"When the days are cold
And the cards all fold
And the saints we see
Are all made of gold
When your dreams all fail
And the ones we hail
Are the worst of all
And the blood's run stale."
Demons-Imagine Dragons
P.O.V Beatrice
Ele abraçou-me e chorou mais ainda.
Eu estava começando a ficar preocupada com a situação. Cal não falou nada, por enquanto, do que tinha acontecido para ele ficar assim, a chorar. Só chorava, chorava agarrado em mim.
Depois de um tempo chorando em meus braços, Cal se ajeitou e tentou controlar as lágrimas que temiam em sair. Estava soluçando muito.
"Está mais calmo? Podes me dizer o que está a se passar agora, Cal?" Disse eu ao mesmo, com certa delicadeza, e passando a minha mão sobre seu ombro.
"S-sim, só v-vou a casa-de-banho lavar o r-rosto." Calum disse quase num sussurro, ainda soluçando.
"Está okay, vá." Falei sorrindo.
Ele se levantou e caminhou até lá, conforme havia dito.
Depois de uns minutos ele entra na sala mais uma vez.
"Estás pronto?" Perguntei ao ver sua expressão melhorada, sem muita vermelhidão em seus olhos como antes.
"Sim." Falou mais alto do que a pouco, sem soluçar.
Ele se sentou e ficou encarando suas mãos.
"Minha mãe...ela... bateu com o carro ontem." Falou baixo.
Não acredito.
"O que? Como isso aconteceu?" Perguntei desesperada, não acreditando no que havia ouvido.
"Aconteceu de madrugada. Ela estava indo para a casa da minha avó, visitá-la." Falou inclinando sua cabeça para trás e piscando várias vezes.
"Mas ela está bem não está?" Eu estava chocada, coitada dela. Ainda não posso acreditar nisso.
"Não. E-ela se foi, Bea. S-se foi." Falou e o choro voltou.
Chocada, arrasada, impressionada ... É difícil achar uma expressão agora para como eu estou.
Abracei Calum, sentindo uma vontade de chorar por ver meu melhor amigo desse jeito. Não gosto de vê-lo chorando, desde criança sou assim com ele. Se ele chora, eu choro. Se ele sorri, eu sorrio. Nós partilhamos as emoções, e, agora, que ele está triste, eu também estou. Muito.
Eu sei que é difícil conviver com a dor de perder alguém, pois eu perdi meu irmão e ele nem havia nascido ainda. Pois é, eu não tinha dito isso antes. Queria tentar ignorar isso. Mas não há como. Pelo menos, eu venho tentado desde então.
Mas eu vou tentar ajudar Cal a tentar se acostumar com isso, afinal, não gosto quando ele fica assim.
"Olha, se você quiser passar um tempo aqui em casa, eu vou adorar." Falei fazendo carinho no seu cabelo escuro.
"V-você faria isso por mim?" Falou se afastando do abraço.
"Claro! És meu melhor amigo, bobo." Dei língua para ele e apertei seu nariz.
"Obrigado." Ele sorriu e me deu língua também.
-x-
Sou acordada com o som de um telemóvel a tocar. Deve ser o de Calum, o meu não tem esse tipo de toque.
Tento me mover mas não consigo, devido ao braço forte que está a me prender. Lembrei-me que tinha forrado algumas cobertas no chão e que acabei por dormir, ao lado de Cal.
Ele se mexe e me puxa mais contra si. Que agonia!
O som do telemóvel já está a me dar nos nervos, pelo visto tenho que atendê-lo. Me estico até o mesmo, conseguindo pegá-lo. Leio o nome de Mike no ecrã e deslizo para atender.
"Sim, Mikey?" Atendo.
"Cal?! O que ouve com sua voz, cara?" Michael diz.
"Sou eu, idiota, Beatrice." Revirei os olhos.
"Bea?! O que você está a fazer com o celular do Calum? Aconteceu algo?" Dava pra perceber a curiosidade na voz de Michael.
"Na verdade, aconteceu sim. E ele está aqui, em minha casa." Falei baixo, para que não acordasse Calum.
"Por que está falando baixo? E o que aconteceu?" Perguntou Michael, rindo. Não percebo.
"Por que Cal está dormindo." Falo no mesmo tom. Calum começa a se mexer.
"Mas o qu-"
"Mais tarde explico-vos tudo, a você e ao resto dos meninos. Se quiserem, podem vir à tarde. Cal já está a acordar, tenho que desligar." Digo, demasiado rápido.
"Tá bom. Até ma-"
"Até mais." Desligo o telemóvel cortando Michael, com certeza ele ia ficar bravo comigo depois disso. Pouso o telemóvel de volta ao lugar onde estava.
Me viro, com muita dificuldade, para ficar de frente para Cal. Quando viro, vejo que ele está a sorrir. Deve estar sonhando com algo bom. Dou-lhe um sorriso também, mesmo que ele não possa ver.
Começo a fazer carinho no seu cabelo castranho escuro, ganhando mais um sorriso de sua parte.
"Bom receber carinho logo de manhã." Ouço sua voz meio rouca por ele ter acordado agora. Ele se contorce todo.
"Pareces um gatinho, de tão manhoso." Digo e ele ri.
"Estava com saudades de dormir com você, como nos velhos tempos em que éramos crianças." Ele diz tirando seu braço da minha cintura e fazendo carinho em minha bochecha. Assenti sorrindo.
"Agora vamos levantar que temos um dia longo pela frente." Aproveito que ele me soltou para me levantar e ver se havia alguma notificação em meu telemóvel.
Wow, 3 chamadas perdidas, olho no ecrã. Hmm, uma de minha mãe e duas de Luke.
Minha mãe deve estar a ligar para saber como estou a ir depois de sua viagem. E Luke, deve estar a se perguntar por que fui embora cedo de sua casa sem avisar. Mamãe deve ter deduzido que eu estava a dormir, pois não atendi na primeira, então ela não ligou mais. Agora, já Luke, deve estar a achar que eu fui sequestrada. Do jeito que é dramático e desesperado. Urgh, já são 9h46.
O som da campainha soa pela sala silenciosa. Calum geme se cobrindo com o lençol que estava a sua beira. Reviro os olhos por eu ter que atendê-la. Vou até a porta, resmungando, e abro-a.
"O que estás a fazer aqui?" Pergunto surpresa.
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-Huuuu, quem será que estava a bater na porta de Beatrice?(Mistério bosta)
-Olá, babes. Como estão? Bem, eu ando meio ocupada com meu trabalho e outras coisas...por isso só pude postar agora. Beijos xxDudu
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• Storm •
Random"Acho que me apego muito rápido às pessoas, com isso eu acabo me machucando."
