Neymar e M'Bappé desembarcaram em uma grande estação e lá pegaram outra linha de metrô. Desta vez o trem estava mais cheio e ficaram de pé, no fundo do vagão, meio apertados e um de frente para o outro.
M'Bappé estava olhando para o rosto do amigo e ele notou o quanto ele era atraente e voltou a ter aqueles pensamentos que ele vivia tentando reprimir: de abraçar e beijar Neymar. De fazer amor com ele. E instintivamente sorriu.
-O que houve? Perguntou Neymar, sorrindo também.
-Nada. Acho que estou feliz de estar com o meu amigo fora do trabalho. E você?
-Eu estou meio confuso. Mas estou melhor.
Foram interrompidos pelo anúncio sonoro da próxima estação.
-Vamos, é a nossa estação.-Disse M'Bappé e pegou Neymar pelo braço e o guiou até a porta do vagão. -Temos que ir para perto da porta ou não vamos conseguir sair.
Os dois desceram na plataforma e subiram uma escada rolante. Estavam num bairro da periferia de Paris. Os prédios eram antigos, e ao fundo se viam grandes prédios de apartamentos. A maioria das pessoas eram imigrantes árabes e africanos.
-Onde nós estamos? Perguntou Neymar.
-Estamos no bairro onde eu cresci, Belleville. E vamos a uma festa.
-Festa? Que festa?
-Quando chegarmos você vai ver, garoto triste. Passou o braço pelo ombro de Neymar e foi levando-o pela rua.
Neymar notou que se sentia bem tendo o corpo do amigo próximo ao seu. Aliás, a atenção que M'Bappé estava dando a ele estava lhe causando uma sensação de conforto meio estranha. E que toda vez que o amigo sorria ele sentia vontade de sorrir também.
No final da rua, ao virar a esquina, eles ouviram uma música ao longe.
-Estamos chegando, garoto triste. Disse M'Bappé
-Para de me chamar assim! Neymar reclamou, rindo.
-Olha, já está rindo. Bem, chegamos.
Estavam em frente a um prédio antigo, com um campo de futebol na frente cercado por grades e onde se viam barracas e várias pessoas circulando. Os dois se dirigiram ao portão, e numa placa estava escrito: "Abrigo Notre Dame de Belleville- Fundado em 1949".
- O que é isso tudo? Perguntou Neymar.
-Isso é uma festa para arrecadar fundos para o abrigo. Eu vinha muito aqui quando era criança, jogar futebol. Fiz muitos amigos aqui. Respondeu M'Bappé.
-Nem me lembro a última vez que fui a uma festa desse tipo. Acho que quando jogava no juvenil do Santos, no Brasil.
-Então você vai matar suas saudades. Mas antes preciso falar com meus amigos ali no prédio. Depois vamos aproveitar a festa. E seguiram por um caminho na lateral do campo até a entrada do prédio. Subiram alguns degraus e M'Bappé tocou a campainha.
Uma senhora tipicamente francesa, alta, bonita, de cabelos louros abriu a porta e estendeu os braços.
-Killiam, meu querido! Você veio mesmo!
-Promessa é dívida, Hélène.
-E trouxe um amigo! Seja bem vindo. –Ela se voltou para dentro do prédio e gritou- Youssou! Ele está aqui! Mas vamos entrando.
Subiram as escadas e entraram num apartamento no último andar. Lá estava um senhor negro, alto, de cabelos grisalhos. Ele se dirigiu a M'Bappé e o abraçou.
-Killiam, meu rapaz! Eu sabia que você não ia faltar!
-Killian, não vai nos apresentar o seu amigo?
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O Garoto Triste do PSG.
Fiksi Penggemar"-Nunca vou me esquecer desse dia. E dessa noite. Disse Neymar. -Vamos ver se é verdade: o que eu disse para você quando eu o encontrei todo tristonho sentado num canto escuro da sala VIP do Parc? perguntou M'Bappé.."