Os corredores do St Mungus sempre foram um caos, prontos para enlouquecer qualquer pessoa que passasse por ali desavisada. Vários pacientes sendo levados em todas as direções, medibruxos correndo de um lado para o outro e enfermeiros muitas vezes sem dormir.
Astoria Greengrass porém, recebia tudo aquilo com todo o fascínio e todo o amor que havia dentro de si. A estudante que estava em seu último período de medibruxaria gostava de passar seu tempo livre ali, absorvendo toda aquela energia e imaginando seu futuro. Com certeza era melhor do que estar em casa, com seus pais reclamando a respeito de dinheiro em uma tentativa de pressionar não só a ela, mas sua irmã a se casar com um homem rico. Não era um grande sacrifício pedir aquilo a Daphne, afinal a loira se preparava para encontrar o marido com a maior conta no banco há muito tempo, mas ela? Com ela era diferente.
Ela não procurava um casamento por interesse. Já havia presenciado a catástrofe que era um deles em sua própria casa, se tivesse filhos não queria que eles passassem pelo mesmo que ela. Ela queria amor, um daqueles intensos e que ela assistia nos filmes. Daphne dizia que era bobagem, que o amor não existia, mas ela ainda tinha esperanças, embora realmente achasse difícil que alguém fosse capaz de se apaixonar por ela.
A mulher de cabelos castanhos olhava ao redor, até que a entrada de dois homens atraiu sua atenção e curiosidade. O homem negro vinha desesperado, trazendo um caderno em mãos e um homem levitando atrás de si, sua expressão era de total desespero. Ela se levantou, se aproximando devagar para ver melhor. Um líquido branco escorria pela boca do homem que flutuava sem camisa e todo o seu corpo pálido tremia. Nunca havia visto coisa parecida.
-Ajuda! Por favor, eu preciso de ajuda! -O outro gritava. -Ele está morrendo, eu preciso de ajuda agora!
Os rostos familiares logo a levaram de volta para os corredores de Hogwarts e ela soube exatamente quem eram. Blaise Zabini era o homem desesperado, então o homem loiro que ele trazia consigo só podia ser Draco Malfoy.
Uma equipe de medibruxos veio até ele rapidamente, - parando por um momento ao ver o contorno da marca negra mais forte do que nunca - o conduzindo para uma sala enquanto um deles tentava descobrir o que aconteceu para deixá-lo naquele estado.
-E-eu não sei! -Zabini disse, exasperado. -Eu passei para uma visita e o encontrei no chão ao lado de um caldeirão.
-Sabe que poção ele tomou, senhor? -Perguntou, tranquilo.
-Nenhuma que conhecemos. Draco é muito bom em poções, acho que criou uma nova. Aqui, eu trouxe suas anotações. -E entregou ao homem o caderno. Ele o abriu, dando uma olhada. -Eu tentei dar a ele bezoar, não está funcionando!
-Draco...?
-Malfoy. Acha que ele vai sobreviver? -Blaise questionou, passando as mãos pelo cabelo completamente tomado pelo nervosismo.
-Faremos tudo o que pudermos, senhor.
E ele saiu, entrando na sala para onde o haviam levado e deixando Zabini ali. O homem soltou o ar, cansado e sentou-se em uma das cadeiras. Astória, porém, não parou por lá. Estava realmente curiosa sobre o que ele estava tentando fazer com aquela poção, então deu a volta no hospital e entrou no armário de vassouras. Conhecia aquele lugar como a palma de sua mão e sabia que o armário ficava em frente à sala. Tirou uma das orelhas extensíveis que havia comprado na loja dos gêmeos Weasley de sua bolsa e a colocou na parede.
-Ele morreu? -Ouviu o médico que havia ficado com o caderno perguntar ao entrar.
-Ainda não. -Uma das mulheres respondeu. Como assim "ainda não"?
-Essa coisa está se mexendo. A marca de Você-Sabe-Quem. -Disse e por um momento Astoria conseguiu visualizar todos ao redor dele, apenas observando enquanto a aquela vida se esvaia. Torceu para que estivesse errada.
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Certain Things
RomanceEle sentia toda aquela escuridão tomando conta de si. Ao olhar ao redor tudo o que ele podia ver era dor, tristeza e a perda que aquela marca e o que ela representava haviam trazido consigo. Não havia nada de bom. Ele estava sozinho e daria qualqu...