Homônimo.

373 41 98
                                    

Homônimo adj. e s.m. (Do gr. homos, semelhante e onymia, nome.) 1. Diz-se de pessoa, cidade ou coisa que tem o mesmo nome próprio de outra. 2. Diz-se das palavras em que se produz homonímia.

*                 *                 *


Jeon Jungkook sabia que só existia uma coisa que detestava mais do que ser ignorado: ser feito de idiota.

É, o meio-irmão do Jin, Park Jimin.

Entretanto, ao escutar aquelas palavras serem proferidas por Yoongi, esperava que fizessem parte de mais uma das brincadeira desastrosas do outro, e que este estivesse tentando fazê-lo de idiota uma vez mais.

Esperava mesmo, com mais esperanças do que gostaria.

P-Park? — Jungkook sussurrou bem baixinho, rezando internamente para que sua surpresa e incredulidade não soassem suspeitas demais. — Jimin?

Oh, merda.

Afinal, o Jeon já estava mais do que farto de só se meter naquelas merdas, como seu pai ressaltaria.

Seria aquilo que chamam de puro carma.

De fato, qual a probabilidade de dois indivíduos com o mesmo nome surgirem no mesmo período, numa cidade pequena e pacata em que todos se conhecem, seja por fofocas ou senso do ridículo? E a resposta, sem dúvidas, não lhe agradava nem um pouco; do contrário, Jungkook se encontraria menos revoltado.

Tinha sido enganado!

Por alguém que nem sabia quem ele era ou o porquê de estar enganando-o, mas, como fazia questão de frisar, tinha sido enganado.

— Jungkook? — e, novamente, Yoongi tentara se meter — ou piorar — na confusão que parecia ser a mente do moreno naquele momento. — Você está vivo, meu filho?

— Não, idiota. — sorriu alterado, deslizando os dedos longos pelos fios já bagunçados de seu cabelo. — Acho que eu morri e vim dar um "olá" para vocês no inferno. Se bem que você, Yoongi, colocaria o capeta no chinelo.

— Ei, não ofenda o nosso tinhoso! — e, como mágica, Jungkook nem sequer percebeu como ou quando Taehyung surgira ao seu lado. No entanto, sentiu que seu coração não agraciava o aparecimento inusitado da criatura infernal. — Tudo bem contigo, Jungkookie? Você está meio... pálido? — o Kim mais novo ignorou toda a raiva presente no olhar alheio ao apertar as bochechas do Jeon, não temente à morte. — É, essa aí é a cor do Yoongi, como você roubou ela?

— Claro, porque eu sou uma versão mais gostosa de Jean-Baptiste*, não é, seu bastardo? — Jungkook fugiu ao toque alheio, observando com antipatia o bico fofo nos lábios alheios. — De onde você saiu, cão?

— Do inferno, só se for.

— Nossa, como vocês estão religiosos hoje. — Taehyung revirou os olhos e cruzou os braços acima da cabeça, relaxado. — Eu estava virando a casaca para o novo bonitão na área, e olha, até que ele é bom de papo. Sei lá, se for assim na minha cama também. — comentou, sentindo os olhares fumegantes voltarem-se para si e dando de ombros. — Que foi?

— Você quer dar para o inimigo, é isso mesmo que eu estou ouvindo?

Kim Taehyung era gay.

Muito homossexual mesmo.

Mas Jungkook não era homofóbico, e esperava nunca chegar a soar como um. Tanto que, cinco anos atrás, quando os pais do Kim se mostraram perplexos e inconformados, fora um dos primeiros a descobrir e apoiar abertamente a opção do amigo — e irmão, visto que cresceram como tal, em especial pela longa amizade entre seus pais, avós e tios. Eram como uma família bem torta, mas uma família nunca renega ou deserda seus membros.

H.O.M.O.Onde histórias criam vida. Descubra agora