Hey Pessoal. Esse é um conto que aquece meu coração. Cada um deles foi criado com o maior amor e carinho. Que tal vocês deixarem seu carinho aqui em formato de comentários? Adoro conversar com vocês <3
***
B de Bianca,
Era Outono de 2016. Você morava na casa ao lado, e nunca trocamos nenhuma palavra, talvez fosse minha culpa ou da minha timidez, pois sempre que você passava, eu abaixava a cabeça. Era o primeiro ano do ensino médio. Você nem notava que eu existia, mas porque notaria, certo? Era a popular da escola, adorada e querida por todos. Ao mesmo tempo era a esperta, a cdf sem parecer uma e a menina mais linda que eu conhecia. Você costumava andar pela escola conversando com sua melhor amiga, estavam sempre tão unidas, que até pareciam irmãs. Você nunca quebrava nenhuma regra. Nunca agia de forma errada. Nunca nem mesmo era má. Você era apenas você, e era tão incrível que não existe palavras em todo o universo para te descrever. Toda vez que te via, estava com aquele caderno cor de rosa nas mãos, as vezes você olhava fixamente para o nada e então começava a escrever freneticamente, eu desejava saber o que você tanto escrevia, na verdade, sonhava estar com você, conhecer seus pensamentos e sentimentos. Mas você não me notava e eu não me fazia por notar.
Ainda era Outono de 2016. A chuva caia e você brincava nela, sem medo de ficar doente, sem medo de cair, sem medo de nada, lá estava você, pulando e sorrindo, deixando a água escorrer por seu rosto, naquele momento era livre e inspirava qualquer pessoa que olhasse. Por breves segundos, quase fui em sua direção, mas então sua amiga apareceu e o medo de ser rejeitado me impediu de ir até você. Aquele foi o primeiro ano que te perdi.
Era Outono de 2017. Passei o ano te olhando da casa ao lado e para minha sorte, nossas mães se tornaram amigas, mas não parecia que isso iria acontecer conosco, mesmo que o destino estivesse tentando me ajudar. Iriamos jantar em sua casa, celebrar o casamento de 25 anos de seus pais, eu me arrumei, até comprei uma camisa nova, mas você simplesmente não foi. O que teria acontecido para você não ir ao aniversário de casamento dos seus pais? Eu não tive a resposta, afinal, não nos falávamos. Aquele era o nosso segundo ano no ensino médio e as coisas estavam tensa, vi você brigando com sua melhor amiga, você estava chorando, eu queria tanto te consolar, mas eu não consegui chegar até você, porque meu medo de ser rejeitado me impedia.
Ainda era Outono de 2017. A chuva caia e você chorava. Esse ano não houve sorrisos, mas sim lágrimas misturadas a chuva, você estava sofrendo. Eu queria ir até você, queria te consolar, sem nem mesmo saber o porquê estava chorando. Eu ia ir até você, juro que ia, mas então ele apareceu, sentou ao seu lado e te consolou. Mais tarde, descobri que sua melhor amiga estava indo embora e que aquele era seu namorado. Aquele foi o segundo ano que te perdi.
Era Outono de 2018. Jurei que iria me aproximar de você. Jurei que seria seu amigo. Aquele era o nosso último ano no ensino médio. Eu te disse Oi, finalmente, eu consegui. Você respondeu, quase morri naquele momento. Na próxima vez que nós falamos, perguntei como você estava, respondeu que estava tudo bem, mas era mentira, seus olhos estava vermelhos, tinha chorado. Na próxima conversa, descobri que você amava ler algo chamado fanfic, prometi pra mim mesmo pesquisar mais tarde sobre. E então, a cada dia, mesmo sendo apenas uma palavra, eu ia descobrindo mais sobre você. Em algum momento, deixamos de ser desconhecidos, deixamos as poucas palavras e passamos a conversar como se nós conhecêssemos a vida toda, em algum momento, entre esses meses, nos tornamos amigos, até mesmo me contou que aquele caderno rosa, que carregava para cima e para baixo, continha cenas de suas histórias.
Ainda era Outono de 2018, eu estava na casa ao lado, a chuva caia e você estava lá parada, de repente gritava com seu namorado, algo sobre como ele foi baixo contigo. Em algum momento da discussão ele partiu, você ficou e parecia devastada. Seu olhar era tão vago, até que finalmente se focou nos meus e era como se você pedisse por socorro, por amparo, por um ombro amigo. Foram 20 segundos, apenas isso e então eu estava caminhando em sua direção, e antes mesmo que eu chegasse perto o suficiente você havia se jogado em meus braços, me segurava como se eu fosse seu porto seguro, sua âncora. As lágrimas escorriam, mas quase não dava para notar, já que se misturava a chuva que caia. Não sei quantos minutos ficamos abraçados, poderia ter sido uma vida toda e eu ainda sentiria como se tivesse sido apenas 5 minutos. Em algum momento, entre te consolar e te acalmar, eu percebi o quão próximo estávamos, e como se já estivesse sido escrito pelo destino, nós nos beijamos. Era um beijo com sabor de Bianca, e essa foi primeira vez que não te perdi.
B de Bianca, que foi
Beijada debaixo da chuva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
De A a Z
Short StoryA de Abigail. B de Bianca. C de Clarice. D de Dayane. E de Emily. F de Fernanda. De A a Z você irá conhecer 26 histórias de amor contadas pela perspectiva dos homens. A amada. A beijada. A apaixonada. A dançarina. A estupida. A deixada. 2...