Mais ou menos uma hora depois da partida de M'Bappé ,Neymar sentiu um toque em seu ombro. Ele se virou e viu seu amigo carregando duas grandes sacolas.
-Voltei. Está melhor? Perguntou M'Bappé, sorrindo.
O sorriso largo do amigo fez Neymar esboçar um sorriso.
-Um pouco. O que você tem aí?
-Calma, você vai descobrir daqui a pouco. –E pegou a mão de Neymar e puxou-o do sofá.-Vem comigo, garoto triste.
M'Bappé o guiou até o fundo da grande sala VIP e abriu uma porta onde estava escrito numa placa: "Acesso somente para funcionários do PSG."
-Nós vamos entrar? Perguntou Neymar.
-Claro, afinal nós também somos funcionários do PSG, não somos? Respondeu M'Bappé sorrindo para Neymar e abrindo a porta.
Seguiram até o final de um corredor e entraram num elevador de serviço. M'Bappé apertou um botão e o elevador desceu. A porta as abriu e M'Bappé, ainda segurando a mão d eNeymar o puxou para fora.
-Onde estamos indo? O que é isso tudo? Perguntou Neymar, meio assustado.
-Confia em mim, garoto triste. Chegaram num largo corredor de serviço com várias portas. Ao chegar em frente a uma delas, M'Bappé pegou seu celular e digitou na tela. Logo, um rapaz moreno, com feições árabes, e vestido de cozinheiro abriu a porta de onde se via uma cozinha movimentada.
-Boa tarde, Kassim. E desde já, obrigado.
-Que é isso, Killiam. -E o rapaz viu Neymar por trás dele.- Olha só, é ele! Então é verdade!
M'Bappé se afastou e apresentou o rapaz:
-Ney, esse é Kassim, um amigo de infância.
-Muito prazer, mas onde nós estamos? Que lugar é esse?
-Aqui é a cozinha do Restaurant du Parc. Ele não conhece, Killiam?
-Ney, estamos no corredor de serviço das lojas que atendem aos visitantes. Explicou M'Bappé.
-Desculpem, eu nunca estive aqui.
-Bem, chega de conversa. Você conseguiu , Kassim?
-Claro, venham comigo. E seguiram pela cozinha até uma outra porta. Kassim a abriu. Era um vestiário. Os dois entraram.
-Fiquem à vontade. A essa hora ninguém vem aqui. E fechou a porta.
-Killiam, dá para me explicar o que é tudo isso?
-Eu não quero ver você triste daquele jeito, e para isso eu planejei uma tarde para nós dois num lugar onde só tem alegria e gente feliz. Mas para isso precisamos mudar de roupa. M'Bappé pôs as duas sacolas no banco do vestiário e tirou dois agasalhos, duas calças de moleton, duas camisas, meias e dois pares de tênis, além de duas mochilas.
-Mas porque temos que trocar de roupa?
-Onde nós vamos não dá para aparecer de terno oficial do PSG. Anda, vai tirando essa roupa e guardando na mochila. Você vai querer qual agasalho? O azul ou o vermelho? E M'Bappé começou a se despir.
Neymar estava desconfiado, mas começou também a se despir e vestir as roupas que M'Bappé tirou das sacolas.
Depois de os dois se trocarem, M'Bappé olhou para Neymar e disse;
-Falta um detalhe.- e pegou do fundo da sacola uma touca de lã.-Precisamos esconder esse seu topete. Coloca isso.
Neymar pôs a touca .
-Hmmm, ainda não está bom- Disse M'Bappé.- Espera um pouco.
M'Bappé foi até um armário e pegou uma máquina de aparar barba e cabelo.
-Senta aí. Eu vou tirar essa sua barba.
-Ei, mas porque? Isso está cada vez mais esquisito, Killiam!
-Vamos dizer que aonde nós vamos ninguém pode saber que você é você. Sem a barba, com a touca e isso aqui- e tirou da sacola um par de óculos escuros barato- você vai passar despercebido.
M'Bappé raspou a barba de Neymar e pôs os óculos no seu rosto.
-Ficou perfeito! Dá uma olhada. E apontou para um espelho na parede
-Eu estou achando tudo isso uma maluquice. -Disse Neymar se olhando. –mas realmente, dá para enganar um pouco.
M'Bappé guardou as sacolas na sua mochila, e abriu a porta. Saíram e reencontaram Kassim, que estava dando ordens a dois ajudantes.
-Obrigado, amigo. Disse M'Bappé.
-Tudo o que você pedir para mim é uma ordem, Killiam. –E se voltou para Neymar- Ele é que conseguiu esse trabalho para mim. Se não fosse ele, eu estaria ou nas ruas ou na prisão. Aliás, quase todos daqui estão aqui por causa dele.
Neymar olhou para M'Bappé.
-Estou surpreso. Não podia imaginar nada disso.
-Eu tento ajudar quem eu posso. Ah, Kassim, outra coisa: por favor, quando nós nos vermos mais tarde, não esqueça: ele é um amigo meu parecido com o Neymar, certo?
-Claro, pode deixar.
-Como assim mais tarde? Perguntou Neymar.
-Calma, garoto triste. Uma surpresa de cada vez. Vamos embora. Mais uma vez, obrigado, Kassim.
Saíram pelo corredor de serviço e M'Bappé guiou Neymar até uma outra porta, e logo estavam no shopping que fica dentro do Parc des Princes.
-Vem, vamos sair. E passou o braço pelos ombros de Neymar.
-Para onde nós vamos agora?
-Vamos pegar o metrô, é claro!
-Metrô???-Neymar disse, espantado-Porque não vamos com o carro do clube, ou de táxi?
M'Bappé riu.
-Minha avó, se estivesse aqui ia chamar você de pobre menino rico. Não podemos chegar aonde vamos desse jeito. Confia em mim?
-Tá bom, confio. Disse Neymar com um sorriso tímido.
-Vamos, é por ali a saída.
O estádio tinha um acesso direto à estação de metrô. M'Bappé pegou na mochila um cartão de metrô e o deu a Neymar.
-Toma o seu bilhete, vamos pegar aquela linha ali. E apontou as roletas.
Desceram até a plataforma, que estava bem cheia.
-Já é quase a hora do rush. Vamos ter sorte se tiver lugar para sentar.
O trem chegou e as portas se abriram. Os dois entraram e conseguiram sentar juntos.
-Pronto para a aventura?-Perguntou M'Bappé.
- Já vim até aqui, acho que sim. Respondeu Neymar.
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O Garoto Triste do PSG.
Fanfictie"-Nunca vou me esquecer desse dia. E dessa noite. Disse Neymar. -Vamos ver se é verdade: o que eu disse para você quando eu o encontrei todo tristonho sentado num canto escuro da sala VIP do Parc? perguntou M'Bappé.."