BREAK

Palavras que vem da alma

JOSH'S P.O.V

11:17

- Cara, eu tô morto de sono! - Escuto Bailey falar enquanto desce as escadas.

Todos nós estamos mortos de sono, Lamar boceja a cada 5 minutos, Noah cochila enquanto coloca a água, Bailey coça os olhos a todo momento, e eu, bom, eu só estou com sono mesmo.

- Cade a Any? - Noah questiona. - Ela sempre acorda mais cedo que a gente.

- Ontem a noite ela tava com insônia, então ela deve estar dormindo ainda. - Explica Bailey.

- Alguém vai acordar ela, nós precisamos resolver o que iremos fazer hoje. - Falo.

Lamar se prontifica a ir, mas quando abre a porta do quarto onde ela estava dormindo, faz uma careta preocupada.

- Aaan, gente, a Any não tá aqui! - O britânico diz.

- Como assim não tá? Eu vi ela indo pro quarto ontem! -Diz Bailey.

- Não sei, mas a cama dela está toda bagunçada, as gavetas e armários estão todos abertos e desarrumados, como se ela estivesse procurando algo (?) - Lamar falava enquanto analisava o quarto da cacheada.

Todos nos levantamos preocupados, e começamos a procurar pela Any. Começamos pelo porão, e nada. Subimos para a sala, e procuramos por todo o canto daquele andar, e nada.

- Eu e o Noah, vamos para o sótão, e você e Lamar procuram nos quartos ! - Explico para Bailey.

Eu e Noah nos direcionamos para o sótão, e começamos a procurar por ali. Afastamos caixas, móveis antigos, murais de fotos, entre várias outras coisas.

- OOOOOOOOO JOOOOOOOOOOSHUUUUUUUAAAAAA- Escuto Lamar gritar.

Eu e Noah nos entreolhamos preocupados e assustados e descemos correndo. Procuramos os meninos, e os mesmos se encontravam no escritório da casa, Any estava dormindo por cima de alguns papéis que me chamaram a atenção.

Me aproximo da bancada e uma folha específica me chama a atenção. Retiro o papel que estava por baixo das mãos de Any e começo a ler o poema, e um arrepio me sobe à espinha.

A solidão me preenche
E me afunda cada vez mais
O peso que eu carrego em meus ombros
Me derruba no chão, e me tira a paz.

Me jogando pelos cantos
Tudo que eu imploro é piedade
Estou sangrando por dentro e por fora
E ainda assim, os gritos insurdecedores não se calam dentro de mim.

Grito por socorro
Numa cidade em que todos são surdos
Será que não escutam uma garota
Que está perdida pelo mundo?

Jogada no chão
Sem forças para me levantar
Eu só quero ir embora
Para nunca mais voltar.

- Any Gabrielly.

Estou estático com o papel em mãos, percebo que os meninos se aproximam, e começam a ler o poema.

Deixo o papel na mão de Lamar, e vasculho a bancada, à procura das outras poesias, e encontro várias.

Leio, leio, leio, leio, releio, leio.

Tudo aquilo que estava sobre a bancada, me choca, e me agoniza cada vez mais.

Como eu não percebi?
Estava abaixo do meu nariz e eu não percebi!

Vários papéis estão amontoados em minhas mãos, e sinto que alguém aperta meu ombro.

- Mas ela... Ela parecia tão bem. - Diz Noah preocupado.

- Só parece mesmo. - Digo.

Any acorda com o barulho que fizemos, e arregala os olhos ao ver que seguramos suas poesias. Ela rapidamente as tira de minha mão e corre para fora do cômodo, mas é impedida por mim.

Corro até sua frente, a impedindo de passar pela porta. Any desvia o olhar, e fita o chão envergonhada.

Vejo que uma lágrima escorre de seu rosto, e a abraço. Os meninos me acompanham e rodeiam a garota.

- Eu não quero mais! Eu não quero mais sofrer, não quero mais fingir que eu tô bem quando eu não tô, não quero enganar a mim mesma! - Diz Any.

-A gente vai estar aqui para te ajudar, pequena! - Diz Bailey.

- Pode contar com a gente! - Diz Lamar.

- Eu vou estar aqui para qualquer coisa! - Noah fala.

- E eu também! - Digo. - Todos nós estaremos!

Ficamos abraçados por bastante tempo, tentando acalmar Any.

ANY'S P.O.V

Coragem.

Pela primeira vez eu tive coragem de tentar não me afogar em meus próprios pensamentos, e ser forte o suficiente para me reerguer um pouco quando me encontrei no fundo do poço.

Eu vou tentar batalhar para melhorar, mas nem todas as batalhas tem suas vitórias. Eu vou tentar me reconstruir aos poucos, e colocar pontos finais nas histórias em que eu só coloquei pontos e vírgulas, ou até mesmo reticências.
Histórias que já tinham seu ponto final, mas eu ficava apenas anulando o inevitável, sofrendo por algo que eu não posso mais desfazer.

Minhas feridas irão me fazer mais forte, irão me fazer batalhar por aquilo que eu quero, minhas feridas são minhas marcas, marcas que eu não posso apagar, mas eu posso fazer delas as marcas da minha vida, as marcas que irão me fazer me reerguer.

Quando nos encontramos uma vez no fundo do poço, é difícil de sair, e parece que cavamos mais o buraco com nossos próprios dedos, eu não olhava para cima nunca. Eu não prestava atenção que naquele mesmo poço, ao olhar para cima, mesmo que sendo poucas, tinham pessoas que queriam ver o meu bem.

Mas quando a gente olha para cima, quando a gente percebe que aquela não é a única solução, a gente quer se levantar. Depois de me ver no fundo do poço, eu não quero voltar para lá novamente, eu não quero mais me afogar em mágoas, eu quero tentar colocar um ponto final nessa fase da minha vida, eu quero lutar as minhas próprias batalhas sozinhas, e sem temer o amanhã. Eu quero ser feliz, eu quero tentar ser feliz como um dia eu fui.

Felicidade não se compra, se conquista. E eu vou tentar conquistar a minha novamente. Não importa quantas vezes eu caia, me machuque, eu irei me levantar, olhar para o céu, e me lembrar dela. Belinha será o meu ponto de calma, ela será o motivo para que eu tente me reerguer. Eu irei tentar fazer isso por ela.

Eu vou me reerguer, eu vou batalhar pela minha vida.

Eu vou ser forte,
Ou pelo menos tentar.

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AAAAAAAAAAAA

ORGULHOSA DA ANYYY

EAÍ, o que acharam do cap?
Me contem!

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Bjs, bjs

Isa Sandy❤