UMA CONVERSA NO ASTRAL

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- Opa, pera! Aquele sou eu deitado ali? Como é que eu posso estar aqui e ali?

- Não é óbvio, Pran? Você está em viagem astral, meu jovem. – Pran olhou ao seu lado e reconheceu o homem que vestia uma longa túnica de cor acastanhada.

- Mestre Nolano, o que está acontecendo? Como o senhor pode estar aqui junto comigo neste momento? – Pran estava confuso e esta confusão começava a dar lugar ao medo.

- Certo, meu aprendiz. Antes de mais nada silencie seus questionamentos, ou medo que está sentindo o levará de volta ao local que, com tanta determinação, você lutou para não estar. Concentre-se em mim.

Pran olhou com atenção para Nolano. Receou fechar os olhos e acabar retornando ao seu corpo ali deitado, então fixou a atenção no mestre. O efeito das muitas perguntas começou a passar.

- Agora, meu jovem, você acha mesmo que eu, quem o ensinou desde o princípio como sair de seu próprio corpo, iria te abandonar à própria sorte? Que tipo de mestre você pensa que eu sou? – apesar de rígidas, as palavras de Nolano caíram como um abraço em Pran que se sentiu acolhido por elas.

- O senhor tem estado aqui toda noite? – Perguntou o jovem, curioso.

- Não toda noite. Nós, tutores, temos uma intuição apurada quanto aos nossos tutorados, sabemos quando vocês pretendem treinar. Normalmente isso é fortemente associado aos dias em que vocês, sagazes aprendizes, passam pelas nossas aulas...

- O senhor é sábio, Mestre.

- Ah, meu jovem. Quando já se acompanhou tantos aprendizes quanto eu, você percebe que estar presente o tempo todo não é a solução. A solução é estar presente quando se é necessário. Veja, você já está conversando no astral há alguns minutos e sente como se isso fosse algo totalmente natural, mesmo estando bem acima da linha do chão.

Ao tomar consciência disso, Pran desceu instintivamente ao nível do chão, mas não retornou ao seu corpo. Nolano sorriu.

- Não se acanhe, jovem Pran. É assim mesmo que as coisas funcionam. Com o tempo, você conseguirá ir a qualquer local enquanto dorme. Por enquanto, procure ficar no quarto e lidar com seus medos. Toda vez que você sentir medo, a probabilidade de retornar a corpo aumenta.

- Certo, Mestre.

- Eu voltarei daqui em diante, todos os dias, para acompanhar seu progresso no astral. Em nossos encontros no plano físico, falaremos sobre o que você lembrar de nossas conversas e como você se recorda delas.

- Sem problemas, Mestre.

- Muito bem, meu rapaz, retorne ao seu corpo e permita que este descanse de forma mais plena.

Ao dizer estas palavras, Nolano tocou a testa do corpo de Pran. Um milésimo de segundo depois, Pran dormia, totalmente inconsciente.



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Aether Fabulae - A História de Pran [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora