Capítulo 1

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O som de ferro batendo em ferro se fazia ouvir pela forja, o fogo aceso crepitava tão alto que mais parecia o rugido de algum demônio e o calor que emanava fazia com que o suor vertesse de Martin como uma cachoeira, empapando seu peito e refletindo a luz das chamas. Martin descia seu martelo contra um pedaço de metal negro com toda a sua força, seus músculos tremiam à medida que o tempo passava, mas o metal sequer era aranhado com as batidas potentes e mal incandescia ao ser colocado no fogo.

Martin o tinha deixado dentro da forja por mais de seis horas e a alimentara com um tipo de madeira especial para conseguir uma temperatura mais alta do que o normal, mas mesmo que o cedro fosse duro como pedra e produzisse um calor descomunal, o metal negro mal incandescia depois de seis horas no fogo intenso.

O ferreiro não sabia mais o que fazer além de continuar batendo contra a chapa de metal para que cedesse, mas sua dureza impressionava até o melhor dos ferreiros. Martin secou o suor do rosto e voltou a descer seu martelo contra o ferro que parecia absorver o impacto das marteladas de Martin, que mesmo imbuídas de energia mágica não eram o suficientes e ainda assim eram absorvidas pelo metal.

Martin ficou irritado e desceu o martelo com mais força, o metal tiniu e metade do martelo se partiu e saiu voando pelo recinto, caindo dentro da forja acesa e incandescendo rapidamente até começar a derreter. Martin suspirou, já era o décimo quarto martelo que ele quebrava e mal tinha conseguido achatar a chapa de metal, sempre terminava com o martelo quebrado ou com um pedaço dele cravado em algum lugar da forja.

O ferreiro decidiu que era hora de descansar, já estava na forja faziam muitas horas e seu corpo já estava reclamando, então ele decidiu era hora de parar e começou a tirar o avental de couro que usava, mas ao olhar para as chamas da forja que queimavam vorazmente ele decidiu que tentaria de novo, não hoje, talvez amanhã, mas tentaria de novo.

Martin pegou a chapa de ferro e a arremessou dentro da forja, virou as costas tirando seu avental e saiu pela porta no fundo do recinto. Seus pensamentos giravam em torno da lâmina que pretendia fazer com aquela chapa de metal, mas ele já tinha tentado de tudo desde magias de fogo até magias de transmutação para mudar as propriedades do metal e nada havia dado certo.

Ele não encontrou Jhon pelo caminho para fora da forja e sabia que o velho ferreiro estava em alguma casa consertando algum arado ou coisa parecida, provavelmente na casa dos Braten que deviam plantar no concreto, pois seus dois arados sempre estavam quebrados ou dentados. Martin tinha conhecido Jhon a muito tempo atrás e se ofereceu para trabalhar na forja, o velho ferreiro aceitou a ajuda de bom grado e ofereceu abrigo e comida, além de algumas moedas de prata pelo trabalho de Martin.

Martin abanou a cabeça para desanuvia-la e olhou em sua volta, ele já tinha andado mais do que imaginava e a taverna Kiralia se assomava em sua frente, e embora pequena atraía quase todos os moradores da pequena cidade Rianam. Martin era um cliente frequente e sempre que podia passava pela taverna para beber da cerveja forte e comer um dos melhores cozidos que já experimentou.

Ao adentrar no recinto, alguns rostos se viraram para encara-lo e a conversa alta diminuiu para ver quem passaria pela porta, mas ao verem Martim seus rostos se viraram novamente e a conversa continuou. Martin cumprimentou algumas pessoas com acenos de cabeça enquanto andava até uma das mesas no fundo da taverna, algumas pessoas sorriam e erguiam seus canecos de cerveja em direção a Martin que devolvia os sorrisos.

Martin se sentou e esperou que Jake, o taverneiro, viesse até ele.

- Vim oferecer o prato do dia, mas sei que vai querer o de sempre. - Jake fez uma carreta para Martin antes de continuar. - Você não cansa de comer sempre o mesmo cozido de coelho?

- É por conta desse cozido que eu venho até aqui Jake. - Martin sorriu ao encarrar o taverneiro. - Não é sempre que tenho a oportunidade de comer esse cozido, então eu tento aproveitar quando posso.

O assassino do rei - Primeira parteWhere stories live. Discover now