Às duas da tarde, Mark já tinha a cidade feita como sua. Andava pelas ruas com elegância e confiança, como se fosse um residente desde sempre. Como se o pequeno jardim de rosas no centro da cidade tivesse sido parte de seu crescimento, e como se o asfalto de cada rua tivesse sido o receptor de todos os seus passos desde que aprendeu a andar.
Às três saboreava um café com leite, um pouco mais cedo que o normal, mas não podia conviver com a expectativa de que a cada segundo se tornasse um pouco mais eterno. As agulhas não avançavam rápido o suficiente para acalmar suas ansiedades e logo depois de ver Haechan pela manhã regando suas anêmonas e outras flores, prometeu a si mesmo que não iria ao restaurante. Proibiu a si mesmo de vê-lo já que isso o único que faria seria torna-lo ainda mais impaciente, se é que isso fosse possível.
Às quatro horas, ele se amaldiçoou enquanto circulava em volta do quarteirão onde estava localizado o café-restaurante que visitara. Por quê? Era a pergunta que não conseguia responder. Por que ele?
Mark e seu coração não costumam entrar em conflito. O escritor orgulhosamente costumava se gabar de não entregar seu coração com facilidade. Aos vinte e seis anos ainda seguia com sua rotina de adolescente; relacionamentos fugazes, na maior parte fruto da paixão e da luxúria, e não de um interesse maior. Isso não era um problema para ele - o que não significa que não era para sua família, na qual toda vez que tinham a oportunidade encorajava-o a começar uma família ou conseguir um relacionamento estável. Mark nunca se obrigou a encontrar a "pessoa certa", era mais do irá acontecer quando tiver que acontecer.
E por acaso estava acontecendo? Como poderia garantir ou negar se nunca havia experimentado algo semelhante? Sua cabeça estava uma bagunça e a última coisa que podia fazer era escrever. Cansado e frustrado parou de dar as ridículas voltas e se deteve em frente a um espelho de uma loja. Encarou os próprios olhos e se perguntou, e agora?
Às cinco ele estava em seu pequeno hotel reclinado sobre cama e observando o teto. Na mesinha ao lado repousava o caderno e a caneta, mas não tinha escrito o dia todo. Era impossível fazê-lo estando assim, como poderia desmistificar a magia da França se havia se apaixonado por ela?
Fechou os olhos em frustração e dormiu para evadir seus pensamentos, mesmo que seja por pouco tempo. Às seis e meia estava entrando no chuveiro e dez minutos depois estava saindo com o cabelo molhado e algumas gostas descendo por seu pescoço. Se vestiu e saiu do hotel em direção ao centro com a esperança de deixar seus pensamentos sobre Haechan de lado.
E assim o fez, pelo menos em partes. O menino costumava aparecer em sua mente recorrentemente, mas em vez de lutar sua memória apenas ignorou e continuou com o que estava fazendo, seja isso comer, beber ou apreciar a vista do rio Loire.
Às dez da noite pegou o caderno e finalmente conseguiu escrever. Não muito mais do que pequenas anotações para levar em conta no futuro, detalhes para adicionar e outros para remover, no entanto, era um avanço. Tudo que não fosse estar perdido pensando em Haechan era um grande avanço.
Seus passos para o hotel eram lentos e preguiçoso, não queria chegar nunca, pois chegar significaria ter que ficar sentado na calçada emperando-o, e estava cansado de esperar. É por isso que colocou seus fones de ouvido e se perdeu na música enquanto avançava pelas ruas pouco iluminadas.
Às onze e meia seu corpo tremia ao pensar no que vestir. Não queria ser formal demais, isso seria demasiado óbvio; o garoto já havia o visto da maneira mais casual possível, então para que se preparar tanto?. Ainda sim, queria estar apresentável. Não sabia com exatidão o que fariam ou o que não fariam, mas quis se preparar um pouco.
Uma camisa preta apertada em seu corpo e jeans brancos foram escolhidos. Não era nem casual nem formal demais, colocou o único par de sapatos que trouxe consigo e usou uma quantidade generosa de perfume. Penteou levemente o cabelo preto e depois de se ver no espelho por alguns minutos, decidiu que estava pronto. No entanto, ainda faltavam quinze minutos.
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𝐕𝐈𝐋𝐋𝐄 𝐃𝐄 𝐋'𝐀𝐌𝐎𝐔𝐑 | markhyuck
FanficMark embarca em sua viagem à França para escrever um ensaio que vem rondando sua mente há meses. Haechan acorda como todas as manhãs às dez horas e depois do café da manhã, sai para regar suas flores; só que agora acompanhado pelo olhar de um turist...