Minha primeira visita a renomada escola de Friburgo, onde muitos dão o que tem e até que não tem para entrar e conseguir " se dar bem" na vida, porém nem a metade deles consegue.
Minha avó pagou R$ 300 para que eu pudesse fazer a prova reservada a bolsistas, para que consiga terminar ao menos o meu Ensino médio lá e emendar na faculdade, já que a escola é para alunos do ensino médio e universitários, caso você passe na prova, tudo isso para adquirir uma boa vida. Atualmente não temos nenhuma escola no Brasil que trabalha dessa maneira, até onde eu sei! É por isso que a creeck é referencia em vários lugares, mas o que acho estranho é que apesar disso, nossa cidade é uma das mais esquecidas. Creeck virou referencia nos anos 2000, e desde então é uma das poucas figuras reconhecidas de verdade fora da cidade.
Minha avó depositou toda a sua fé em mim e eu a agradeço do fundo do meu coração, mas me dá um terrível medo, eu não posso negar, se eu passar, ela vai ficar maior parte do tempo sozinha, e eu tenho medo que aconteça algo nesse meio tempo, já que a minha mãe aparece só quando tem vontade, e esse dinheiro poderia ser melhor aplicado, sei lá, uma reserva para quando minha avó precisar de mais remédios, nunca se sabe.
Após devanear em minha cama sobre minha visita a academia fui a cozinha falar com a minha avó.
- Bom dia, vó.- depositei um beijo em sua bochecha.
- Ansiosa pra prova? - disse ela sorrindo enquanto limpava a pia.
- Você melhor do que ninguém sabe o que eu sinto sobre isso tudo. - sentei a mesa. - Eu sinto que vou bem, mas ao mesmo tempo não quero ir, porque não quero deixar a senhora. - disse enquanto servia café pra nós duas.
- Ellen, você precisa entender que eu nasci sozinha, assim como todo mundo, vou morrer sozinha e sei me virar, entendeu?- disse ela brava ao puxar a cadeira ao meu lado.- E agora é sua vez de se virar, sem as minhas regalias, sem comida favorita todo sábado, sem carinho e beijinhos da melhor avó do mundo. - seguro minha mão enquanto eu adoçava o café com a outra. - Eu amo você, não ache que não vou ficar triste por não ver você todos os dias, pois é claro que vou. Mas sabe o que me alegra mais?- ela disse sorrindo e dando um tapinha na minha mão.
- O que? - perguntei logo após provar o café.
- É ver você criando asas, crescendo, sendo uma boa pessoa, isso me deixa mais orgulhosa e feliz do que qualquer coisa, Ellie.- depositou um beijo em minha mão.- Eu amo você, pestinha.- disse ao pegar sua xícara de café.
- Eu também amo você, vó.- beijei sua mão. - Jonas vai vir me buscar daqui a pouco, ele finalmente conseguiu tirar a carteira, você não sabe como ele está feliz. - disse indo até a pia largar o copo.
- Você vai com ele? Sua mãe disse que passa aqui pra te levar. Eu não me importo com quem vá, contanto que vá e esteja aqui às 17:00 pra tomar chá comigo.-deu de ombros.-
- E eu ia perder de comer o melhor bolo da cidade? Jamais!- sorri, a abracei por trás da cadeira e fui me trocar.
Eu tenho toda certeza que a minha mãe não vem, ela sempre diz isso, só vem quando ela quer e quando se trata de responsabilidade com a filha ela some, mas quando a filha tem algum mérito, ela é a primeira a me usar como troféu de orgulho pro resto da família.
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Academia Creeck
Teen FictionEllen ingressa na melhor Academia da pequena cidade de Friburgo, a partir desse momento sua vida e rotina passam a ser repletas de altos e baixos. Junto à aventuras, romances, dramas e protestos, Ellen e seus amigos da Academia fazem o possível pra...