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Esse capítulo foi postado sem que houvesse uma revisão no texto, há grandes chances de haverem erros no texto, mas por favor não me xinguem, apenas apontem os erros e eu irei os corrigir, agradeço desde ja a compreensão e aproveite o capítulo.

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- Dia vai dia vem, é sempre a mesma coisa, eu estou tão cansada - eu falava baixo enquanto caminhava em direção a escola
- você pode acabar com isso, é só fazer o q eu digo, não sera difícil - a voz em minha cabeça respondia
- e se me pegarem
- desde quando isso importa, me diz, o que você tem a perder?
- ...
- é só fazer, a faca esta na sua manga, basta apenas alguns cortes

- isso vai acabar se eu fizer isso?

- vai, chega de angustias, se você estiver com medo basta usar alguns comprimidos, ou quem sabe dar uma bela olhada na paisagem

- ok, eu faço

Eu sorri enquanto caminhava, um caco de vidro no chão refletia minha face, eu parecia tão pálida, minha pele refletindo a luz solar, eu quase brilhava, me senti como uma fada por alguns segundos admito. Seguindo meu caminho com um andar tão melancólico, meu rosto inespressivo, meu cabelo tampava um pouco o meu rosto que ja estava meio coberto pela touca, em um dia ensolarado no qual as pessoas andavam com camisetas e bermudas, la estava eu, em um contraste absurdo em meio a todos, com uma calça preta de moletom, uma blusa bem longa e preta com uma capuz que cobria quase meu rosto inteiro.

Quando cheguei ao meu destino eu não falei muito com as pessoas como de custume, confesso que eu me isolei um pouco. Na saída eu me despedi de todos com um abraço, meio que ninguém entendeu muito bem, afinal eu não era do tipo de pessoa que sai abraçando os outros sem uma razão aparente, mas, nesse dia, eu tinha uma razão, só que apenas eu sabia. Eu me despedi deles com um abraço e um adeus, um último adeus e fui embora, para nunca mais voltar, foi incrível como o tempo mudou desde qie eu cheguei, desde mais cedo, antes estava ensolarado, o tempo realmente estava lindo, porém, agora, nuvens densas e escuras cobriam os céus, claramente carregadas, um temporal se aproximava, neste dia eu voltaria a pé para casa, pela primeira vez eu não voltei com todo mundo, eu dei a volta e fui por outro caminho, um pouco antes de chegar em casa a chuva começou, eu continuei a caminhar no mesmo ritmo, eu estava tão cansada que não fazia questão de apressar o passo, as gotas caiam sobre minha touca que a pouco tão seca agora ja estava encharcada. Ao chegar em casa eu tirei o moletom, minha mãe não estava em casa, dessa vez, essa era a minha chanse, de finalmente, poder terminar o que comecei, eu peguei alguns remédios, eles estavam escondidos nas minhas coisas, eu havia pegado escondida da farmácia, não me pergunte como. Eu peguei os remédios e fui para o banheiro fechei a porta e levei meu celular junto comigo, escrevi tudo o que eu queria a tanto dizer a todos e enviei mensagem por mensagem, não esperava que ninguém visse na hora mas alguns viram, tentaram de me convencer do contrário, mas eu ignorei a todos e comecei a tomar a primeira cartela de remédios, eu ja estava zonza, quase desmaiando quando tentei tomar a segunda cartela, eram remédios pesados para dormir, por isso o cansaço, eu queria dormir para sempre, nunca mais acordar para presenciar esse pesadelo que é a realidade, viver é se matar aos poucos e eu estou cansada disso, se é para morrer que seja logo, e se existe um pós vida, espero que minha alma encontre a salvação, por que não importa o que digam eu não acredito que Deus seja tão cruel ao ponto de castigar alguém que ja esta sofrendo, que vida miserável é essa que me desejam, que tanto almejam e idolatram.
Eu comecei a ficar inconsciente, aos poucos e bem lentamente meu olhos fecharam, eu escutei ao longe alguém gritar meu nome, então eu apaguei.

Mas... Não durou muito tempo, o sono que eu deseja tanto que fosse eterno logo acabou, eu abri meus olhos, havia um paramédico? Talvez? Acho que sim, alguém estava do meu lado segurando minha mão, sua voz não me era estranha, ouvir seu choro e sentir suas lagrimas na minha mão, por algum motivo apertou e muito meu coração, subtamente senti uma vontade de chorar também, mesmo ainda não tendo o reconhecido, pois ainda não havia conseguido olhar direito seu rosto, meu corpo já reagia à sua presença, eu ja sabia quem era só por isso, ninguém mexe tanto comigo quanto você. Ele percebeu que eu abri os olhos e sorriu, aquele sorriso lindo que me deixa boba, eu me sinto tão idiota por ainda amar você e mais idiota ainda por causa disso. Ele passou sua mão em meu rosto, o acariciando, eu sorri brevemente, minha visão ficou turva novamente e eu apaguei.
Quando acordei novamente eu estava numa cama de hospital, com roupa hospitalar e tudo que tem direito, coisas perfurando minha pele e injetando coisas em minhas veias, algo para me ajudar a respirar e essas coisas, ele estava do meu lado me encarando, seus olhos marejados de lágrimas, essa visão me entristecia tanto.
- Você acordou, finalmente - ele enxugou as lágrima e olhou para mim - Que bom esta bem - sua voz soou calma e apaziguadora, porém esse tom de voz logo mudou para o de alguém bravo e preocupado - porque você fez isso? Você podia ter morrido, eu juro que se você morrece eu nunca te perdoaria.
- Porque não? O que você tanto vê em viver? Isso é uma tortura, você deveria ter me deixado morrer. Eu não suporto mais isso e você melhor que ninguém deveria saber disso
- Porque?
- A vida é um suicídio lento, você vai acabar consigo mesmo aos poucos enquanto todos observam até não restar mais nada e você morrer, eu devo achar isso bom? Assim como você acha
- Dói tanto ouvir você falar isso
- Dói tanto ver você ignorar esse tempo todo tudo o que eu sinto, dói tanto saber que mesmo você sabendo que eu desabei noites, você nunca se importou o suficiente para perguntar uma única vez se eu estava bem, dói tanto amar você e saber que nem mesmo quando você dizia que me amava, nunca chegou nem perto de sentir por mim o que eu sentia por você, dói tanta coisa dentro de mim, depois de tudo que eu passei e até hoje o que mais me dói é você!
- Me desculpa, eu não queria... eu nunca quis fazer isso com você, mas...
- Mas?
- Acho que agora é tarde pra eu voltar atrás neh? Eu não posso mudar o que eu fiz
- Você pode, você só não quer. A morte é a única coisa que não pode ser corrigida.
- Posso te pedir uma coisa
- O que?
- Não morre, por favor. Eu vou corrigir tudo se você ficar aqui, comigo, até mesmo o impossível. Eu sei que eu estou pedindo muito, que você não vai querer viver por mim mas por favor... por favor...
- Você é a única pessoa, nesse mundo todo, pela qual eu morro e vivo, eu vou viver por você, se isso te deixa melhor, ok? Mesmo que pra mim isso seja pior que o inferno, eu passo por esse inferno pra te ver melhor ok?
- Eu achei que ia te perder
- Eu ja te perdi não perdi?
- Você me afastou, e depois eu admito que fiz o mesmo, mas... eu não queria causar isso. Me perdoa?
- Eu sempre vou te perdoar, você sabe disso não sabe?
- Eu só quero te levar pra casa, eu só quero que você fique bem
- E eu só quero que você se importe comigo e seja feliz mesmo que não seja comigo, não importa pra mim desde que você esteja bem...
- Eu me importo, muito... eu vou ser, se é isso que você quer.
- Obrigado
Eu o abracei, algumas lágrimas rolaram pelos meus olhos, ele me abraçou, uma vez ele disse que se me visse chorar ele choraria também, por que ele não suportaria me ver mal, eu me pergunto se isso mudou, pois, por algum motivo quando eu desabei ele chorou, silenciosamente eu senti suas lagrimas cairem em mim, mas não falei nada dessa vez, eu apenas, chorei, chorei tanto neste dia, que acho que não havia mais água em meu corpo quando acabei... acho que meu choro não se prolongou, pois não havia mais água em meu corpo, para que houvessem lágrimas.

Depois de tudo isso ele se deitou ao meu lado, jundo a mim, naquela pequena cama hospitalar, quase não cabiamos, mas eu não teclamei, ele esrava mais perto de mim do que ja esteve antes em minha vida toda, eu não queria estragar isso.
-

ei
- diga
- como? Como você chegou a tempo? Quem te disse?
- você... eu li sua mensagem quando ela chegou, eu estava preocupado, você não é de abraçar os outros e não haviam motivos para voltar sozinha... Você estava estranha, eu fiquei preocupado
- mas como você entrou? Minha mae abriu o portão ou o que? Aaaai meu deus a minha mãe aaa eu quero morrer
- por fav...
- desculpa
- obrigado. Eu pulei o muro
Ele abriu as mãos e me mostrou elas estavam machucadas, cortadas, provavelmente pelo muro, pelos cacos do muro, eu passei meus dedos suavemnte pelos cortes, em sua mão ainda havia sangue e as feridas não haviam fechado direito, eu me senti tão mal por isso, não basta magoa-lo eu ainda fiz com que ele se machucasse. Eu me sentia tão mão, eu não queria isso, minha mãe vai me matar ja que eu falhei nisso, isso é tão cruel...
- esta tudo bem, não se culpe, eu fiz isso por que eu quis, não se preocupe
Quando ele falou isso, virou-se em minha direção, me encarando com aqueles olhos repletos de uma calma tão incomum, seus olhos que diziam tanto sobre ele mas ao mesmo tempo escondiam tudo o que ele guardava. Eu me vire para ele também, aos poucos eu senti-me perder dentro de seus olhos, eu não queria parar de olha-lo.
- você sempre faz isso e quer que eu não me preocupe? Eu nunca deixei de me preocupar. Não me peça pra fazer isso agora. Você precisa cuidar disso, por uma faixa, algo que limpe os machucados.
- ok ok, eu ja fiz isso, só não coloquei a faixa ainda, mas, mesmo assim, não é culpa sua, você ja tem culpa suficiente, não precisa de mais uma.
Ele falou isso e me braçou, entrelaçou seus braços em meu corpo, eu me sentia tão confortável ali, como se esse fosse o lugar no qual eu nunca deveria ter saído, eu o abracei de novo como eu pude, mas foi meio impossível talvez, afinal, eu estava cheia de agulhas e tudo mais, ele sabia disso e tomou cuidado quando e abraçou, seu abraço estava bem mais leve, de certa forma, do que eu me lembrava, era como se ele abraçasse uma boneca de porcelana quebrada, em que seus cacos mal colados poderiam se soltar a qualquer momento, fazendo com que a boneca se desfizesse novamente.

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