O Preço Do Amor

PENSAMENTOS

Hotel Belmond Copacabana Palace

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LUCCA EVANS

Merda, acabei de fazer o que estava expressamente proibido. Beijei Megan.

- Onde você estava? - Luigi pergunta andando atrás de mim.

- Não é da sua conta. - digo furioso, sei que ele não tem nada a ver com meu mal humor, mas ele é um intrometido.

Caminho em direção ao meu quarto que é no mesmo andar que o quarto de Megan, a Família Dantas não poupa dinheiro quando se trata da sua filha, hospedou todos os seguranças no mesmo hotel e no mesmo andar.

Deito na minha cama ainda furioso e a sensação da boca quente e macia de Megan chega forte no meus lábios, ela é uma anjo, bondosa, eu não a mereço e nunca ficarei com ela, é impossível e mesmo assim não consigo a afasta-la da cabeça.

A primeira vez em que a vi, ela estava no jardim da mansão tomando seu chá da tarde, sorrindo para o labirinto sozinha, quis na minha hora desvendar seus pensamentos, eu estava indo para o escritório de Robbing dar início ao meu treinamento para ser o chefe da segurança de Megan, que destino cruel, o destino nunca foi bom comigo, já era pra eu estar acostumado.

Desde então nunca mais a tirei da cabeça. Eu não acredito em amor à primeira vista, isso é bobagem de livros e filmes, eu culpo o treinamento, ficar em um maldito deserto por dois meses sozinho mexe a mente da gente, fui jogado lá somente com a roupa do corpo. De noite quando sentia frio, onde a temperatura chegava a -5°C me lembrava de seus cabelos, loiros como o sol e isso me aquecia, quando sentia fome me lembrava do seu sorriso saboreando suas tortas e isso me fazia levantar e começar a caçar, foram dois meses onde sobrevivi com a motivação que tinha que proteger Megan, a garota que me fez ficar vivo.

Depois que voltei para a Inglaterra e minha cabeça voltou a raciocinar normalmente, me dei conta que o que me manteve vivo não estava ao meu alcance.

Eu não me importo se amanhecerei morto, minha vida já se foi a muitos anos. Desde então sigo meu caminho tentando fazer algo pelos outros, porque por mim, eu não posso fazer nada. Nós tentamos sabotar a nós mesmos, desejando a morte, mas nosso corpo sempre tenta se manter vivo, cada minuto por vez, o que faz nossa mente querer descansar, buscando a solução mais fácil. Eu nunca pensei em suicidar, nunca, valorizo a vida que meus pais me deram, eu lamento somente ter perdido a minha essência quando eles se foram. A palavra vida não faz mais sentido, um dia você acorda feliz, animado, faz planos e nesse mesmo dia, tudo pode ser tirado de você. O dinheiro não compra o que eu quero, nem pactos, nem promessas, o que perdi não voltará e eu não sei conviver com isso. O que me mantém vivo é a promessa eu posso fazer a diferença para alguém, eu não nasci em vão e não terei a minha morte em vão, por algo que não tem volta. Então se ainda respiro é porque acredito que um dia ainda voltarei a ser feliz por estar aqui, vivo.

Me levanto e tento me desvencilhar desses pensamentos, vou para o notebook e faço um relatório para Robbing, todos os dias descrevo o que Megan faz durante o dia, todos dias antes de dormir tenho que me lembrar dela, que às vezes entra nos meus sonhos sem ser convidada e passa a ser minha, nesses dias, sinto uma louca vontade de ir atrás dela, mas não posso. Nunca o contei sobre suas aulas de surfe, é algo que a Megan quer fazer sozinha, apesar de ser meu dever relatar ao seu pai, eu oculto essa parte.

Harry entrou em contato comigo duas vezes, me perguntando sobre ela, todas as vezes fiquei irritado e depois me senti culpado, ele tenta se adaptar por ela, realmente quer fazer esse casamento dar certo.

Passo as mãos no meu rosto e vou para o frente do espelho, não me reconheço, eu fiz algo imoral, brigo mais uma vez com o destino, ele é um puto desgraçado. 

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