou mais cedo teria que acontecer. Comigo é que calhou mais cedo. Mas ninguém tem o poder de escolher. - comecei desta vez a chorar pois já tinha os meus olhos molhados completamente a arder.
- não chores por favor. Como fizeste estes anos todos sendo que tens 17? Certo?
- 16- corrigi.- quando soube da noticia no meu dia de aniversário mudei-me para Londres com a Bria e a irmã e quando a Bria fez 18 ficámos apenas as duas e já tem sido assim por isso estou sempre habituada a estar com ela. Harry?
- sim?
- Nunca me deixes por favor. - eu abracei-me a ele com força.- tu e a bria sãos os únicos na minha vida. Por favor- implorei. O Harry tem mesmo me feito tão bem durante estes dias e não o quero mesmo perder por nada.
-Nunca bebe vamos ficar sempre juntos, prometo. You and I.- aquelas palavras vindas da boca dele fizeram-me corar e encostei a minha cabeça ao ombro dele.
**
-Fala-me de ti.- ele disse.
-Sou portuguesa, estou num curso de canto e instrumento em Londres, ahhm e não tenho assim um grande plano de vida hah..
- eu pensava que eras mesmo britânica. A tua mãe é certo? E o teu pai? Tocas o quê?- o Harry só pode estar mesmo curioso. Tantas perguntas, nem consigo racicionar.
- a minha mãe é mas o meu pai é português. O nome dele era David. Toco vários instrumentos de cordas e também piano.
-não consigo mesmo imaginar o teu sofrimento e este tempo que passaste . És muito corajosa. Ainda andas na escola ou só no conservatório?- confesso que está a ser bastante agradável falar com ele.
-nos dois ao mesmo tempo.-
-wow, estás a tirar o quê?- ele perguntou.
-Apenas estou em música, talvez irei ser professora e dar aulas particulares.

-Não. uma coisa eu garanto-te tu vais ser grande pode ainda demorar mas vais.

- espero Harry. É mesmo o meu sonho.

- e vais conseguir, tenho a certeza .- espero que as palavras dele se tornem realidade.

**

-Estás cansada? - ele perguntou levantando-se do sofá.

-Nem por isso.- disse bebendo o resto do café que restava.

-Gostas de Ed sheeran?- eu obviamente adoro. Abanei com a cabeça que sim e um sorriso esboçou- se na cara do Harry.
- Arranja te rápido e vamos.- ele disse diretamente .

Oiii volteei. Espero que tenham gostado. Ly e vou publicar mais rápido.

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