BRISA DE PRIMAVERA

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Any's P.O.V

Enquanto caminho pelas ruas do Canadá, sinto a brisa batendo em meu rosto.
Se eu nascesse novamente em outra vida, gostaria de ser o vento, pois ele é livre, e não importa o local, hora, estação, ele sempre esta lá, voando sereno, e em algumas vezes causando por onde passa.
Ninguém enxerga ou sente o cheiro do vento, mas sabemos que ele sempre vai estar lá, batendo em nossas caras, e em tardes como essas, balançando as pequenas folhas das árvores.

Solto um longo suspiro e penso na minha conversa com Josh, principalmente na minha "Lição de casa"

"Tente achar algo que você goste,ou sempre teve vontade e nunca fez"

Acho que eu nunca parei pra pensar nisso. O que eu realmente gosto de fazer?

Cantar

A primeira coisa que me veio na cabeça, mas e em relação a experimentar coisas novas? Não faço a mínima idéia...

Ao sair de meus devaneios, percebo que uma fina garoa começa a cair, e os pássaros voam em direção às árvores.
Aquilo era realmente lindo de se ver, e eu realmente queria guardar aquela imagem na minha cabeça.

Pego o celular do meu bolso, e capto o momento em que um pássaro voa em direção aos seus amigos, se escondendo da garoa, enquanto os velozes carros passam pela estrada, e os raios de luz se misturam com as gotas de água em meio às árvores.
Só de ver aquela foto, uma paz e mansidão atinge meu interior.

A chuva começa a engrossar, e várias pessoas que andam ao me derredor, correm para estabelecimentos que as protejam da chuva e do vento. Lembro que perto de onde estava, tinha uma pequena lanchonete. O caminho não era longo, mas eu ia tomar chuva.

Ao abrir a porta do Tony's Coffe escuto o som do sininho tocando, e cheiro de café quentinho.
Sento em uma das mesas, e logo me atendem, peço o de sempre, donuts de morango, e um chocolate quente com marshmellow.

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Chego em casa por volta das 19 horas, a chuva NÃO PASSAVA NUNCA, e ainda garoa lá fora.
Percebo que meus pais não estão em casa, e acabo me preocupando, esperava que a uma hora dessas, ele já estivessem aqui.
Mando uma mensagem para minha mãe, e vejo que sua última visualização, foi quando lhe mandei mensagem, e me preocupo mais ainda.

ONDE ESTÃO MEUS PAIS?

Ao enviar a mensagem, espero alguns minutos e vejo que minha mãe não recebeu o torpedo. O que raios está acontecendo?!

Acabo ficando nervosa, e começo a andar de um lado à outro, esperando a mensagem ser recebida por ela. Minhas mãos soam frio, e o ar esta ficando rarefeito nesse cômodo.

...

Estou a exatos 30 minutos, andando pela sala, e a minha mãe ainda não me respondeu, ou se quer atendeu as ligações que eu fiz nesse período, todas deram na caixa postal.
Meu coração esta a mil, eu só consigo imaginar o pior acontecendo.

Sento em uma das poltronas, e balanço minha perna em um ato de puro nervosismo, minhas unhas já nem existem mais...

Ouço o som de um carro, e risadas ecoam pelos meus ouvidos.

Finalmente eles chegaram.

Meu coração se aquieta, e escuto o som das chaves na porta.
Minha mãe entra em casa com seus saltos na mão, cambaleando, e com a maquiagem um pouco borrada.
Espera um pouco, ELES ESTÃO BÊBADOS?

Minha mãe não aguenta o peso do próprio corpo e acaba se sentando desleixadamente no sofá.

- Onde vocês estavam, e porque não atenderam minhas ligações? - pergunto olhando para os dois.

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