💔Prólogo💔

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  O que é o amor? Será mesmo que ele existe?
  Podem parecer perguntas bobas para aqueles que acreditam nesse sentimento, mas a verdade é que não passa de uma palavra sem sentido e que só serve para machucar e enganar as pessoas fracas.Todos dizem senti lo mas só falam isso para não se sentirem vazios, pois assim é o ser humano cheio de crueldade e ódio. Digo isso com toda certeza porque passei por coisas que me fizeram enxergar a verdadeira realidade, o mundo não é cor de rosa.
  Tudo começou quando eu tinha apenas cinco anos e vivia feliz com meus pais, sendo filha única atenção deles era voltada apenas para min.

  Mas em uma bela manhã em que o Sol resolveu aparecer dando vida a um lindo Céu azul , e o vento forte batia nos pomares de maçãs trazendo um delicioso perfume ao meu quarto. Levantei da minha cama e sair ainda vestida com meu pijama cor de rosa a procura da minha mãe,Karolyn Olivier.

  Quando desci as escadas escutei sua voz, estava baixa e meio embargada, parecia estar no telefone. Entrei  na cozinha e a encontrei com os olhos encharcados e sua expressão era de angustia, seus cabelos ruivos antes sempre bem arrumados agora estavam uma bagunça. Ela falava baixo não permitindo que eu escutasse qualquer coisa,ate encerrar a ligação  e cair no chão aos prantos.

_Mamae o que aconteceu? Porque está chorando? Está doente?_Perguntei genuinamente,abaixando me para enxugar suas lagrimas_ Vai ficar tudo bem.

_Nao vai ficar tudo bem_Ela disse friamente,chorando novamente _seu pai...ele...ele estar morto.

  Apesar de ter apenas cinco anos eu sabia o que aquelas palavras significavam. Por isso meu coração se encheu de dor e meus olhos de lágrimas.
  Desde aquele dia logo depois do enterro do meu pai que fui impedida de ir, pela minha mãe,nos mudamos para Nova York. Passamos a morar em um pequeno apartamento mamãe havia vendido nossa antiga casa em Filadélfia para pagar algumas dívidas, quando nos mudamos achei que ficaríamos mais unidas mas não foi isso que aconteceu.

  Ela sempre saia e me deixava sozinha naquele apartamento voltando apenas a noite, muitas vezes cheirando a bebida. Em uma noite qualquer ela trouxe um homem para casa, eles conversavam e ria as vezes trocavam beijos, realmente minha mãe havia esquecido meu pai em um piscar de olhos. Tranquei a porta do meu quarto e fui dormir pelo menos assim eu não me sentia tão sozinha.
Na manhã seguinte acordei com frio e o barulho da chuva que caia lá fora ,andei até a sala é vi minha mãe sentada no sofá com um copo de agua,ela parecia estar pensando em algo.

_Bom dia mãe _ Falei um pouco baixo,pois ela podia estar de ressaca e as vezes se irritava facilmente.

  Abri a geladeira e coloquei um pouco de leite com cereal em uma tigela, me sentei no banco do balcão e tomei meu café da manhã em silêncio.

_Arrume suas coisas Melinda_Ela ordenou tomando um gole de água.

Parei de comer e olhei para ela com uma expressão de dúvida.

_Porque? Vamos viajar de novo?_Perguntei um pouco animada mas com um pressentimento ruin.

_Isso não interessa a você! Só faça o que mandei!_Ela gritou jogando o copo na parede, espalhando pedaços de vidro junto ao restante de água.

_Sim senhora_Sussurei assustada largando a minha tigela de cereal e correndo para o quarto.

  Depois de tudo pronto me arrumei rapidamente com a mesma sensação ruim de antes. Coloquei um vestido verde e calcei minhas sapatilhas de cor preta. Fechei a porta do meu quarto sem saber que aquela seria a última vez que o veria.

_Estou pronta_Falei já na sala com minhas coisas.

  Minha mãe parecia mais calma, mas aquele olhar dela me causava arrepios. Amava demais ela apesar de tudo mas esse amor se destruiu e deu lugar a ódio e ressentimento ,jamais a perdoaria pelo que fez comigo naquele dia. Descemos até o estacionamento do prédio é colocamos minhas malas no carro, entramos e ela colocou uma música calma. Aos poucos me entreguei ao sono, a viajem foi longa mas senti quando o carro parou. Estávamos em frente à uma grande e antiga casa, o jardim era imenso e ao redor cheio de árvores. Olhei para minha mãe que por um momento encarou as próprias mãos e desceu do carro.

Amor e Ódio juntos pelo acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora