Capítulo II

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Os ânimos de todos estavam exaltados, aquela reunião começava a se intensificar.

— HÁ, HÁ, HÁ. — Riu o representante da quinta tribo. — Logo você falando de costumes e tradições quando seu filho sequer esta aqui, aquele que disse que o sucederia... — Ele deu as costas as tradições se negando a passar pelos testes!

O líder o ignorou perguntando mais uma vez. — O que escolhes irmão?

— Vamos matar eles como um aviso! — Voltou a repetir Akamu. — Se estão sem coragem de fazer isso deixem comigo... Meus guerreiros terão prazer de levar a eles nossa mensagem! — Levantou sorrindo e fechando a mão diante dos demais líderes das tribos, seu filho se moveu alguns passos para trás. — Em seguida pegarei o que é meu por direito.

O homem com pele de leopardo, encarou o rosto de Lokine,  antes que alguém pudesse retrucar as palavras do líder da quinta tribo, ao longe se podia ouvir os gritos de crianças e mulheres fazendo todos da tribo se apavorarem, todos os líderes se entreolharam rapidamente é entenderam o que estava acontecendo do lado de fora.

Akamu se adiantou para a saída para saber o que estava acontecendo, antes que pudesse sair da oca um corpo caiu sobre seu peito desnudo, o fazendo segurá-lo por reflexo, ao  olhar para aquele em seus braços, viu que era um dos seus guerreiros, seus olhos estavam assustados, sangue escorria de sua boca, e apenas uma palavra saiu dos seus lábios antes de seus olhos fecharem, "nos ajude".

Os olhos do líder da quinta tribo, pareceu ser tingido de vermelho, com fúria, nas costas de seu guerreiro, quatro flechas estavam cravadas fundo em sua pele, a poucos metros seis homens surgiram trajando armaduras de aço reluzente, em suas mãos longas espadas e bestas estavam sendo apontadas para os líderes das tribos, Akamu avançou contra eles, desviando de varias flechas e golpes com as espadas, derrubando dois com seus socos, mas o terceiro o acertou com o cabo da espada na lateral de sua cabeça o fazendo cair desmaiado a poucos centímetros do corpo de seu guerreiro.

Em outra cabana distante da tribo atacada, uma linda jovem corria com seus cabelos soltos, em direção aonde os líderes estavam se reunindo, ela usava apenas um pequeno pedaço de pano que cobriam os seios e a parte de baixo, usava um colar feito de couro, com uma pedra presa, deveria ser uma esmeralda, ela ouviu os gritos de várias pessoas fugindo dos ataques dos homens brancos completamente desesperados.

Ela gritava pelo nome do seu pai enquanto se aproximava do local, os lideres estavam sendo levados, alguns desacordados e outros com os punhos amarrados com cordas, ela corria rapidamente quando sentiu ser agarrada pelas costas repentinamente, sendo empurrada para a mata, ela achou que seria um dos homens brancos, se debatendo e chutando, tentava socar seu captor, mas só conseguia atingir o próprio ar.

— Me larga! — Gritou esperneando — Eu preciso Aju... — Antes que pudesse completar sua frase uma mão cobriu seus lábios a impedindo de continuar.

Tentando morder a mão daquele que a segurava, a linda jovem de cabelos negros como a noite se debatia sem parar. O homem que a segurava com firmeza, a levando para atrás de um grosso tronco de árvore, orando aos deuses para que ninguém a tivesse visto, ou ouvido, pois um grupo de homens brancos estavam próximos de onde eles se encontravam, armados com espadas.

Um dos soldados achou ter ouvido algo, parou e olhou em volta, percebeu algumas folhas se moverem, começou a caminhar naquela direção quando foi chamado pelos seus companheiros.

Respirando fundo, a jovem moveu acamou seus sentidos, movendo seus dedos como se guiasse alguma coisa, formigas de coloração amarronzadas e com reentrâncias profundas na cabeça, começaram a se mover, estes insetos eram conhecidos como formigas cortadeiras, que possuíam uma mordida perigosa, elas começaram a subir pelos pés do homem que a impedia de ir ao socorro dos seus parentes.

— Pare Wana! — Falou o homem sussurrando em seu ouvido. — Não temos como salvá-los agora, ir lá será suicídio, você apenas será capturada também. — A filha do líder da primeira tribo se acalmou, ao perceber de quem se tratada, no mesmo momento as formigas pararam seu avanço contra o homem, ela entendia o que ele estava dizendo, apenas não queria acreditar, pois  ele estava certo, percebendo que a jovem havia entendido, ele a soltou lentamente enquanto ela se virava para encara-lo nos olhos, aquele a sua frente era seu primo Arani.

NAKINE - Guerreiros da EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora