Trechos Perdidos De Histórias Sem Sentido

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Ela:

       A musica estava alta, mas meus ouvidos ja tinham acostumado com o som, eu vestia um coturno preto envernizado, com um salto de 7cm, que me fazia chegar aos 1,60, uma meia arrastão e uma camiseta longa, que chegava quase ao meu joelho, as luzes de moviam e mudavam de cor, todos bebiam e cantavam, ou tentavam conversar apesar do som, ele estava na minha frente, dançando, seu cabelo ja tinha desistido de ficar arrumado, mas acho que dessa vez ele não se importou muito com isso, por um momento ele olhou para mim e sorriu, apesar de toda a bebida, no momento em que ele me olhou eu me senti sóbria por alguns segundos, ele se aproximou, e falou algo que eu não entendi muito bem o que foi, talvez ele tivesse dito para sairmos, ou sera que foi para subirmos? sera que ele queria ver os primos? 
       Ele percebeu que eu não entendi, ou pelo menos eu acredito que foi isso, ele segurou a minha mão, entrelaçando nossos dedos e me levou para um quarto, haviam leds vermelhos brilhando por todos os cantos, a luz estava incrivelmente linda, ele me puxou para perto e me beijou, passeando sua mão pelo meu corpo, não demorou muito para as preliminares e  algumas horas depois nós estavamos deitados na cama, o que aconteceu nesse meio tempo fica na sua imaginação. Eu estava deitada em seu peito, ambos sem roupas, que estavam espalhadas pelo quarto, alguns pacotes de camisinha perdidos.
         Nós ficamos alguns minutos nos encarando, alguns sorrisos escaparam, algumas conversas sem sentido, mais alguns goles do que quer que estivsse dentro da cabeceira, depois disso eu não lembro o que aconteceu...

Ele:

      Não demorou muito para ela reclamar que o quarto estava rodando, denovo, as luzes vermelhas do led deixavam seu corpo ainda mais bonito, ela falava algumas coisas sem sentido, eu lembro que em algum momento nós começamos a falar sobre coisas tão aleatórias que acho que em menos de dois minutos estavamos falando sobre cachorros espaciais e depois sobre se a terra é plana, então nós somos um disco rodando por ai e um dia um cachorro vai nos achar e levar ao seu dono, acho que a gente estava um pouco bebado e chapado, quase nada, e, mesmo que eu lembrasse de algumas coisas, haviam muitas coisas que eu havia esquecido naquela noite, mas mesmo assim há algo que eu não consigo esquecer, o único momento em que em meio aquela bebida toda eu me senti tão sobrio como nunca.
       Ela estava deitada sobre o meu peito, minha mão acariciava seus cabelos, ela falava coisas sem sentido e eu ria, até que em um momento ela parou, apoiou sua cabeça na mão, agora deitada do meu lado e n sobre mim, ela me encarou.
- o que foi? -perguntei
- sabe, talvez, mas só talvez, eu possa estar te amando pela primeira vez, talvez eu esteja falando isso por que eu to bebada, mas mesmo assim eu acho que é verdade, eu acho que eu te amo
      Nesse momento eu não sabia mais o q dizer, eu apenas sorri, e quando eu ia abrir a boca para falar algo ela pos seu dedo sobre a minha boca.
- shhhhh - ela disse - não conta para ninguém, eu só falei isso pq amanha ninguém vai se lembrar, por isso mesmo, eu quero deixar bem claro que eu te amo, mesmo tendo muito medo do isso vai se tornar.
- e mesmo que eu não lembre de nada amanhã, eu quero que você saiba que eu sou o cara mais feliz do mundo por ouvir isso de você, também te amo...
         Depois disso acho que a sequencia foi um beijo, talvez ela tenha me abraçado mas eu não tenho certeza, eu só sei que, mesmo que ela não lembre eu lembro, e isso é o suficiente para fazer eu não perder as minhas esperanças, quem sabe esse talvez que ela sempre me deu seja a minha esperança, quem sabe, algum dia ela diga que me ama sem precisar de tanto álcool no sangue. Isso me faz acordar todos os dias e fazer o melhor para ter uma certeza.