Second Chance - Yoonkook

Have Faith in Your Prayer - Único

"Quando o inverno está em pleno andamento e seus sonhos simplesmente não estão se tornando realidade.

Não é engraçado, o que você vai fazer?"

Esse trecho de música não poderia descrever melhor o momento em que vivo, para falar verdade, faz tempo que não escuto essa canção — ela me lembra você — entretanto, esse pequeno trecho sempre volta em minha mente. E a pergunta que não quer calar: O que vou fazer?

Estou velho e saudoso de você, isso, de você Yoongi!  Não tenho saudades da minha juventude em si, apenas do período em que a vivir, afinal, neste ti tinha em meus braços e como um jovem inconsequente não soube aproveitar a minha oportunidade com você, minha Jogada de Sorte. E por isso, mais uma vez, estou remoendo minhas mágoas em copos de whisky, e  para completar a minha desgraça e aflorar minhas lembranças de outrora, em minhas mãos está a maldita carta do meu eu de trinta anos atrás.

Hoje era o dia que íamos desenterrar a cápsula do tempo, que enterramos no último dia de aula da faculdade, confesso que fui esperando lhe ver, mas nada. Em minha carta para mim mesmo tinha escrito quase vinte linhas de baboseiras como, ser rico, ter fama como o melhor advogado criminalista do país, viajar ao mundo entre outras coisas que seguiam está mesmo linha egoísta e superficial, mas na última linha tinha um desejo grifado em vermelho: Ainda esteja com o Yoongi!

Eu te amava tanto, então porque não te seguir até Daegu?

Agora seríamos uma equipe, nós dois contra esse mundo frio. E você seria o meu garoto e não dele…

— Mais um. — bato o copo de vidro com força  no balcão.

— É pra já senhor, Jeon. — Mark diz com aquele seu olhar costumeiro de pena.

O garoto me conhece bem, sou um cliente assíduo, e como um bom bêbado de coração partido e solitário, já lhe contei e recontei a minha  fatídica história de amor.

— Vou lhe dizer uma coisa, Jeon Jungkook de vinte e três anos. — com a visão um pouco turva e a cabeça girando, abro o papel amarelado e amassado.  — Você tem dinheiro e fama, mas isso não lhe traz felicidade…

— Falando sozinho mais uma vez, Senhor Jeon. — Mark coloca o copo em minha frente e me dar aqueles seus sorrisos fechados, que mal disfarçava sua preocupação.

— Só tenho a minha companhia, garoto. Fui tolo demais quando era jovem. — tomo um gole e aponto o meu dedo para o ar. — Sabe Mark, nunca escolha fama e dinheiro ao em vez de pessoas, principalmente, a pessoa que você ama. — as malditas lágrimas de amargura de minhas escolhas passadas começam a transbordar sobre o meu rosto. — Veja meu exemplo. — abro os meus braços. — Todo dia venho para esse bar e bebo até quase ficar inconsciente e sabe porquê? Porque é insuportável demais chegar em meu prédio chique, em meu apartamento elegante e caro e me deparar com o abraço frio da solidão. Fui cretino demais para manter relacionamentos, esnobe demais para manter amizades e burro demais para manter aquele único que amei. — tomo o resto da dose e sinto o whisky me queimar de dentro para fora.  — Então no fim, todo o meu dinheiro não vale de porra nenhuma, pois ele não faz o tempo volta, infelizmente não.

— Olá? — escuto uma voz suave atrás de mim, quando viro me deparo com um jovem, vinte e tantos anos, cabelos alaranjados, bochechas gordinhas, lábios grossos e cheios e olhos pequenos e roupas completamente branca, parecia um anjo. — Acho que deixou cair isto.

Na palma de sua mão tinha uma bolsinha vermelha, presa em uma corrente dourada. Com certeza aquilo não era meu.

— Eu estou bêbado, mas tenho bastante certeza que este objeto não é meu.