between blood and love

Nossa dança

Era 02:30 da manhã, a mulher de longos cabelos platinados e roupas chiques estava encostada em uma parede em um beco sujo.

Corpos sem vida formavam desenhos psicodélicos aos seus pés, ela tinha a estranha mania de organizar suas vítimas em espirais. 

A cor vermelha predominava o lugar, principalmente na roupa dela, que antes era um vestido branco, agora carmim. 

Ela cantarolava uma melodia de olhos fechados, a sua voz ecoava pelo beco. 'Uma sereia', foi o que um homem de cabelos negros pensou enquanto se aproximava com cautela.

Ele se encostou na entrada do beco e ficou olhando pra mulher, que quase não podia ser vista por causa do escuro. 

Ele reconheceu a música, 'Sweet but psycho'. Abriu um sorriso caloroso, com um sentimento de nostalgia o encobrindo.

A mulher logo sorri parando de cantar, mas não abre os olhos.

???- Olá~ faz muito tempo, não?~

???- sim... Que bela bagunça você fez aqui... -ele fala olhando os corpos, inclusive cutucando um deles com o pé.- eu te chamei pra conversar, não pra fazer mais um genocídio.

???- oh, sabe como esses homens nojentos gostam de estuprar alguma mulher de vez em quando, só dei o que eles mereceram por pelo menos pensar em fazer isso comigo... Mas eu vou dar um jeito nisso~ porque... Você sabe~ não existe crime...

???- se não existir corpo.

???- hahaha! Senti falta de você Gasty~

Gaster- Engraçado. Eu não senti, Akuma.

Akuma abre mais ainda o sorriso e abriu os olhos, saindo lentamente das sombras e se aproximando de Gaster.

Akuma- qual é...~ você ainda tá bravo...?~ -ela fala em tom provocativo fazendo um biquinho com os lábios enquanto se aproximava lentamente dele.

Gaster- sabe como é, não é todo dia que você tem esposa e família inteira mortos pela sua ex-namorada, só sobrando o seu filho e sua.... Se afasta de mim, demônio! -ele não terminou a frase, e da um passo pra trás quando julgou que Akuma estava muito perto.

Akuma- nossa~ assim você me ofende~ o que aconteceu com o "Kuma", "Psy", "Amore"~ -ela para de andar, com uma distância de quase um metro e meio entre eles.

Gaster- você perdeu o direito de ser chamada assim quando matou ela, Life, Papyrus e os outros!

Akuma- ela era uma puta que estava tentando te tirar de mim! E conseguiu por pouco tempo... Life e Papyrus eram crianças idiotas, eles e os outros só encheram o pacote. Agora~ foi uma pena você ter conseguido salvar o Deathzinho~

Gaster- Ele tem sorte! E acabei de me lembrar do por que te chamei aqui. Quero que você e seus demônios fiquem longe do meu filho e dos meus protegidos!

Akuma- Hahahaha! Você ainda o considera filho? Mesmo depois de tudo o que ele fez?~

Gaster- eu teria feito o mesmo. Um capitão nunca abandona seu navio, e eu estou muito no fundo do poço pra escalar de volta. E aqueles garotos, eles eram jovens. Merecem ter uma vida normal, então, não os culpo. Por isso, não quero que os Queens fiquem perto deles!

Akuma- infelizmente~ não vai dar~ a conta já foi paga~

Gaster arregalou os olhos, mesmo depois de Reaper ter traído a máfia, ele ainda era seu filho.

Gaster- e-eles...

Akuma- não~ Geno foi fraco demais dessa vez...

Gaster- ....hahahaha! Vai perceber agora! Esse garoto vai ser a salvação da família junto com Jun e Kureyon!

Akuma- NÃO FALE ESSES NOMES!! -ela ficou alterada, e apontou uma faca ensanguentada pra Gaster, que não se mexeu nem se espantou. Ele já estava esperando por essa reação.

Gaster- ....

Akuma- eles.... Eles estão mortos...

Gaster- por culpa de quem? -ele viu Akuma fechar as mãos em punhos.

Akuma- fracos... Não poderiam fazer parte da família Queen. -nesses raros momentos, que Akuma não tinha mais o tom melodioso em sua voz, ela demonstrava suas fraquezas. 

Gaster- hehe... Eu sei que você não os matou~ você não conseguiu~ -ele imitou o tom de voz de Akuma.

Akuma- cala a boca, ou eu calo pra você~ -e seu estado doentio voltou.

Gaster- haha vamos, sei que ainda se lembra como é a nossa dança. -ele puxou seu revolver do cinto, e apontando pra ela.

Akuma avançou nele, mirando a faca em seu estômago. Mas Gaster desvia e tenta a desequibrar com um pé.

Quando Akuma cai ela aproveitou pra chutar o revólver das mãos de Gaster, que acompanhou rapidamente com o olhar a arma indo pra cima.

Foi tudo muito rápido apartir daí. Tempo suficiente pra Akuma rolar e se impulsionar, pra ataca-lo denovo, porém o homem segura a mão dela e consegue desarma-la. Mas Akuma salta e pega o revólver antes dele cair no chão.

Na hora que ela cai, Gaster deu um tipo de abraço nela, colocando a faca de baixo do seu pescoço, e Akuma encosta a ponta do revólver no maxilar de Gaster. 

Os dois sorriem, como se aquilo fosse a coisa mais divertida que já aconteceu entre eles.

Gaster- vejo que ainda tem os seus ótimos reflexos...

Akuma- oka-san amava isso em mim~ com certeza ela está me aplaudindo lá de baixo, no seu trono infernal~

Eles ficaram em silêncio, olhando nos olhos de aspecto morto de cada um.

Houve uma época que aquilo era uma simples brincadeira de criança pra eles, mas agora...

Akuma puxou o gatilho.

Mas, nada saiu, a arma não tinha munição.

Gaster arregalou os olhos, como se aquilo que ela fez tivesse sido a pior de todas as coisas que ela já tinha feito.

Akuma- heh... Sem balas... Você realmente não mudou~

Gaster- você ia atirar em mim...

Akuma- não sou uma mulher de palavra falsa.~ Não sou você pra fazer ameaças vazias.~

Eles então se afastam, Gaster deixa a faca cair no chão, enquanto Akuma devolve o revólver pra ele.

Akuma- não preciso disso, tenho os meus. -ela pega a sua faca do chão, colocando em um bolso camuflado no seu vestido.

Gaster guarda o revólver, ainda em silêncio.

Akuma- oh, e... De qualquer forma, não tem como os Queen se afastarem dos Renrink. Somos imãs~

Gaster- eu quero você e seus filhos longe do meu filho.

Akuma- isso não vai ser possível~ sabe, somos sogro e sogra agora.~

Gaster- ...... -ele prossesou a frase por uns segundos, até que arregalou os olhos.

Akuma- oh, não sabia? Acho que eu fui a pior pessoa que poderia ter contado~