Capítulo I

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Rio de Janeiro, 20 de agosto de 1620.


Tudo corria bem naquela tarde de inverno, na tribo dos Tamoios, pois as grandes colheitas principais, haviam sido alcançadas, em um tempo muito mais hábil que o normal, isso se devia as ferramentas dadas pelos homens brancos, que as cederem em troca de explorarem as terras que ficavam próximas daquela pela tribo.

Com o início das inter-relações entre os homens brancos e os índios, dois porta-vozes vozes deles se encontravam naquela terra em busca de um novo acordo com os nativos, eles queriam oferecer educação, em troca de segurança e trabalhadores que pudessem desbravar aquelas terras desconhecidas, em busca do desconhecido, sobre os olhos de homens e mulheres de pele avermelhadas que possuíam apenas poucas peças cobrindo seu corpo.

Não muito longe dali grandes ventos fortes que podiam ser sentidos entre as pessoas. Ventos que vinham do oceano, trazendo consigo o cheiro forte de maresia é tempestade, trazendo consigo vários redemoinhos de areia que eram formados pela poeira do chão de terra próximos aqueles homens, para muitos aquele tempo poderia ser considerado mal agouro, mais para os estrangeiros aquilo não era nada demais, se mantinham calmos é tranquilos sem se amedrontar diante da força da natureza que era controlada, não pela mãe terra, mas por um índio adulto que tinha seus olhos concentrados nos homens brancos enquanto trincava os dentes em fúria.

Em um outro lugar seis homens se reuniam, eles eram representantes das seis tribos daquelas terras, homens fortes é sábios, que ganharam o título de líderes em suas respectivas tribos, todos estavam sentados em um círculo sobre um tapete feito de pele de animal.

Todos ali presentes queriam dar uma solução para a questão que trazia os homens brancos com sua proposta. Cada representante tinha consigo uma pessoa de confiança que poderia ser usada como testemunha caso fosse necessário, elas eram pessoas de extrema confiança deles, dentre eles haviam filhos que cedo ou tarde tinham o dever de assumir as responsabilidades que seus pais tinham para com suas tribos.

Os ânimos se exaltaram quanto um dos homens aumentou o tom de sua voz.

— Deveríamos expulsar estes homens sem cor daqui! — Disse Akamu, representante da quinta tribo, ele possuía cabelos em tranças com fios de cordas vermelhas, uma barba grossa, em seus ombros possuía uma pele de leopardo, atrás dele havia um garoto de quatorze anos, com desenhos em linhas grossas em seus ombros que desciam por suas costas.

— O que um devorador de carne como você entende sobre isso! — Questionou Porã, o líder da sexta casa, este era mais jovial, com cabelos longos até o ombro com a lateral esquerda raspada, do lado oposto estava preso com uma pena de águia, com riscos pretos abaixo dos olhos.

Ele se referia a proposta de Akamu que rosnou trincando os dentes quase como um animal encurralado.

— Como ousou trazê-los aqui Porã! — Questionou o representante da segunda tribo, com certo desapontamento em sua voz. — Trouxe o inimigo ao seio de nossas tribos! — Disse olhando com seus olhos castanhos claros.

— Deveríamos escutá-los Kai, as ofertas deles são boas para todos nós. — Disse Porã, se virando para o homem corpulento, seu corpo estava acima do peso, as pinturas em seu corpo pareciam desenhos de ondas, que desciam até os braços em seu ombro possuía a pele de uma raposa.

— Graças as ferramentas deles, nossa colheita foi muito mais rápida, você e o Diaurum, deveriam entender isso melhor do que ninguém, vocês possuem as maiores tribos e tiveram uma farta colheita que alimentará a todos sem qualquer preocupação.

— Eles devem morrer! — Disse Akamu socando o tapete de pele, chamando a atenção de todos para si, seu filho o observou apreensivo ele conhecia melhor do que ninguém o gênio forte de seu pai.

— E vocês o que tem a dizer sobre isso Diaurum e Lokine? — Falou o líder da tribo um, para os representantes das três e quatro, duas mulheres de curvas definidas ajeitavam um elmo feito de penas na cabeça dele.

— Eu quero o que me foi prometido! — Respondeu Diaurum, olhando seriamente para Porã.

— Apenas me preocupo que percamos nossos costumes com a chegada dos brancos, as minhas pescas ficariam muito melhor com as melhorias deles, mais nada vale nossas tradições. — Disse Lokine irmão mais novo do Líder da primeira tribo.

NAKINE - Guerreiros da EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora