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[REVISADO]

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3 anos antes

- Força! Empurra, já está vindo! - Balbuciou Tamara, a senhora de idade, parteira do vilarejo.

Marly deu um grito estridental, mostrando sua dor de algo a rasgando por dentro.

- Só mais uma vez! - Incentivou-a Paty segurando em sua mão.

Depois de mais alguns longos minutos de gritos, o choro fino invadiu o quarto enchendo os olhos da jovem de lágrimas.

- É uma menina! - Anunciou a parteira. Então a pequena foi envolvida em uma manta amarela, logo depois de ter cortado o cordão umbilical.

Tâmara entregou a pequena para a jovem, a qual carregou sua filha, juntando sua pouca força disponível, deixando um longo selinho em sua testa ainda suja pelo sangue mal limpo.

A jovem admirava sua pequena filha, emocionada. Seus olhos imensos azuis como água cristalinas, cabelos ralos já na cor castanhos puxados levemente para o ruivo, lábios finos perfeitamente desenhados a deixavam com um ar de pureza e angelical.

O quarto foi invadido por Myles, as pressas se juntou a sua amada e sua filha.

Aproximou-se do leito cuidadosamente devagar. Seu olhar estava preso naquele pequeno embrulho nos braços de sua esposa. Depois de conferir cada traço da face da garotinha, voltou seu olhar para sua esposa sorrindo para a mesma que retribuiu o ato.

Suas testas encostadas, enquanto os jovens faziam promessas e juras de amor, diante do pequeno fruto, gerado no ventre de Marly.

Testemunhando a cena emocionante e íntima, estava a bela lua cheia no tom avermelhada, mais conhecida como a lua de sangue, iluminando a noite escura acompanhada de estrelas. A brisa da noite entrava pela janela, fazendo com que as cortinas balançassem. Os olhos brilhantes escondidos em meio aos arbustos, observavam a cena vendo a pequena ameaça.

[...]

O garoto vestido apenas com uma bermuda jeans, deixando a tatuagem em seu abdômen à mostra, adentrou a sala sem ao menos pedir permissão.

- Quantas vezes eu tenho de dizer pra bater antes de entrar? - Perguntou David sem tirar os olhos do livro em suas mãos.

- Foda-se a educação. - Reclamou ele fazendo com que David fechasse o livro em sua mão e o olhasse. Um olhar intenso, o qual o garoto, assim como todos os outros ao seu redor temiam.

- Perdoe-me, não compreendi seu palavreado, garoto. - Balbuciou David com seu olhar depositado ao garoto à sua frente.

- Perdoe-me senhor, não quis desrespeitá-lo.

- Acredito que seja algo importante o que tem a me dizer. - Constatou.

- Sim, venho a lhe informar que presenciei o nascimento de uma criança. - Disse o garoto sem mais delongas.

- Eh? - Disse David sem dar importância ao que o garoto tinha a dizer, se voltando novamente para o livro em suas mãos.

- Hoje completa o ciclo da lua, as estrelas estão perfeitamente alinhadas...

- Aonde quer chegar com toda essa ladainha? - Perguntou David deixando o livro de lado e se pondo de pé.

- Eu só quero dizer, senhor, que esta noite é iluminada pela lua de sangue que todos temiam... A bruxa Candence, deixou claro a maldição...

- Quantas tolices! Oh, garoto, me diga. Qual sua idade?

- Dezessete, senhor. - Respondeu o garoto temendo a aproximação do homem.

- E o que sabe sobre a tal maldição? - Perguntou olhando para o garoto, se aproximando lentamente, enquanto o garoto dava passos para trás.

- Há séculos, a feiticeira Candence, lançou um feitiço sobre as raças para poder por fim a guerra que tanto aterrorizava a humanidade...

- Diga! - Incentivou-o a continuar.

- E que se passaram séculos e nada da maldição... - O velho o interrompeu.

- Correto! Nada da Maldição! Isso é apenas uma lenda que os pais contam para as crianças em volta de uma fogueira. Isso já passou tempo demais para que seja concluído o feitiço. Certeza que já deve ter quebrado. - Disse ele despreocupado.

- O senhor tem certeza? - Perguntou o garoto.

- Sim, porém... Por precaução, fique de olho nesta criança. - Em um aceno de cabeça deixou a sala.

David pensativo e furioso, seguiu até a imensa janela de vidro. Olhou para a lua cheia na tonalidade vermelha, que iluminava belamente a noite escura, e fez uma promessa.

- Não deixarei que uma híbrida estrague meus! Não será uma macumbinha que atrapalhará meu caminho. E isto é uma promessa! - Prometeu ele deixando um soco na parede.

Sentindo a dor em sua mão, desviou seu olha da lua cheia avermelhada, olhando para sua mão, onde chocou contra a parede.

[...]

  Na imensa sala do conselho, estava Jason em sua cadeira no centro, ao seu lado esquerdo estava Abner e no direito Danger. Ambos faziam parte do conselho que toma conta para que o equilíbrio seja mantido entre as espécies.

  Logo a frente os quatro anciões, que acabaram de receber a ordem de tomar a frente e ficar responsável pelas decisões do assunto do nascimento da híbrida.

Seguindo para fora da sala, Vick já montava em sua mente o que precisava ser feito.

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Iniciando híbrida: 26/06/2019

Iniciando a repostagem: 14/06/2020

Híbrida _ O Sangue Sagrado [REPOSTAGEM]Onde histórias criam vida. Descubra agora