Camila Hayes
Amor. O que é o amor?
De acordo com o dicionário, amor significa forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais, atração baseada no desejo sexual. Fácil, amor é uma coisa boa. Pelo menos é o que sempre aprendemos nos livros e nos filmes. Um casal, um homem e uma mulher, se apaixonam, passam por algumas dificuldades mas no final acabam juntos e vivendo o tão famoso "felizes para sempre". Eu sempre fui do contra. Desde pequena, eu nunca acreditei que um dia iria me apaixonar e muito menos que o amor entre duas pessoas existia. Ao passar do tempo meu pensamento apenas evoluiu, cada vez que eu via um casal na minha escola eu apostava mentalmente quanto tempo demoraria até que eles terminassem. Você deve estar pensando que eu sou uma péssima pessoa, não é? Mas o amor não é sobre paixão, fervor e todas aquelas coisas, é algo que te causa dor e um vício caótico quando não usado na medida certa. Diferente das outras garotas que já conheci, eu nunca esperei que um dia iria esbarrar com um cara, nossos olhares se cruzariam e que a partir dali nós iríamos viver uma linda história de amor, daquelas que merecia virar filme. A verdade é que a minha maior influencia sobre o amor é Romeu e Julieta, Shakespeare foi tão brilhante que retratou de forma realista e atemporal que o amor nem sempre vai ser mil maravilhas e, que no final, você pode acabar morrendo por causa dele.
Apenas lembrem-se disso: eu não acredito no amor entre duas pessoas, com exceção dos meus pais. O único olhar apaixonado que eu já vi foi o do meu pai para a minha mãe no nosso último natal, fora isso, para mim todos estão fadados ao término.
Pelo menos era isso que eu pensava e preferia ter ficado assim por muito tempo, mas aquele maldito manual havia me mudado de todas as formas.
- Camila! Acorde agora! – A voz de Alice ecoou no quarto junto ao estrondo na porta.
Eu dormia esparramada na cama, coberta pelo edredom e vários travesseiros em minha cabeça, tentando, de alguma forma, evitar ouvir algum barulho, mas minha irmã estava decidida a me despertar e eu sabia que ela conseguiria.
- Hmmm... – Gemi entre os travesseiros.
- Vamos lá, garota, mamãe está gritando faz tempo lá de baixo!
Pude perceber que ela havia aberto as cortinas porque senti uma leve claridade.
- Você pode descer se quiser...
Falei ao me virar para o outro lado, mas aquilo serviu de motivo para Alice puxar o edredom me deixando descoberta na cama. Eu me levantei de uma vez para tentar pegar de volta, mas ela escondeu atrás de si com um sorriso cínico nos lábios. Eu bufei irritada e sentei na cama.
- Bom dia, Mila. – Disse. – Hoje é o seu primeiro dia de aula. Animada?
- Super. – Forcei um sorriso e ela riu, me puxando pelo braço me levando até o banheiro que ficava do outro lado do corredor.
- CAMILA!
O grito da minha mãe no andar de baixo me fez perceber o quão atrasada eu estava, mas não me preocupei com aquilo, ainda tinha um plano em mente de inventar uma doença para não ter que ir para a aula.
- Eu já acordei ela, não se preocupe! – Alice exclamou de volta e me empurrou para dentro do banheiro.
- Alice, minha garganta dói.
- Camila, as suas desculpas não caem pra cima de mim, não esqueça que eu já fui como você.
- Não, você nunca foi como eu. – Falei como se fosse óbvio mas ela ignorou e começou a tirar o elástico que prendia meu cabelo bagunçando todos os cachos.
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