Na manhã seguinte, ela já estava acordada quando levantei. Resolvi então, levá-la para tomar um café. Acho que ela merece depois do que eu fiz com ela. Entramos no carro e fomos.
-" Você está se sentindo melhor?"-
-" Sim, obrigada."-
-" Desculpa mesmo! É que eu estava muito cansado. Eu estava investigando o caso do assassinato do da empresa Tecnotec. Você ficou saben..."- por um momento pensei que estava chorando. Ela estava muito pálida e seus olhos vermelhos.
-" Sim, eu...Sei."- ficamos em silêncio por um bom tempo. Ela parecia muito estranha. Fiquei com um nó na garganta. Por sorte, já estávamos chegando.
-" Chegamos."- estacionei o carro. Estava be vazio lá. Escolhemos uma mesa e logo, um garçom veio nos atender.
-" Eu queria um misto-quente e um café, por favor."-
-" Eu...Pode ser o mesmo dele."- o garçom foi e, mandei uma mensagem a um colega pedindo para avisar que não iria no trabalho hoje.
-" Pronto. Já avisei um amigo que não vou hoje. Ele avisa para o chefe."-
-" Você tem certeza?"- disse ela num tom sarcástico e desconfiado.
-" Sim, eles são gente boa."-
-" Você é bem corajoso! Aposto que se fossem os meus "amigos", não fariam nada e, ainda inventariam uma mentira."-
"- Como assim?"-
"- Eles não são muito bons iguais aos seus."- ela parecia muito magoada. Muito mesmo!
-" Sabe, eu não tive uma infância muito fácil e, essas memórias me atormentam a dias! Eu não aguento mais! Nem sei como estou conseguindo falar sobre isso!"- fiquei com muito dó dela. Não queria parecer nenhum idiota então, falei:
-" Se quiser falar sobre isso, eu sou todo ouvidos."- nessa hora, chegou a nossa comida.
Percebi que ela estava bem incomodada. Assim que o garçom foi, eu não tinha certeza do que estava dizendo mas, disse:
-" Pode confiar em mim eu guardo segredo."- nessa hora, ela levantou a cabeça, com os olhos brilhantes e, olhou para mim. Tive um leve calafrio e, ela disse:
-" Promete?"-
-" Promessa é promessa. Se foi falada, nunca pode ser quebrada."-
-" Está bem."- ela deu um suspiro e, continuou:
-" Bem, eu não era nem nascida quando o meu pai abandonou minha mãe, que estava grávida de mim. Ela foi embora da casa do meu pai e, voltou para a dos meus avós. Eles expulsaram ela de lá, então ela foi para a casa de uma amiga. Assim que eu nasci, a vida da minha mãe virou pior do que já era. As contas aumentaram então, nós fomos embora para uma casa qualquer sem dono. Eu consegui entrar na escola então, todos os dias bem cedo, eu ia e, a minha mãe ia ganhar dinheiro limpando a casa de algumas pessoas. Na escola eu não tinha amigos só porque era menos arrumada que os outros. As crianças davam risada de mim e, nunca ficavam comigo. Quando eu tinha 12 anos, eu tinha vários apelidos. Espanador de pó, só por causa do meu cabelo bagunçado, e vários outros. Uma vez eu resolvi pedir para pararem mas, eles disseram: "Quem você pensa que é?" e, começaram a jogar pedras em mim."-
-" BATERAM EM VOCÊ?!"- interrompi assustado.
-" Sim."- ela abriu a blusa e, no pescoço tinha uma cicatriz enorme.
-" Uma me cortou aqui."-
-" E, você não contou para a sua mãe?"-
-" Ela já tinha problemas demais. Então, eu cresci e consegui emprego na Tecnotec."-
-" Tecnotec?"-
-" É"- disse ela meio desconfiada.
-" Olha, talvez você pode me ajudar. Sobre aquele caso, você estava na festa?"-
-" Sim."-
-" Você viu alguém suspeito?"-
-" Não."- ela parecia decepcionada.
-" Se eu souber de algo, eu te conto."-
-" Muito obrigada mesmo!"- ela deu um sorriso triste e, uma lágrima escorreu em seu rosto. Sua mão estava em cima da mesa, coloquei a minha sobre a dela é disse:
-" Fica tranquila. Enquanto eu estiver vivo ninguém vai te machucar."-
-" Obrigada."- aquele sorriso era tão lindo! Mais lindo do que qualquer coisa no universo!
-" Olha, eu estou bem. Não precisa me levar ao hospital."-
-" Certeza?"-
-" Sim"- Fiquei com dó dela. E, foi aí que eu tive uma ideia maravilhosa.
-" Nós podemos sair. Vai ter uma feira de diversões hoje a noite. Eu te levo para casa agora e mais tarde, eu te pego de novo para irmos juntos."-
-" Parece uma ótima ideia!"- disse ela rindo e, se levantando da mesa.
Ela insistiu para pagar mas, eu não deixei. Entramos no carro e, eu a levei para a casa dela.
Ela morava num prédio. Tinha me contado que, com o salário, havia alugado um pequeno apartamento para ela e sua mãe.
-" Você não quer entrar?"-
-" Não, muito obrigada."- (na verdade estava morrendo de vontade de entrar.)
-" Ok, obrigada delegado!"-
-" Pode me chamar só de Jonathan."-
-" Tá, Jonathan."- ela saiu do carro, e entrou no prédio.
Tudo o que eu queria agora, era fazer ela esquecer tudo de ruim e, pensar nas coisas boas, pensar em... mim.*PDV DE EMILLY*
Sabe, é meio difícil de acreditar que, finalmente alguém é gentil comigo. Todos me achavam esquisita, como se eu fosse invisível.
Ele é uma pessoa muito boa. Eu não sei... nunca me abri com alguém desse jeito. Acho que é até meio perigoso. Não quero que ele descubra.
Entrei em casa. Como sempre, escura e, solitária. O salário paga o aluguel só que, falta mais amor sabe?
Nem sei se posso falar disso. Afinal, nem sei o que é amor. Nunca senti esse afeto. As pessoas acham que todos tem a vida perfeita. Que você sempre está bem mas, no fundo seu coração está partido.
Entrei no quarto, peguei uma roupa limpa e, fui tomar um banho.
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The perfect promise and pretty lies
Roman d'amourCONCLUÍDO Emilly era uma garota perfeita na visão de todos. Sempre andava bem arrumada, tinha um emprego bom. Mas, o que ninguém sabia, era que nem tudo era tão perfeito assim. Um dia por causa de um pequeno acidente, conhece um delegado chamado Jo...