(1) Presa ou predador.

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(🍑)

JIMIN

Eu odeio o primeiro dia de aula.

Simplesmente, porquê tudo acontece exatamente como da última vez. Esse ano, já que estou no segundo, temos novos veteranos que até ano passado não eram coisa nenhuma, mas apenas por estarem no último ano do ensino médio, acham que retêm algum tipo de poder que os torna os reis do colégio.

Também tem os alunos do segundo ano, como eu. Esses são os famosos "porra nenhuma", com algumas exceções formadas pelos alunos que tem influência, ou por serem os adotivos dos alunos do segundo ano do ano passado. Basicamente, quando os novatos chegam, os alunos do segundo ano com o intuito de protegerem os calouros, resolvem "adotar" alguns deles, e isso os livra de todo e qualquer mal que os veteranos possam fazer.

Eu sei, isso é totalmente idiota. Mas os veteranos tem o mínimo respeito pelos porra nenhuma, então não perturbam os adotivos.

E por último, os novatos. Pobres almas. São os que mais sofrem no Colégio, além de terem uma carga horária maior que a nossa. Meu primeiro ano foi bom, graças ao meu nome: Park Jimin, filho de político. E eu ainda dei a sorte de ser adotado por Seokjin, a pessoa mais legal daquele lugar e acima de tudo, meu melhor amigo.

Foi nesse mesmo instante que a tela do meu celular acendeu, e eu desisti de tentar arrumar a gravata indo até a escrivaninha para ler a mensagem pelas notificações, já que eu não pretendia responder.

Seokjinie 😻:
|Aguenta aí, meu pai não quer deixar eu ir na Diane, vamos ter que ir de carona.
|Trás um bolinho pra mim 😘😘

Um fato sobre Seokjin: ele é podre de rico. Quer dizer, eu também sou rico, tenho bastante dinheiro aliás, mas não como Seokjin. A "Diane" era a Ferrari dele, nomeada assim porque era o nome do pecado da inveja do anime preferido dele.

Visto que provavelmente quem nos daria carona era Gi-seok, sua mãe, eu me animei um pouquinho e peguei a mochila, virando-me para o grande aquario em cima da minha cômoda e sorrindo, vendo Levi com as patinhas encostadas no vidro.

— Nem pense em dar escapadinhas hoje, garoto. Ontem você quase foi devorado pela bola de pelos do vizinho, seu sapeca. — repreendi Levi, que botou sua língua azulada para fora. Ele era um lagarto de língua azul que eu encontrei na loja quando fui adotar um animalzinho, que a princípio seria um cachorro, mas quando eu vi Levi e nossos olhos se cruzaram, eu bati o pé que queria levá-lo para casa. Minha mãe não gostou muito da ideia, mas quem cuida dele sou eu, então ela não tem que querer nada.

Me despedido de Levi e conferido se eu não havia esquecido de colocar os sapatos, eu saí do meu quarto trancando a porta e colocando a chave dentro da mochila, descendo a escadaria que daria direto a sala de estar. Me apressei em chegar até a porta e abrir a maçaneta, e prestes a sair mundo a fora, ouvi alguém pigarrear atrás de mim.

— Não está se esquecendo de nada? — Helena me perguntou, jogando os cabelos negros para trás. Fingi choro, rodando os pés até a mulher negra a minha frente. — Estava indo sem comer, não é, Park Jimin?! — fui repreendido, o que chega a ser engraçado. Helena era a mulher mais doce que eu já tinha conhecido na vida, desde quando ela veio morar aqui em casa. Descobri mais para frente, que ela também era possivelmente a mulher mais inteligente que eu já tinha visto, quando descobri que ela trabalhava com a mamãe como médica geral.

Ela foi morar lá em casa quando saiu do Egito e veio trabalhar na coreia, onde seu trabalho seria mais valorizado, mas teve problemas por ser um país extremamente racista e não conseguir emprego.

Pieces↬jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora