bruxa

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Talvez eu seja uma bruxa, mas não a bruxa má.
Apenas a revoltada com o que a vida lhe dá, uma bruxa esperta e ambiciosa, cuidadosa e ardilosa. Sabe quando deve parar e mantém suas causas. Segura de si porem só. Solitária e fria, é assim que os aldeões a vêem. O que os aldeões sabem sobre a bruxa, se eles têm medo de adentrar sua tenebrosa floresta? Com tantos galhos afiados, heras venenosas, e feras selvagens. Eles têm medo de quem a bruxa pode ser. Mas não tem audácia para tentar descobrir quem ela é.
Com foices e lanças a atacam. Mas não a matam. Eles tem medo, medo de mata-la e depois não terem mais o que temer. Apenas a machucam com puro ódio. É cada vez mais só em sua floresta, a única coisa que sobra é a sua constante tristeza, as lágrimas secam sobre seu rosto sem ter alguém que as enxugue. As noites cada vez mais longas, ela se sente distante dela mesma. Tão triste pra reconhecer que seu poder é esplêndido.
Essa Bruxa tem um poder feroz, capaz de exterminar aldeias inteiras.
Então porque ela deixa-se ser atacada, oprimida e odiada?
Porque ela simplesmente não os faz sumir do nada?
Eu tenho a resposta, e é muito mais simples do que você possa imaginar.
Ela sabe que eles a temem por ser desconhecida, por ser incomum.
E indiretamente, tenta mostrar aos outros que isso não é ruim. Que ela não é tão má assim.
A única coisa que consegue atingi-la e o amor. Capaz até de curar a sua dor. Ela continua fria e solitária. Esperando o amor que nunca vem.

- WW Thiago feat Ana Júlia

Poemas de uma DesocupadaOnde histórias criam vida. Descubra agora