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[REVISADO]

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🌼Marly🌼

Faz exatamente dois anos desde o nascimento de Mickaela, desde então, algo está errado.

Eu como filha do alfa, sinto a presença de algo, o que não sei. Está sempre por perto, parece que observando cada movimento meu e de Mickaela.

Minha filha está crescendo tão rápido, que é difícil aceitar. Parece que foi ontem que a carreguei em meus braços, hoje, com seus dois anos de idade, ela aparenta ter a idade de uma jovem de vinte anos.

Tão bela quanto o pai. Ela puxou mais o lado dele, tem a pele clara, bochechas rosadas, lábios numa cor mais avermelhada que a dele, olhos azuis intensos e cabelos castanhos levemente puxados para o ruivo.

Ainda enfrentamos as pessoa que insistem em nos afrontar pelo motivo de eu ter me envolvido com um dos nossos inimigos. Não me deixo abater pelo o que dizem, meu amor que sinto por Myles cobre qualquer dúvida que me restava a respeito da revolta de nosso povo. E minha pequena é a prova disso.

- Marly? - Ouço a voz de Niall chamar-me. Virei-me para me certificar de quem se trata. Ali estava a representação de um belo homem, cabelos na altura dos ombros perfeitamente lisos, seus olhos castanhos escuro quase em um negro intenso, ombros largos sustentando sua bela física malhada. Mas sua beleza exterior era do mesmo tamanho de sua arrogância e falta de noção.

- O que faz aqui? - Perguntei vendo seu sorriso debochado.

- Arisca. Assim que eu gosto! - Cruzei meus braços à cima do peito já impaciente. - Eu só vim avisar que sua aberração está andando na floresta sozinha.

- Obrigada por avisar, Niall. - Deu uma piscadela para mim e saiu. Olhei para a estrada de terra que levava para a entrada da floresta me perguntando o que minha filha está fazendo lá há essa hora.

***

🌻Mickaela🌻

Caminhei pela estrada que dava acesso a floresta. Aquela floresta era calma, me ajudava a pensar. Tudo parece ser intenso demais para eu suportar.

Todas as pessoas ao meu redor me olham como se eu fosse um monstro prestes a perder o controle para os atacar. Eu não entendo como tudo pode ser assim, as pessoas chegam a ser cruéis com os julgamentos.

Em meu ponto de vista, acredito que para se apontar o dedo na cara de outra pessoa, tem que primeiro saber se o que você fez, ou deixou de fazer está certo. Olhar seus feitos antes de ao menos apontar o dedo na cara de alguém.

Eu fui dada como a estranha do vilarejo. As pessoas tem medo de se aproximar de mim por conta de uma velha lenda sobre a híbrida prometida a um lobisomem. Sinceramente... Isso me enoja.

E são quantas as chances de eu ser essa tal híbrida? Acredito que seja de pelo menos uma em quatro. No que eu fiquei sabendo, aqui pela região eu não fui a única criança híbrida a nascer durante a lua de sangue, ou seja, quase são inexistentes as chances de eu ser essa tal híbrida.

Minha infância passou rápido, assim como a adolescência. Lembro de ter o crescimento acelerado, diferente de todas as outras crianças da minha idade. Atingi a maturidade com dois anos de idade.

- O que está fazendo a essa hora no meio da floresta? - Ouço uma voz masculina que me fez estremecer e travar no lugar, fazendo-me pela primeira vez notar sua presença.

Olhei a minha volta não vendo de onde veio a voz.

- Quem é você? - Perguntei olhando ao redor.

- Mestiça, não é hora pra sair andando pela floresta. - Avisou em um tom sombrio.

- Eu não tenho medo de estar sozinha à uma hora destas na floresta. - Deixei avisado.

- Eu sei disso. - Falou em um tom de divertimento.

- Pode aparecer? - Mesmo após eu ter pedido que ele aparecesse, o mesmo não apareceu.

- Vamos ver se seus sentidos estão sendo usados. Tente achar-me. - Desafiou. Fechei meus olhos e respirei fundo me entregando para meus sentidos.

O cheiro da mata verde impregnava minhas narinas, seu cheiro veio logo de encontro, um cheiro cítrico e amadeirado de seu perfume. Os sons que emanavam do meio das árvores eram de animais., porém um bem próximo atraiu minha atenção, o de sua respiração.

Abri meus olhos vendo uma árvore imensa de troncos grossos, sorri e segui até a mesma.

- Te encontrei. - Falei ainda sem fazer a volta da árvore para poder o olhar nos olhos.

- Ok, seus sentidos estão bons. Me responda agora. Você sentiu minha presença?

- Não, eu estava distraída pensando.

- Em que, posso saber? - Perguntou ele curioso eu dei a volta não o encontrando.

- Vai ficar fazendo esse joguinho até quando? - Perguntei notando que estávamos andando ao redor da árvore.

- Até eu me cansar. - O tom de divertimento era evidente em sua voz, deixei de tentar descobrir quem era o abusado e me afastei do tronco.

- O que está fazendo aqui? Por acaso anda me seguindo? - Perguntei me lembrando de já ter sentido sua presença e seu cheiro.

- Digamos que você é preciosa demais para que eu a deixe sozinha. - Admitiu.

- Eu não sou uma criança que precisa de cuidados. - Deixei claro já me sentindo farta desta conversa sem sentido.

Vendo o pôr do sol entre os pinheiros secos já sem a vegetação pela época do ano, percebo já ser tarde. O céu na tonalidade laranja e rosa ostentando a bela imagem do sol se pondo, enfeitava o fim da tarde.

Desistindo do assunto tratado com o estranho, virei-me seguindo para fora da floresta, porém fui parada antes mesmo de sair do lugar por uma mão se fechar em meu braço com firmeza. Um toque simples que me causou um calafrio por todo o corpo. Não era uma sensação ruim, pelo contrário era uma ótima sensação.

- Onde vai? - Sua voz rouca e aveludada soou próximo ao meu ouvido causando-me um desnorteio.

- Para minha casa. - Anunciei depois de conseguir me controlar de seu toque repentino.

- Nem te falei meu nome, Micka. - Disse ele e então virei-me questionando a mim mesma, como ele sabe meu nome.

- Como sabe meu nome?

***

30/06/2019

22/06/2020

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Híbrida _ O Sangue Sagrado [REPOSTAGEM]Onde histórias criam vida. Descubra agora