Nebraska Cartell, a garota dos cabelos branco como a neve e os olhos azuis como o gelo, não se sente pertencida ao mundo em que vive, com uma vida chata e uma mãe super coruja, Nebraska sente que está no lugar errado.
Na noite de seu aniversário de...
Eu não durmo direito há 2 semanas. Quem diria que ter uma filha daria tanto trabalho. Apesar de ser a criança mais dramática e chorona do mundo, eu estava completamente apaixonada por Nebraska, minha filha, que agora estava aninhada em um pacotinho em meus braços.
Milagrosamente ela havia fechado a boca e parado com o berreiro.Eu a encarava completamente apaixonada pela beleza de seu rostinho angelical, enquanto afagava levemente seus fiapos de cabelo prateado.
Tão logo, a pestinha abriu os olhos, que já se mostravam ser azuis cristalinos assim como os meus.Por um momento, me esqueci completamente de minhas preocupações com o mundo elemental.
Nebraska teria o dom? Se eu tivesse sorte ela seria apenas normal, talvez a influência de morar em uma cidade mundana deixasse seu dom adormecido.
Aproveitei o momento para colocá-la no berço, e me virei para pegar sua pelúcia em cima da cômoda.
Tão logo eu me virei e notei.
Eu devo ter matado o cachorrinho da Deusa da Sorte para merecer algo assim.A água que antes estava no vaso das cíclames que William havia me dado horas mais cedo, agora saia aos montes do vaso, encharcando meus pés e o chão. Um sorriso banguela preenchia o rosto da pequena Nebraska, seus olhinhos azuis me encaravam e o pânico me atingiu como uma onda raivosa.*
1 semana depois.
As ruas de Princeton estavam molhadas devido às chuvas de verão. O leve pingar das gotas em meu rosto me fazia estremecer, apressei-me a puxar o capuz, escondendo meus cabelos branco-prateados.Pulando dois degraus de uma vez devido a pressa, esmurrei a porta de Celaena com raiva, e antes que eu ameaçasse bater de novo, a porta se abriu, revelando um rosto que já havia tido momentos melhores."O que você quer Lyanna" ela perguntou ríspida, e eu pude apenas encarar seu rosto marcado de cicatrizes."A minha filha... preciso da sua ajuda." Gaguejei um pouco devido ao olhar atento da velha que havia me criado.Ouvi um "entre" sendo resmungado e me adiantei para dentro da casa mal iluminada.Celaena não era minha mãe, era apenas a mulher que havia me "adotado" devido à "problemas familiares" com a minha mãe.Ouvi a chaleira ser posta com raiva no fogão e tirei meu sobretudo, revelando meus cabelos branco-prateados que iam até as costas, precisava urgentemente corta-los.Entrei no cômodo "cozinha" que mal passava de um fogão e uma pia, com uma mesa bamba e duas cadeiras de três pernas.A velha me encarava com os brilhantes olhos verdes. "Depois de todo esse tempo..." ela resmungou "você ainda tem coragem de pedir a minha ajuda" ela andou de um lado para o outro me encarando."Celaena você não entende, não vim aqui discutir as circunstâncias de eu ter saído de casa, Nebraska tem o dom!" Exclamei, indo direto ao ponto."Isso é tudo culpa sua, Lyanna.'' Ela atirou as palavras com raiva, que me atingiram como balas.
'' Se não tivesse fugido, não precisaria se preocupar se a garota tem ou não o dom!"
Resmunguei
"Você entende dessas coisas, sabe como o mundo elemental é perigoso! Sabe que as pessoas vão caçá-la apenas por ser quem é, sabe que o dom dela será perigoso para ela e para os outros!"
"Treine a menina, Lyanna! Deixe que vire uma guerreira e ninguém vai caçá-la.Você arendeu a controlar seu dom, ensine-a! Parece que não pensa!!!" Insultou, me fazendo bufar."Está ficando cada vez mais rabugenta, Celaena! E não, não farei isso, ignorar o dom e manter o mundo elemental longe dela é o melhor a se fazer" Balancei a cabeça tentando me convencer de que estava certa."Sabe Lyanna, você já foi a mais inteligente.... não sei como pôde ficar tão burra, menina!!!" ela arrancou a chaleira do fogão com raiva.
Me levantei em um pulo.
"Você vai me ajudar ou não? Ela pode ter a chance de ter uma vida normal, uma que nem eu e nem você tivemos a chance de ter!! Longe de toda essa bagunça, ela nunca saberá que tem o dom, nunca verá a água de qualquer outra forma além de como uma criança normal vê!" Implorei desesperada.
''Você só precisa me ajudar com o feitiço, nunca mais terá de me ver novamente''
''E eu suponho que você saiba quais são as consequências de usar magia antiga '' ela resmungou.
''Eu não ligo, Celaena, eu pago o preço que for!'' Me aproximei dela.
''Você nunca quis ser apenas normal? Sabe muito bem que um poder como o dela... pode mata-la!'' exclamei nervosa.
Por alguns minutos, ela ficou calada, seus olhos varriam meu rosto, analisando-me.
Eu sabia que Magia Antiga não era recomendada, por ser conhecida por cobrar altos preços pelo uso, mas tudo que eu via era o pequeno pacotinho de cabelos brancos,se aninhando em meus braços, eu estava disposta a pagar qualquer preço!
Ela apenas acenou a cabeça levemente, em confirmação.
*
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Pessoal, esse fato foi narrado pela mãe da Nebraska, algumas semanas após seu nascimento.
Os próximos capítulos serão narrados pela mesma, 16 anos após esse ocorrido.
Espero que vocês estejam gostando, e qualquer erro de gramática é só me dar um toque, obrigada por ler até aqui.
