🔹Ocean eyes🔹 SM

Emanuel Mendes.

⚜️Saphira⚜️
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Estávamos em alto mar faziam 8 dias, em direção a América Central.

Nunca havia saído da Europa, apesar de desconhecido, queria saber mais da cultura do povo desse continente.

- Estamos perto de chegar, alteza. - Diz Akin, encostando-se na beirada do navio, assim como eu estava, apesar do medo da imensidão de água, era relaxante sentir a brisa massageando minha pele e bagunçando meus cabelos.

Novidade: Capitão Peter estava mais simpático depois dos últimos acontecimentos e deixou que eu frequentasse outros poucos lugares do navio que não fossem meu próprio cômodo.

- Já disse que não precisa dessa formalidade,Akin. Para você sou apenas Saphira. - Dei um pequeno sorriso ao ver ele batendo continência de uma maneira bem fofa, sentando em um barril ao meu lado, e foquei meus olhos na roda do leme do navio,ou melhor, em quem estava a guiando.

Só não contava que o capitão também estivesse com os olhos direcionados a mim.

Ele parecia ler cada pedaço de mim com aqueles olhos acastanhados cobertos de sagacidade e mistério.

Às vezes me pergunto como alguém como Peter havia virado um saqueador, ele não aparenta ser um homem com esta índole. Talvez alguma condição, ou alguém, tenha o levado a seguir por este caminho.

Franzi meu cenho quando o vi arquear uma sobrancelha e ele simplesmente revirou os olhos. Repeti sua ação e desisti de continuar com essa disputa de olhares,mas ainda podia sentir seus olhos em mim, me deixando estranhamente nervosa.

Argh! Ninguém nunca lhe disse que é falta de modos encarar uma dama tão descaradamente?

Ouvi quando ele chamou o homem do leme e pediu para que assumisse seu posto.

Estava olhando para o horizonte junto a Akin, fingindo não prestar atenção em suas atitudes, quando ouvi sua voz atrás de mim.

- Akin, poderia nos dar licença? Por favor. - Pela primeira vez sua voz transmitia um pouco de educação. Pela minha visão periférica consegui ver Akin assentindo e afastando-se de nós.

Esperei ouvir sua voz novamente em seguida, mas não foi o quê aconteceu nos segundos seguintes.

- Pediu para que minha companhia saísse só para me observar? - Indaguei, virando meu corpo para o mais alto, que desviou seus olhos fingindo prestar atenção no horizonte.

- Não estava observando. Estava esperando que você parasse de ser esnobe e mal-educada, e se dirigisse a mim. - Cruzou os braços e apoiou-se no barril, numa pose de indiferença.

Ri em irônia,jogando minha cabeça para trás e voltei a fitá-lo.

- Você falando em educação? Faça-me favor capitão, não deves nem saber o significado de gentileza ou gratidão. - Cruzei os braços, imitando sua pose e arquei uma sobrancelha.

O observei lamber os lábios, com os olhos direcionados para o nada, antes de me olhar de cima a baixo e soltar uma inesperada gargalhada.

- Se acha muito, não é, alteza? Deixe-me lhe avisar. - Manteve um sorriso ladino no rosto e aproximou-se quase colando nossos corpos. Muito perto,muito perto. - Este mar é imenso para que eu me preocupe com bons modos, dentro dele você é o menor dos peixes e, adivinhe, eu sou o grande tubarão, cuidado onde nada ou vai acabar sendo devorada.