"As vezes parece um tambor,
Mas não é tambor nem nada, é o coração
Que fica entre a paz e o terror
Quando vejo sua cara
Entre as caras da multidão..."
Naruto sentia-se cansado de ficar sentado naquela cadeira o dia todo no trabalho e quando chegava em casa não recebia nem um "bem-vindo ao lar" que tanto sonhava em receber dos filhos quando ainda era jovem e bobo. Era repetitiva a cena de deitar-se no sofá e dormir em seguida, e no dia seguinte? Céus! Ele nem comia direito e já estava de saída para voltar ao tão sonhado trabalho.
Passos calmos, os pés se enroscando com a capa de Hokage pela falta de atenção do Nanadaime, graças ao sono e cansaço que sentia. Fome também, alias! O Uzumaki se perguntava a quantos meses estava comendo Lámem instantâneo junto a melhor amiga rosada durante seu horário de almoço (se é que podia considerar sete minutos um horário de almoço).
Assim que foi cumprimentado pela primeira pessoa que o reconheceu, sorriu verdadeiramente pro homem e ergueu seus olhos azuis para frente na intenção de começar o seu dia.
A vila estava bem movimentada, as crianças corriam animadas naquela hora da manhã enquanto seus pais corriam atrás destes, afim de para-los; faltava-os tirar os fios de cabelo da cabeça graças as crianças sapecas. Riu nasalmente ao lembrar-se de quando era pequeno e corria dos Jounins mandados pelo Hokage que já não aguentava mais aturar as diabruras da pulga loira.
O garoto por si sentiu toda aquela animação, nostalgia e sorriso cessarem e mandarem-lhe tomar no cu quando viu, de longe, os cabelos longos do Uchiha balançarem graças ao vento que preenchia aquela manhã. O coração do Uzumaki cincou uma batida e logo em seguida o loiro pode sentir as famosas borboletas no estomago. Assemelhava-se com um adolescente de dezesseis anos completamente apaixonado pela menina mais linda da vila, ora! Parece até ironia dizer que esta mesma menina – agora mulher - encontrava-se ao lado do moreno e sorria feliz enquanto caminhava de mãos dadas com a filha desta e do Uchiha ao lado.
O loiro não conseguiu ver a feição entediada do moreno, graças as algumas pessoas que passavam por ali, mas sabia que aquela cara de tédio estava ali no rosto metido do melhor amigo. O de olhos ônix assim que encontrou o cabelo loiro de longe, sorriu ao identificar o Uzumaki sem dificuldade, afinal, mesmo os cabelos sendo curtinhos – o que fazia do loiro um homem mais sério e elegante – era impossível não reconhecer aqueles olhos azuis.
Aproximou-se junto a família.
- Ohayo, Naruto-kun! – Sakura cumprimentou-o, fazendo o loiro despertar-se dos pensamentos estranhos que sentia ao ver os amigos de longa data finalmente andarem pela vila como uma família, nem percebeu quando o de olhos penetrantes o fitava com um sorriso singelo nos lábios finíssimos.
- teme, saudades...– o de íris claras ignorou Sakura que agarrara seu braço em um abraço carente e tentou disfarçar a falta de ar que teve na tentativa falha de dizer um "eu também, usuratonkashi". No entanto sentiu-se vitorioso em não vacilar quando teve seus cabelos loiros bagunçados pelo Uchiha; o abraço que o moreno queria dar no melhor amigo foi interrompido graças a Haruno que agarrava os braços musculosos do Hokage e não os soltavam, como se aquilo fosse um pedaço do céu – não que não fosse – pensou o de íris negras lá no fundo do seu subconsciente.
Sasuke abriu um sorriso sereno ao ver o rosto repreensivo do Uzumaki, enquanto o mesmo ajeitava os fios amarelados e bagunçados por si. Naruto viu a Uchiha mais nova estender suas mãozinhas ossadas e pequenas em um cumprimento respeitoso ao melhor amigo do pai, sorriu abertamente e com felicidade no olhar negro – senão tão intenso quanto os do homem mais velho – graças a caricia depositada pelo Nanadaime que a morena tanto admirava.
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Cair em si; (SNS)
Historical FictionConteúdo BL/YAOI. (SNS). Olá, essa história segue o universo real do anime e tem a intenção de mostrar a situação de um loiro perdido, com suas responsabilidades batendo na porta enquanto seus sentimentos estrepitosos o matavam aos poucos. Já peç...