A Dona da máfia.

Prólogo.

Até onde sou capaz de ir?

Acabaram com minha vida em um dia que era para ser especial para mim. Naquela noite eu ia comunicar a eles que havia passado e seria a mais nova administradora da famiglia.
Hoje eu só quero vingança, quero ver todos os Montserrat implorarem por misericórdia.

Dois meses atrás…

Chego da faculdade e encontro tudo quieto, o carro do papà não permanece na garagem. Procuro por seu consiglieri e não o acho, então subo para o quarto do meu irmão.

—Onde estão papà e mamma? —Pergunto assim que abro a porta.

—Não sabe bater na porta antes de entrar? —Fala irritado.

—Se estivesse fazendo algo importante ela estaria trancada. Me responde onde estão papà e mamma?

—Não sei. Saíram para resolver uns negócios. Disseram que não demorariam.

—Já tem quanto tempo que eles saíram?
—Não sei, não estou cronometrando o tempo. Agora me deixe em paz! —Saio do quarto aos empurrões.

Papá sempre passa raiva quando está treinando Lorenzo para ocupar seu lugar de Don. Ele leva tudo na base da brincadeira. Já eu, não posso ter esse mesmo tipo de treinamento.
Sempre pedi ao papá para treinar-me para assumir seu cargo, ele sempre me disse que os negócios da famiglia não podem ser comandados por uma mulher, sou treinada apenas para ser uma ótima esposa e submissa ao meu marido.

Mas eu presto atenção em alguns dos treinamentos de Lorenzo, ele sempre me conta como são, e eu tento fazê-los. Hector, meu noivo, reclama por ser acordado na madrugada, por que um Don jamais dorme, até dormindo tem que está em alerta, pois seu inimigo pode ataca-lo enquanto dorme.

Entrei em meu quarto, peguei a pistola que mio padre me deu escondido de mamma, pois ele via meu interesse pelos negócios da famiglia. Já era tarde e eles não tinham retornado, só mesmo o desligado do Lorenzo para não perceber que tinha algo de errado.

Desci para a sala e fiquei de prontidão na janela. Não demorou muito para eu ver os faróis chegando e fui direto para garagem recebê-los, eu tinha uma notícia para dar a eles.

Quando cheguei a porta, Filippo seu consiglieri não me deixou passar, ele tinha um ferimento no braço que sangrava muito, o que aumentou meu desespero.

—Onde está seu fratello? —Perguntou, eu não consegui decifrar seu olhar.

—No quarto, na frente daquele computador, cadê papá e mamma? —Perguntei já sentindo a dor em meu peito.

—Senhorita Ceccarelli, preciso que você seja forte. —Falou me levando para o escritório de Papá.

—Eu não posso entrar aqui. —Disse assim que ele fechou a porta.

—Ragazza, nós fomos enganados, era uma emboscada e seus pais acabaram mortos… Nós fizemos o que estava ao nosso alcance, porém estavam fortemente armados. Não fomos preparados para um confronto, mas sim para uma reunião! Os homens que foram estão todos feridos…

—Eu não conseguia assimilar mais nada, as lágrimas tomaram meus olhos. —Stephanie, seja forte. Eu sei que você tem espírito de Don, mais que Lorenzo e agora é a hora perfeita para mostrar essa ragazza determinada que você é. —Falou olhando em meus olhos com uma mão apoiada em meu ombro, sequei as lágrimas.

—Quem foi Filippo? Quem mandou fazer isso com la nostra famiglia?

—Montserrat, máfia de Citta de Casttelo que vem querendo nos derrubar há tempos.

—Quem vai assumir os negócios da Ceccarelli agora?

—Cumprirei com o último desejo do meu Don.

—Qual? —Pergunto determinada
—Lhe tornar Dona.

—Isso só vai causar mais confusão. Papà sempre me disse que mulher não pode assumir os negócios da famiglia e não fui treinada para isso.

—Seu irmão não tem idade nem capacidade. Sabemos que você treinava sozinha, só preciso aprimorar mais suas a habilidades. Agora temos que nos arrumar, nosso médico já deve estar chegando e o restante da famiglia também para o velório. Você tem duas funções ragazza, ser a Dona da Ceccarelli e uma ótima esposa.

                         Benvenuti in Italia!

Mamma = Mamãe

Papá = Papai

Consiglieri = Conselheiro

La nostra famiglia=  com nossa família

Ragazza = Menina.

Fratello= Irmão

Benvenuti in = bem vindos a