Você precisa arriscar

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—Tae eu já disse que não é assim! - me jogo sobre o sofá da minha casa e ele se senta do meu lado.

—Jimin é assim, sim! Você está a exatos 13 anos que você não tem um relacionamento sério com alguém, e faz quanto tempo mesmo que você não transa?

    Bufo e me afundo ainda mais no sofá.

—Sei lá... Uns 2 anos e meio? - eu realmente nem me lembro mais como é a sensação de acabar de ter um orgasmo.

   Ele bagunça os cabelos e me sacode.

—E para você isso é normal? Jimin pela amor de Deus. - eu dou risada de seu desespero.

—Tae nem tudo se resume a sexo, e sem contar que eu não sou k-idol irresistível, é difícil tá? Principalmente quando se tem um filho pra criar.

Meu Yoongi tem agora 18 anos e ele é meu maior tesouro, passou em um faculdade de respeito para cursar arte.

—Seu filho tem 18 anos e outro pai bem capaz de cuidar dele. - ele debocha, olhando para seu celular.

—Tá bom, tá bom... Me conta mais sobre esse tal de Hoseok que você tá conversando. - empurro seu ombro de leve.

  Ele sorri com os olhos literalmente, quando começa a dizer sobre o novo funcionário da empresa em que trabalhamos, ele está na área de marketing e nos na área de recursos humanos. Enquanto ele fala ligo a televisão deixando em um filme bobo qualquer.
    
    Minha vida nós últimos 13 anos tem sido essa, fofocar com o meu melhor amigo em uma sexta com direito a pizza e cervejas. Também em cuidar e deixar tudo mais fácil para Yoongi em sua vida acadêmica, cursos de artes de todo tipo e suas apresentações que estava sem falta em todas. Também em auxiliar seus novos namoradinhos e sua vida íntima, somos mais que pai e filho, somos amigos. E uma vez ou outra sair com um carinha legal e transar, não conseguia ter novamente meu coração despedaçado.

      Quando Namjoon terminou comigo eu fingi boa parte do tempo em que ele organizava suas coisas, e explicava para yoonie, sim eu coloquei esse fardo para ele, que estava tudo bem quando estava quase em depressão. Não me deixei levar pelo meu raio de sol e que todos os dias fazia eu sorrir verdadeiramente por seus novos conhecimentos, afinal era apenas uma criança ainda.

   Depois de sair o divórcio, Namjoon se casou com Jin e teve 2 filhos além de Yoongi. Duas meninas chamada Rose e outro menina chamada Jennie. Eu fui no casamento por incrível que pareça, e mesmo quando minha mãe perguntava se eu estava bem eu dizia que sim, mas eu estava afogado em sentimentos e parecia que morria por dentro. O bom foi que eu superei logo depois disso, eu fiquei feliz por ele montar uma vida e ser feliz ao lado de seu novo companheiro, Jin não era exatamente uma pessoa para se odiar já que ele sempre me tratou bem e meu filho também. Foi quando eu percebi que amor não era pra mim, pelo menos esse tipo de amor e tudo bem, eu tinha amor do meu filho e de minha mãe.
      Namjoon foi meu único e verdadeiro amor, mas eu não fui o dele.
 
     Quando eu fui promovido no meu trabalho eu queria ligar para ele, mas me contive e por mais que ele dissesse que queria ser meu melhor amigo, não poderia fazer isso comigo mesmo.  Foi quando eu conheci o Taehyung o melhor amigo que alguém poderia ter, depois de contarmos a nossa história um para o outro depois de uma noite rogada  de tequila, ele queria ir bater em Namjoon por mim, e até hoje ele não gosta dele.

    Eu já estava preocupada com Yoongi, já se passava das 11 da noite e ele não me respondia no line.

—Jimin ele já vai chegar, se acalma. - tae diz para mim, desvio o olhar para ele.

—Como você sabe que eu estou preocupado?

  Dou um gole da minha cerveja e continuo assistindo o filme que passava na televisão.

—Você olha esse celular e a porta de 15 em 15 segundos. - ele revira os olhos.

Dou risada e me aconchego perto dele, logo eu não teria que me preocupar com ele chegando tarde pois ele irá se mudar para o dormitório da faculdade.

—Não sei se eu estou preparado para ele sair de casa. - digo baixinho para tae como se contasse um segredo muito obscuro.

    Ele afaga meus cabelos, e eu deito a cabeça em seu colo para receber melhor seus carinhos.

—Você precisa ter a sua vida jiminie, seu filho já está criado, talvez sair comigo um dia desse a um bar legal e conhecer uma pessoa nova.

—Eu queria que meu filho fosse meu neném para sempre, e eu sou terrível em paquerar nesses bares. -nós rimos por lembrar das minhas tentativas frustadas.

  Ouvi um barulho na porta e Yoonie passa pela porta com mais uma pessoa, eu não conhecia  amigo dele então eu levanto e cruzo os braços em direção a Yoongi esperando a explicação.

—Qual o toque de recolher?

—Appa me desculpa, aconteceu um problema com jungkook eu fui ajudar, a bateria do meu celular e do dele descarregou. - olho para o amigo dele e depois para ele.

  Estendo a mão para o menino que parecia que iria explodir de tão vermelho que estava, ele aceita minha mão e eu desmancho minha cara de bravo e escuto a risada de tae no fundo.

—Você vai me matar ainda garoto, e que problema que vocês tiveram?

—O appa do jungkook ficou bravo por ele ir cursar fotografia em vez de advocacia e mandou ele embora, e eu fui buscar ele. Será que ele pode ficar com a gente até ir para o dormitório da faculdade?

   Fico preocupado com o garoto, tadinho deveria estar alarmado sem saber o que fazer. Não entendo porque alguns pais fazem isso com seus filhos, jamais teria coragem de fazer isso com meu yoonie.

—Você está bem querido? Pode ficar o tempo que quiser. - dou meu melhor sorriso para que ele se sinta confortável, e ele sorri também.

Deus como era adorável, e incrivelmente lindo também.

—Oi tae, kookie fica a vontade tá? Esse é meu pai Jimin, e aquele e meu tio Taehyung, melhor amigo do appa.

Yoongi me dá um beijo na bochecha, e em seguida puxa o amigo indo a cozinha para comerem alguma coisa.

—Eu fiz bolo, tá na geladeira. - digo alto para eles escutarem da cozinha.

Taehyung me olha com aquele olhar malicioso  e uma sombrancelha arqueada.

—O que foi? - me jogo no sofá ao seu lado.

—Ele é um gatinho. -sussura para mim e eu empurro ele.

—Sim mas tem idade para ser nosso filho, qual é seu problema? - não poderia negar que o menino era lindo, e ainda tão novo passando por uma fase difícil.

—Quem perdoa é Deus. - eu gargalho diante da sua fala.

  Eu realmente fico pensando que tipo de pai seria capaz de fazer isso com o filho, ainda mais na noite sem saber onde ele iria dormir ou o que fazer. Resolvo ir pegar mais cerveja.

—Você quer mais cerveja? -pergunto me levantando para tae, que acena que sim ainda preso no celular.

  Caminho calmamente em direção a cozinha encontrando os dois meninos comendo bolo de chocolate e rindo, que bom pelo menos ele não está abatido, sorrio por isso.

   Por hora o que importa é que ainda tenho meu filho comigo.

  

Patched Heart (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora