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Os dois passaram pelo olhar sombrio do superintendente e Seokjin puxou Jisoo até uma sacada cheia de flores e plantas de pequeno porte.

Agora, a Han percebia que na verdade estava em um prédio alto e provavelmente de cinco estrelas. A vista dali de cima lhe dava alguns calafrios e o vento que batia em seu rosto fazia seu coração agitado se acalmar.

— Que escândalo era aquele na cozinha? — O de ombros largos indagou, olhando a menor de cenhos franzidos. — Você anda dormindo bem? Se alimentou direito ontem?

A pesquisadora o olhou como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Faz três dias que não durmo. — Ela passou a andar pela sacada enquanto esfregava as mãos. — Você disse que tinha um acelerador de partículas, onde está? — Se virou para ele, sorrindo. — Eu finalmente comprovei a teoria de Albert Einstein. Agora basta eu ajustar o acelerador de partículas para que eu volte ao meu laboratório e tudo pronto.

Seokjin tinha vários e enormes pontos de interrogação pairando acima de sua cabeça. Não sabia quando sua amiga havia perdido alguns parafusos, entretanto, aquilo estava o assustando.Na visão dele, ela parecia ter virado uma cientista maluca que tinha trocado as receitas francesas por experiências de físicas quântica. Onde estava aquela amiga que usava gírias de cozinheiro?

— Quem é você e o que fez com Han Jisoo? — perguntou ele. — Do que você está falando? Isso tudo é falta de sono?

A garota chutou um vasinho de cactos orelha-de-coelhos e Jin se apressou em levantá-lo assim que ela se afastou.

— Eu sabia! Você não acredita em mim! — disse, com raiva. — Eu sou Han Jisoo, uma física que futuramente será renomada por comprovar a Teoria da Relatividade.

Seokjin a olhou, confuso.

— Jisoo, você é só uma chefe de cozinha. Devia estar preparando os cuisses de grenouilles para a clientela. Essa é a sua especialidade.

A menina bufou.

— Eu não sei do que você tá falando, eu só como lámen durante meu expediente e não sei fritar nem um ovo sem pôr fogo na cozinha. Minha especialidade é matemática e experiências, não comida.

O maior passou a mão no rosto, já impaciente. Estava a ponto de revirar os olhos.

— Escute, eu não sei o que está acontecendo com você agora, mas espero muito que volte ao normal. — Tocou o ombro dela. — Você vai ter que voltar para a cozinha e fazer o que tiver que fazer. Se precisar de ajudar, você vai ter Minhyuk, Alice e os outros.

— Mas eu...

— Nada de mas. Se você ficar nessa folga e alimentar essas paranoias vai acabar perdendo o emprego. E, até onde eu sei, você não vai querer ir para o olho da rua.

As palavras eram pesadas, mas Seokjin falava aquilo com leveza. Jisoo ficou calada, cruzando os braços enquanto bufada e fazia bico.

— Eu volto para te ver caso precisar, mas por favor, recobre seu juízo. Onde está suas habilidades culinárias? — Brincou na última frase.

— Meu QI é totalmente dedicado às Ciências da Natureza. — respondeu, ainda de braços cruzados.

— Por favor, dê uma chance à cozinha. — Jin juntou as mãos como se fosse orar, e tentou soar mais convincente, dizendo: — Prometo procurar esse tal de acelerador de partículas para você se voltar para lá.

Jisoo ponderou sobre aquilo. Não tinha mais o que fazer além de voltar para aquele forno. Sem sua jeringonça não tinha como fazer nada.

— Espero que não esteja mentindo para mim novamente.

Seokjin Gravité | ksjOnde histórias criam vida. Descubra agora